O mercado de trabalho brasileiro, com taxas de desemprego em níveis historicamente baixos, tem enfrentado desafios significativos na captação de talentos qualificados. A fim de apoiar tanto empresas quanto profissionais, o novo Guia Salarial 2025 da Robert Half, em sua 17ª edição, apresenta as principais tendências de recrutamento em Seguros para o próximo ano.
Segundo Ana Carla Guimarães, diretora de recrutamento executivo na Robert Half, as áreas atuarial, crédito e risco, comercial e subscrição estão aquecidas e lideram a busca por profissionais qualificados. “O mercado de seguros segue experimentando um crescimento muito robusto, embora enfrente desafios significativos. Um dos principais impulsionadores é o mercado de vida e todos os outros segmentos que estão dentro dessa seara, como saúde e bens de consumo”, comenta a executiva.
Na visão de Sara Santos, gerente da Robert Half, o dinamismo do mercado segurador é um ponto de destaque. “O segmento securitário era visto como um mercado extremamente tradicional. Atualmente, observamos um movimento intenso de transformação por parte das seguradoras, o que cria oportunidades para a personalização de novos produtos e serviços, muito mais alinhados às expectativas dos consumidores brasileiros e que, efetivamente, geram impacto na vida das pessoas”, explica Santos.
Baixa taxa de desemprego acirra guerra por talentos
As empresas ainda se deparam com dificuldades para atrair talentos, visto que o número de profissionais qualificados não supre a demanda e as taxas de desemprego continuam em queda. O índice de desocupação para esta categoria, a partir dos 25 anos e com ensino superior completo, gira em torno de 3,5%, um patamar que o mercado considera próximo do “pleno emprego”.
“Aquele profissional, independentemente do nível de senioridade, que é resiliente, estratégico e ‘mão na massa’ é o perfil que todas as empresas buscam e valorizam. Desenvolver a capacidade de colocar a adaptabilidade em prática, trabalhando o tempo inteiro com diversos cenários, também é um aspecto fundamental para quem deseja se diferenciar”, destaca Guimarães.
O impacto da transformação digital
A transformação do mercado securitário passa pela adoção de novas tecnologias, entre elas a Inteligência Artificial, que se torna uma prioridade para o setor por conta da expectativa de otimização das operações.
“A inovação tecnológica chega para agregar, pois possibilita o aprimoramento dos atendimentos, permitindo que as seguradoras ofereçam ofertas, tanto de produtos quanto de serviços, mais customizadas e alinhadas aos perfis de cada cliente. Não é preciso dominar 100% as ferramentas de Inteligência Artificial, até porque é tudo muito recente, mas demonstrar interesse e buscar conhecimento é algo inegociável para quem busca competitividade”, alerta Ana.
Modelos de trabalho: uma discussão sem consenso
No segmento de Seguros, assim como em outras áreas do mercado, a discussão em torno dos modelos de trabalho ainda não alcançou um consenso entre profissionais e empresas. Mesmo que haja um movimento, por parte das companhias, de retorno ao modelo 100% presencial, muitas operações indicam a escolha pelo modelo híbrido.
“Há inúmeros motivos que explicam esse movimento de retorno aos escritórios e todas as justificativas são válidas e cabem à realidade de cada empresa. No entanto, as companhias que optarem por um retorno 100% terão que encontrar outros insumos para atrair profissionais, porque, no final do dia, os candidatos avaliam como aquela proposta impacta à sua vida e, para que a escolha faça sentido, precisam enxergar uma proposta de valor que compense uma possível perda de flexibilidade”, completa Sara.
Profissões em alta para 2025
(Fonte: Guia Salarial 2025 da Robert Half/valores em reais)
SEGUROS
- Segmentos que lideram as contratações: Seguradoras de grandes riscos, Operadoras de saúde, Resseguradoras, Corretoras;
- Áreas funcionais com maior demanda: Atuarial, Comercial, Crédito e risco, Subscrição/técnico;
- Profissionais mais procurados: Diretor(a) financeiro(a), Gerente de subscrição, Executivo(a) de contas, Gerente atuarial;
- Habilidades técnicas mais demandadas: Subscrição de seguros, Avaliação atuarial, Conhecimento em regulamentação, Análise de dados;
- Certificações mais exigidas: SUSEP, MIBA;
- Habilidades comportamentais em alta: Comunicação, Gestão de stakeholders, Pensamento crítico, Adaptabilidade.
Algumas perspectivas de remuneração para 2025:
Diretor Financeiro: 39.450 | 52.840 | 59.270
Gerente de Subscrição: 16.120 | 21.630 | 24.280
Gerente Atuarial: 15.540 | 20.900 | 23.400
Executivo de Contas: 9.780 | 13.280 | 14.830
Sobre a pesquisa
O Guia Salarial da Robert Half é uma das mais respeitadas fontes de informação sobre remuneração e tendências de recrutamento para auxiliar empresas e profissionais a tomarem as melhores decisões. Traz a tabela salarial de mais de 300 cargos em diversas áreas, apresenta profissões e habilidades mais demandadas em todas as divisões de atuação da consultoria, com dados que refletem a realidade de vagas trabalhadas na Robert Half e informações das salas de entrevista.
Nele, são apresentadas três faixas salariais por cargo, determinadas pelo nível de qualificação e experiência do candidato, bem como pela complexidade de seu cargo ou indústria e setor de atuação. Os salários são divididos em percentis, representados por 25º/ 50º/ 75º, sendo que 50º não significa, necessariamente, a mediana do salário para determinado cargo. Os critérios para determinar em que faixa o perfil se encontra podem variar em torno da experiência na função, tempo no segmento, características setoriais, demanda e disponibilidade pelo perfil no mercado, habilidades e certificações extras. O percentil 25º representa um(a) candidato(a) que ainda é novo(a) no trabalho ou que ainda está desenvolvendo habilidades relevantes, já o 75º representa aquele(a) candidato(a) que tem mais experiência do que a típica e conta com todas as habilidades relevantes para o trabalho, além de especializações e certificações, por exemplo.