No final da manhã do segundo dia de Convenção Nacional Lojacorr – LC Summit, o painel ‘Inovação no mercado de seguros’ chegou à plenária principal e abordou como inovar é necessidade interna e externa de cada companhia, como os brasileiros são destaques neste ramo e como a tecnologia não é a única ferramenta necessária para inovar. O painel contou com a presença de Sandro Ribeiro, diretor de tecnologia e operações da Lojacorr como mediador e executivos da Tokio Marine, Bradesco Seguros, Liberty Seguros e Zurich.
Sandro começa o painel instigando a todos a pensarem o papel do corretor e como, de fato, é fundamental mesmo em meio a novas tecnologias e ferramentas. “Ontem falamos sobre o uso de Inteligência Artificial e mídia joiner e, por coincidência, fui testar colocando palavras chave: corretor, seguros, mercado… E a imagem gerada de um corretor em frente ao robô, nos mostrando que mesmo em meio a transformações, a relação do profissional continua importante perante a tecnologia”.
Passando a fala para o diretor executivo de operações e sinistros da Tokio Marine, Adilson Lavrador, Sandro questionou como a companhia tem utilizado a tecnologia e inovação para facilitar o dia a dia e a experiência dos segurados. Adilson afirma que a empresa investe muito em tecnologia. “A Tokio não acredita no negócio de seguros sem tecnologia. Não se faz nada em seguros sem isso. Inovar é a melhoria do processo existente hoje para facilitar a comercialização, a operação e a distribuição através dos corretores”, afirma. Para ele, o corretor está cada vez mais forte. “O consumidor não está preparado para absorver um produto tão complexo sozinho. É importante a intermediação do corretor, por isso não há venda direta na Tokio. Fazemos os produtos focado no corretor e não pensamos em disrupção e sim melhorias já que a tecnologia está no nosso DNA”, defende ele.
O diretor da Tokio também abordou como o laboratório de tecnologia, Innovation LAB, explora iniciativas de Data Science e Inteligência Artificial, gestando a unidade brasileira pensando sempre em ajudar o corretor para distribuir melhor e prover mais eficiência. “Não somos perfeitos, mas buscamos isso incessantemente para prover facilidade e produtos ideais”, afirma. Entregando ainda mais ferramentas para o mercado de seguros, Adilson traz para o bate-papo outras inovações que a companhia investiu: SuperApp como mais uma iniciativa que contribui com a transformação digital e entrega diversas facilidades ao cliente: desde 2ª via de apólices, documentos, assistência 24h, benefícios, pagamentos, agendas, contratação de serviços. “O SuperApp é uma forma de prover serviços dentro de um app mostrando, que não traz só serviço de seguros mas um leque de outras informações”, conta. Também a ferramenta de produtos digitais como a ajuda que a seguradora dá aos pequenos corretores. “Ajudamos o corretor a se inserir na internet, criando seu próprio portal. Principalmente aqueles que precisam comercializar seguros, mas não tem acesso físico a seguradora e recebe um atendimento personalizado sem se sentir excluído do mercado”, finaliza.
O superintendente executivo de inovações da Bradesco Seguros, Guilherme Haraguchi, trouxe em sua fala dois pontos principais de atenção que o mercado segurador deve entender que é fundamental para se destacar. “Primeiro é a distribuição de seguros pelo corretor. Está mais que aprovado que o case de sucesso é ter o corretor. E o segundo é a inovação e que requer investimentos”, cita. Além disso, Guilherme também fala que não se deve apenas criar ferramentas se não souber ser aplicada. “Temos que pensar no usuário, no cliente e no corretor. Precisa ter um processo de forma estruturada, um processo contínuo de pesquisa, dando voz ao corretor e ao cliente que geram feedbacks importantes para nós”, defende.
Outra habilidade fundamental para o mercado é o perfil profissional. “A veia comercial é forte do corretor e além de vender deve fazer a gestão da apólice de forma eficiente e nós como seguradora e vocês como corretores temos o objetivos de nos transformarmos constantemente”, conclui Guilherme.
José Mello, diretor de Inovação do Solaria Labs, laboratório de inovação da Liberty Seguros, trouxe para o painel como o mercado segurador tem a capacidade de investir em tecnologia e tendências. “Temos um potencial imenso dentro do universo segurador e o laboratório da Liberty é um laboratório global capaz de fazer investimentos na escala global, com MIT e centro de pesquisa”, explica. Entre os diversos benefícios do laboratório está a oportunidade de networking entre mercados. “Aprender entre as 16 operações de laboratório é uma oportunidade de troca entre mercados”, defende.
Apesar de grandes possibilidades tecnológicas, José Mello explica que independente do processo, o foco são sempre as pessoas. “Em um processo de cocriação, as pessoas são o centro, para ter certeza que o que estamos levando ao mercado faz sentido ao consumidor”, conta. Ao final de sua fala, o diretor frisou também a valorização do brasileiro quando se fala de soluções. “Temos que ter orgulho de ser brasileiro, somos grandes importadores de tecnologia e soluções e a Liberty virou benchmarking de operações globais. O elemento humano brasileiro e a sua capacidade criativa é admirável. Criamos soluções que hoje ganham o mundo. É uma oportunidade de trazer e levar o que tem de melhor em cada mercado. É uma rede de colaboração onde uns aprendem com os outros”, conclui.
A quarta convidada a falar na plenária na tarde do último dia de LC Summit 2023 foi Lucía Sarraceno, Superintendente de Canais Digitais e Relacionamento com o Cliente da Seguradora Zurich. Segundo ela, a inovação faz parte dos pilares da companhia desde 2016. Em sua fala, a especialista abordou, primeiramente, sobre a definição de inovação. “Não é um fim. Não inovamos por inovar. Inovação é um meio de resolver problemas e melhorar experiência. Sempre escutando e entendendo as dores e oportunidades. Inovação não é só tecnologia. Tecnologia é só uma solução. Inovação é uma forma diferente de pensar e trabalhar. Inovação não é uma área e deve-se enraizar a cultura de inovação em toda companhia”, explica.
Na Zurich, para promover a cultura da inovação são utilizadas três principais vertentes: a primeira é a inovação aberta que tem como foco escutar, entrar em contato com o mundo exterior. “Para entender o risco e mitigar esse risco, fizemos parcerias com Insurtechs e start ups que possam trazer soluções”, fala. Uma delas, inclusive, Lucía conta que são cases em análise que podem facilitar. “Temos startup que ajuda a prevenir eventos naturais com algumas semanas de antecedência e permite avisar o cliente de que haverá, por exemplo, uma chuva forte e assim evitar possíveis sinistros”. Ou ainda há outras startups parceiras que estão colocando em prática uma ferramenta que, através do celular, analisam a pupila da pessoa e mostra se ela está apta a trabalhar, principalmente em indústria, para prevenir até acidente de trabalho
A segunda necessidade para promover a inovação é trabalhar com os colaboradores. “Se eles não estão alinhados, a inovação não acontece. Por exemplo, na Zurich temos a Central de Ideias, uma plataforma em que o corretor pode colocar suas sugestões de melhorias. As melhores ideias não vem de nós. Vem do cliente”, fala ela. E a terceira é a cocriação.”Escutar vocês, o dia a dia, pesquisar e entender a dor e criar soluções”, finaliza.