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Carreira de corretor

Transição de carreira: de cortador de cana a corretor de seguros

O que leva profissionais a optarem por carreiras de outros setores e seguir na busca da satisfação profissional aliada à estabilidade financeira

carreira
Um levantamento do Linkedin apontou que, no início deste ano, 60% dos trabalhadores brasileiros cogitaram mudar de emprego em 2023

Waldomiro Faria nasceu em uma família muito humilde, em Nova Esperança, no Paraná. Quando ele tinha 12 anos de idade, por necessidades da família, começou a trabalhar no corte de cana, na cidade de Estrela do Norte, interior de São Paulo. “Eu montava no caminhão de bóias frias e percorria mais 100 km até a roça. Foi um tempo muito sofrido”, relembra. 

Além de cortador, aos 17 anos, teve a oportunidade de trabalhar em um banco, o que o fez se dedicar mais de 35 anos nesta carreira, finalizar seus estudos, faculdade e pós-graduação. Até que, após a aposentadoria, Faria achou que era o momento de empreender. Fez o curso de corretor, abriu uma corretora, já seguindo o modelo de sucesso de um dos cunhados e tornou-se parceiro da rede de corretoras do país, Lojacorr, sendo o 10º corretor a entrar para a rede. 

Ao longo de seu desenvolvimento, foi elevando suas categorias de conquista. Segundo ele, o início em seguros foi um pouco mais difícil porque teve que construir sua própria carteira de clientes, mas hoje possui segurados de quase todos os estados do Brasil. E conta, inclusive, com o apoio da família na gestão da corretora. Durante esses anos, Waldomiro Faria se sente completo nessa transição de carreiras e relata o quanto é feliz por ser um corretor. “É espetacular, é cativante, empreendedor, motivador e muito interessante financeiramente”, finaliza. 

Waldomiro Faria e sua família

Motivação

Mas afinal, o que leva uma pessoa, além da oportunidade de mercado, escolher mudar de carreira? Em um mundo dinâmico, em constante evolução e com presença forte das inovações, a mudança de profissão tornou-se uma realidade cada vez mais presente na vida dos brasileiros, principalmente nesta época de final de um ano que traz consigo um senso renovado de esperança, propósito e a oportunidade de transformação. Este fenômeno de transição de carreira não apenas reflete a busca por realização pessoal, mas também a adaptabilidade necessária para prosperar em um mercado de trabalho em constante transformação.

Dados recentes indicam que um número significativo de profissionais está optando por trilhar novos caminhos em suas carreiras. Um levantamento do Linkedin, rede social profissional, apontou que, no início deste ano, 60% dos trabalhadores brasileiros cogitaram mudar de emprego em 2023 e que 20% já haviam iniciado as buscas por um novo trabalho.  As razões variam desde a auto satisfação e bem-estar até a insegurança financeira na atual posição. Outros motivos da mudança notado por especialistas são a falta de flexibilidade, salários baixos, o desejo de explorar paixões há muito tempo adormecidas e até a rotina presencial em um mundo em que se traz possibilidades do home office. Portanto, a mudança de carreira não é mais vista como uma exceção, mas como uma opção viável.

Segundo a psicanalista e que analisa comportamento, Patrícia Oliveira, durante a vida essas mudanças ocorrem naturalmente, como passar de uma fase para outra, sair da infância, viver a adolescência e nos tornarmos adultos. Mas existem as coisas que não mudam, que ficam no mesmo lugar, estagnadas e dão às pessoas uma sensação de permanência, às vezes, insatisfação e consequentemente, medo de que certas mudanças possam vir acompanhadas de algum conflito ou que o ‘novo’ angústia. 

Patrícia reflete ainda que essas situações como mudar de área, trabalho, mudar o rumo, muitas vezes são associadas a sofrimento, mas quando isso não ocorre a pessoa busca por um preenchimento e entende que mudar é entender que toda mudança depende primeiro da própria pessoa. “Entendemos que a escolha de uma nova profissão, por exemplo, nos trará uma nova perspectiva e que faz parte da transição da vida. buscando assim, uma nova chance de felicidade profissional”, pontua a psicanalista.

Carreira promissora

Nesse cenário da busca por uma nova profissão, as pessoas devem levar em consideração não somente a felicidade própria, mas aliar isso a uma profissão que segue em constante evolução. Uma das carreiras que tornam-se promissoras é a de corretor de seguros que surge como uma oportunidade que oferece benefícios que une a flexibilidade com a satisfação.“Não só apenas a estabilidade financeira, mas também traz essa satisfação de proteger os outros em momentos cruciais. A responsabilidade do corretor não é só vender apólices, eles atuam como conselheiros, compreendendo as necessidades únicas de cada cliente e garantindo que estejam adequadamente segurados contra os imprevistos”, explica Dirceu Tiegs, presidente da Lojacorr.

Dirceu Tiegs

Hoje, o Brasil conta com mais de 135 mil corretores cadastrados e registrados na Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), órgão responsável pela regulação do setor de seguros no país. O corretor que possuir a certificação da entidade opera dentro das regras do sistema e conta com o apoio e fiscalização da entidade.  Além disso, se tornar um corretor é uma oportunidade de mercado. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nove em dez brasileiros não têm seguro, o que representa mais de 176 milhões de brasileiros que não estão cobertos por qualquer tipo de sinistro. E apesar desse cenário, quase 60% dos que não estão seguros, afirmaram estar intranquilos com essa situação. Ou seja, uma oportunidade grande de expansão de carteira de clientes desse profissional. 

Dirceu Tiegs reflete também que a carreira do corretor de seguros é um profissional multitarefas, capacitado e imprescindível nesse suporte aos segurados e pode se adequar a diversos cenários, tendo como benefícios a flexibilidade de horários, oportunidade de trabalhar remotamente em diferentes locais de trabalho e mais autonomia de se organizar da maneira que melhor conseguir desenvolver suas tarefas.