O estresse é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras ou ameaçadoras. No entanto, quando se torna crônico ou excessivo, pode ter efeitos negativos na saúde física e mental.
Compreendendo o Estresse
Marilda Lipp (1984), dentro de uma abordagem cognitivo-comportamental, define o estresse como “uma reação psicológica, com componentes emocionais físicos, mentais e químicos, a determinados estímulos que irritam, amedrontam, excitam e/ou confundem a pessoa” (op. cit., p. 6). A autora distingue o nível de estresse excessivo ou insuficiente (distresse), daquele que é necessário para o bom desempenho da pessoa (eustresse).
O estresse pode ser desencadeado por uma variedade de fatores, incluindo pressões no trabalho, problemas financeiros, relacionamentos tensos, ou eventos traumáticos. A resposta ao estresse envolve uma complexa interação entre o corpo e a mente. O corpo libera hormônios do estresse, como o cortisol e a adrenalina, que preparam o organismo para enfrentar a situação. No entanto, se o estresse persistir por um longo período, pode levar a problemas de saúde, como pressão alta, doenças cardíacas, depressão e ansiedade.
Estratégias para Gerenciar o Estresse
A gestão eficaz do estresse envolve a adoção de estratégias que ajudam a reduzir a resposta do corpo ao estresse e a promover o bem-estar mental.
O estresse pode ser dividido em três fases distintas: a fase de alerta, a fase de resistência e a fase de exaustão. Cada uma dessas fases é caracterizada por diferentes respostas fisiológicas e psicológicas.
1. Fase de Alerta (Alarme):
Nesta fase, o corpo percebe uma ameaça ou desafio e responde liberando hormônios do estresse, como cortisol e adrenalina. Esses hormônios preparam o corpo para a ação, aumentando a frequência cardíaca, a pressão arterial e a respiração. O indivíduo pode sentir-se alerta, ansioso ou tenso. Se a ameaça ou desafio for resolvido rapidamente, o corpo retorna ao seu estado de equilíbrio.
2. Fase de Resistência:
Se a ameaça ou desafio persistir, o corpo entra na fase de resistência. Nesta fase, o corpo continua a liberar hormônios do estresse, mas a resposta é menos intensa do que na fase de alerta. O corpo tenta se adaptar à situação estressante, mantendo a homeostase. No entanto, se o estresse persistir por um longo período, o corpo pode começar a mostrar sinais de desgaste.
3. Fase de Exaustão:
Se o estresse persistir por um longo período sem alívio, o corpo entra na fase de exaustão. Nesta fase, os recursos do corpo são esgotados e a capacidade de lidar com o estresse diminui. O indivíduo pode sentir-se esgotado, emocionalmente esgotado e desmotivado. Esta fase pode levar a problemas de saúde física e mental, como depressão, ansiedade, doenças cardíacas e problemas digestivos.
É importante notar que o estresse é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras ou ameaçadoras. No entanto, quando se torna crônico ou excessivo, pode ter efeitos negativos na saúde física e mental. A gestão eficaz do estresse é crucial para manter uma vida equilibrada e saudável.
Lipp recomenda o tratamento comportamental do estresse excessivo, que se dá em três frentes: 1) ajudando o cliente a desenvolver e implementar estratégias para modificar sua interpretação dos estressores; 2) ajudando o cliente no desenvolvimento e implementação de táticas para a redução da reação psicofisiológica excessiva; e 3) ajudando o cliente na implementação de técnicas apropriadas de expressão e utilização de respostas de estresse.
Aqui estão mais algumas estratégias que podem ajudar:
1. Identificar Fontes de Estresse
O primeiro passo para gerenciar o estresse é identificar as fontes específicas de estresse em sua vida. Isso pode incluir situações, pessoas ou pensamentos que desencadeiam uma resposta de estresse. Uma vez que você identifique essas fontes, pode começar a desenvolver estratégias para lidar com elas.
2. Praticar a Autocuidado
Cuidar de si mesmo é fundamental para gerenciar o estresse. Isso inclui comer bem, fazer exercícios regularmente, dormir o suficiente e evitar o uso excessivo de álcool e drogas. Além disso, é importante reservar tempo para atividades que você gosta, como hobbies e passatempos.
3. Praticar a Respiração Profunda e a Meditação
A respiração profunda e a meditação são técnicas eficazes para reduzir o estresse e promover a calma. A respiração profunda envolve inspirar lentamente pelo nariz, segurando a respiração por alguns segundos e, em seguida, expirando lentamente pela boca. A meditação envolve focar a atenção em um objeto, pensamento ou atividade, e pode ajudar a reduzir a ansiedade e a promover a clareza mental.
4. Estabelecer Limites Saudáveis
Estabelecer limites saudáveis com os outros é importante para proteger sua saúde mental e emocional. Isso pode incluir aprender a dizer “não” quando necessário, definir limites claros sobre o que você está disposto a aceitar e comunicar suas necessidades de forma assertiva.
5. Procurar Apoio
Se o estresse estiver afetando sua saúde mental ou física, é importante procurar apoio. Isso pode incluir falar com um amigo, familiar ou procurar um terapeuta, ou um médico, que podem ajudar a desenvolver estratégias para lidar com o estresse.
Resumo
A gestão eficaz do estresse é fundamental para manter uma vida equilibrada e saudável. Ao identificar as fontes de estresse, praticar o autocuidado, praticar a respiração profunda e a meditação, estabelecer limites saudáveis e procurar apoio, você pode reduzir os efeitos negativos do estresse e promover o bem-estar mental e emocional. Lembre-se, o estresse faz parte da vida, mas você tem o poder de controlar como ele afeta você.
Referência: Lipp, M. e. N. (1984). Stress e suas implicações. Estudos de Psicologia, Campinas, v.1, n.3 e 4, p. 5-19, ago/dez.
Carolina Alves Quintino – CRP 08/13621
