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Transformação

Open Insurance em detalhes e o que muda para o corretor de seguros

Guia prático e gratuito detalha estratégias para otimizar o funil de vendas, evitar erros comuns e aprimorar o processo comercial no setor securitário 

Open Insurance e o setor segurador
Cloud storage background, business network design

O Open Insurance (OPIN), iniciativa que compõe o ecossistema mais amplo do Open Finance no Brasil, já é uma realidade consolidada no mercado, com suas fases de implementação avançando e redesenhando a dinâmica do setor de seguros. 

A promessa central é um ambiente mais competitivo, inovador e centrado nas necessidades do consumidor, por meio do compartilhamento padronizado de dados e serviços entre as instituições, sempre com o consentimento explícito do cliente. Em meio a essa profunda transformação digital, uma questão fundamental se impõe aos profissionais da linha de frente: o que, de fato, muda para o corretor de seguros?

Regulamentado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), o OPIN tem o objetivo de, em essência, empoderar o titular dos dados – o consumidor. Ao permitir que suas informações sejam compartilhadas entre seguradoras, bancos, fintechs, insurtechs e outras entidades autorizadas, o cliente ganha a possibilidade de receber ofertas mais personalizadas, comparar produtos com maior facilidade e acessar serviços integrados de forma mais fluida. Para o mercado como um todo, espera-se um estímulo à inovação e à criação de novos modelos de negócio.

O novo panorama para a atuação do corretor

A chegada e maturação do Open Insurance vem acompanhada de um conjunto de oportunidades e desafios que impactam diretamente a rotina, as estratégias e o próprio papel do corretor de seguros.

Oportunidades desbloqueadas

  1. Consultoria aprimorada e hiperpersonalização: com acesso a um leque mais amplo de informações sobre o perfil e histórico do cliente (sempre mediante consentimento), o corretor pode elevar seu nível de consultoria. A capacidade de analisar dados de diferentes fontes permite uma compreensão mais holística das necessidades do segurado, resultando em recomendações de produtos e coberturas verdadeiramente sob medida e mais assertivas.
  2. Ampliação do portfólio e acesso a novas soluções: o ecossistema aberto favorece o surgimento de produtos inovadores e parcerias estratégicas, inclusive com insurtechs que desenvolvem soluções nichadas ou complementares. Corretores atentos poderão integrar essas novidades em seu portfólio, oferecendo um leque de opções mais diversificado e competitivo aos seus clientes.
  3. Eficiência operacional com novas ferramentas: a padronização de APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) pode facilitar a integração de sistemas, potencialmente otimizando processos como cotações multicálculo, comparação de condições e até mesmo etapas iniciais do aviso de sinistro, liberando tempo para atividades mais estratégicas e de relacionamento.

Desafios e necessidades de adaptação

  1. Intensificação da Concorrência: a maior transparência e a facilidade de acesso a informações e cotações por parte dos consumidores podem intensificar a concorrência. Plataformas de comparação e a atuação direta de seguradoras e novos entrantes digitais exigirão que o corretor reforce e comunique claramente seu valor agregado.
  2. Adaptação tecnológica e segurança de dados: a participação ativa no ecossistema do OPIN demandará que os corretores e suas empresas se adaptem a novas tecnologias e processos. A gestão segura e ética dos dados dos clientes, em estrita conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), torna-se ainda mais crítica. Investimentos em capacitação e, possivelmente, em novas ferramentas tecnológicas serão necessários.
  3. Reconfiguração da proposta de valor: se antes o acesso à informação e a diversas seguradoras era um grande diferencial do corretor, no Open Insurance, parte dessa vantagem é democratizada. Assim, o valor do corretor se desloca ainda mais da simples intermediação para uma consultoria especializada, gestão de riscos complexos, auxílio humanizado no pós-venda e na gestão de sinistros, e a construção de um relacionamento de confiança.

O corretor na era do seguro aberto é um consultor estratégico

Diante dessas mudanças, o corretor de seguros do futuro – e do presente – é aquele que abraça a tecnologia como aliada, mas que fundamentalmente se posiciona como um consultor de confiança e especialista em gestão de riscos. A capacidade de interpretar dados aliada à empatia e ao conhecimento técnico aprofundado, serão determinantes.

A tecnologia não substitui a necessidade de um aconselhamento qualificado, especialmente para produtos de maior complexidade ou que envolvem decisões financeiras importantes para indivíduos e empresas. A diferença estará na forma como o corretor utiliza as novas ferramentas e informações disponíveis para potencializar sua expertise.

Em suma, o Open Insurance não representa o fim do corretor de seguros, mas sim uma profunda evolução em seu papel. Para os profissionais que se adaptarem, investirem em conhecimento e tecnologia e focarem em entregar valor genuíno e personalizado, o cenário é de novas possibilidades e de fortalecimento de sua relevância no mercado. A transição exige proatividade, mas também abre caminho para uma atuação mais estratégica e eficiente.