Inovação está na pauta de trabalho das companhias seguradoras para 2024. Muitas já estão desenvolvendo inovação nos critérios de relacionamento com seus canais de distribuição. Outras em produtos e serviços, usando da inovação em gestão e até mesmo por meio da tecnologia com as ferramentas de Inteligência Artificial.
O tema toma uma proporção cada vez mais importante no mercado segurador, tanto quanto em todos os demais setores da economia. Afinal, já há idosos usando chatbot para falar com os planos de saúde, por exemplo. Agendamentos de consultas por telefone estão começando a se tornar obsoletos. Independente da idade, o cliente já está se acostumando com a agilidade e rapidez dos atendimentos digitais.
Por outro lado, é importante conhecer cada vez mais sobre cenários e tendências de inovação e comportamento do consumidor para que haja atitude de inovação numa constante e, assim, melhorar a performance produtiva na mesma proporção que o atendimento ao cliente. E ainda por cima, tornar a vida mais prática e confortável ao inserir práticas de inovação para otimizar a rotina.
Inovação é atitude
Luis Rasquilha, CEO da Inova, parceira da Mapfre Seguros, especialista em inovação em seguros, explica que inovação são ideias novas em ação. Inovação é uma palavra que tem estado na agenda das empresas nos últimos anos. É algo que está sendo tratado de diferentes perspectivas. Por outro lado, é fundamental começar por qualificar a inovação não como uma ferramenta e não como um conjunto de ideias, mas como uma atitude, um comportamento.
“O nosso dia a dia é tão corrido que nós temos sempre dificuldade em parar para poder pensar diferente. Quantas vezes aparecem ideias na nossa mesa e nós não temos tempo de olhar para elas porque tem uma resposta para dar, um e-mail para responder, uma proposta para enviar, uma resposta para cobrar. Nós precisamos de alguma forma olhar para a inovação como mais uma atribuição no nosso dia a dia. E essa atribuição, esse compromisso que devemos ter tem a ver muito com a nossa capacidade de olhar para a inovação”, diz.
Mudança pela mentalidade inovadora
A definição de inovação é a aplicação prática da criatividade. Pode estar atrelada ao modelo de gestão, à satisfação de necessidades não conhecidas, à solução de problemas ou à uma invenção aplicada. Entretanto, a inovação é algo que precisa sair do papel. Ela tem que ir para a pauta da gestão e para diferentes áreas, mudando o negócio, novas formas de fazer seguros, novas formas de atender clientes.
“A criatividade é pensar em coisas novas. Pesquisa é desenvolver conhecimento. Invenção é mostrar o que pode ser feito por meio do conhecimento. E inovação é tornar comercialmente viável”, explica Rasquilha que emenda dizendo que Peter Drucker, no século 20, falava da inovação como uma competência essencial aos negócios. Só que quando ele falava isso, as pessoas conectavam apenas a produto. É importante, mas não é a única forma, segundo o CEO.
“Temos que olhar a inovação, como eu já falei, como uma atitude, como algo que é a capacidade de transformar a ideia, a criatividade em algo rentável. Não adianta sair com um monte de ideias se essas ideias não são relevantes. Se elas não conseguem gerar resultados, muitas vezes a inovação é erradamente colocada em prática apenas pela geração de ideias, não é o suficiente. Inovação é hoje, segundo o professor Paul Sloan, muito mais do que vantagem competitiva, é sobrevivência”, acredita.
Por isso, é tão importante dar liberdade aos colaboradores para gerar ideias a serviço do negócio, da empresa de corretagem, da companhia de seguros, do produto, do que é feito para ajudar o negócio a produzir e melhorar a performance. Dessa maneira, inovação é mentalidade, atitude e comportamento.
Características da pessoa inovadora
O DNA da inovação possui seis moléculas que ajudam a ser um profissional mais preparado para enfrentar o que vem pela frente. A primeira característica é a atitude. Trata-se do ‘antissituacionismo’ de não aceitar a verdade absoluta só porque sempre foi assim. Então, é necessário o espírito crítico. Tentar encontrar caminhos, ver o outro lado da equação, aquilo que pode de alguma forma mudar e pautar a realidade para uma nova dinâmica.
“Para que isso aconteça, há uma habilidade fundamental que é a observação. Mais do que perguntar às pessoas coisas, observar o seu comportamento. Você vai se surpreender quando você pára e observa o que está à sua volta e quantidade de coisas que acontecem. Perguntar é importante, claro que sim, temos que perguntar o que eu chamo que é incômodo. E não é para provocar ninguém, nem para desafiar ninguém, mas muitas vezes para tentar esticar o conceito, estressar o conceito, fazer da nossa realidade algo mais intenso e tentar encontrar caminhos que eventualmente não estavam na agenda do mundo”, descreve Rasquilha.
Outra característica é experimentar sempre. “O papel aceita tudo e eu, como consultor, por vários lugares do mundo, sempre vi as coisas no papel darem certo. Mas se tivermos uma ideia, esquematizamos a ideia, colocamos o papel, vamos experimentar. Vamos pegar um grupo de clientes, parceiros, fornecedores, às vezes até um concorrente, vamos testar, ver se faz ou não sentido”, diz.
A sexta competência para uma mentalidade inovadora é a questão de viver em uma rede fora do grupo mais restrito. “Se eu sou um profissional de seguros, só tenho profissionais de seguros à minha volta, eu só falo sobre seguros. Assim, eu vou ter dificuldade em inovar em seguros, porque eu preciso fazer as conexões em comuns, buscar outros lugares, ideias, perspectivas, caminhos para poder trazer inspirações de outras áreas de negócio, de outros países, de outras regiões, de outras pessoas. Portanto, é fundamental abrir o repertório, por viagens, por leitura, por experiência, por conversas com outras pessoas”, conta.
Colocar em prática
Uma das formas de colocar isso em prática é dedicar tempo para conversar com clientes, ouvir a opinião deles, trocar uma ideia, isso ajuda a oxigenar o dia a dia. “Estas são, para mim, as seis moléculas do DNA inovador. Se você quer ter uma equipe de uma empresa inovadora, você tem que treinar as suas pessoas nestas seis características. E veja que nenhuma delas é competência técnica ou ferramental. Todas elas são atitudinais, comportamentais, mentalidade”, destaca Rasquilha.
Dessa maneira, se a empresa formar as pessoas para um comportamento inovador, independente da ferramenta usada, vai funcionar. “Por isso, da importância de preparar as pessoas para essa jornada de inovação e incorporar essa mentalidade na corretora. Para começar, o gestor da corretora pode treinar as pessoas nessas seis moléculas. Caso precise, peça ajuda ao RH ou à companhia, e até mesmo de um consultor externo, mas treine o seu time para que comece a pensar na inovação como rotina de atuação. Com isso, a empresa vai dar um passo fundamental para que a mentalidade inovadora comece a fazer parte do dia-a-dia da corretora. E a partir daí, as ideias começam a surgir e a fluir”, finaliza.
Cases de inovação
Entre os principais investimentos de 2023 na Tokio Marine esteve a tecnologia e a inovação, como forças motrizes para a evolução do mercado de seguros. Conforme pode ser visto nesta matéria, além da digitalização de processos em busca de maior eficiência operacional, devem ocorrer a transformação na experiência do usuário e a reinvenção do mercado, com o surgimento de novos produtos e serviços. A companhia tem ainda aplicado cada vez mais a Inteligência Artificial nos processos. Entre os usos da IA, destaca-se um modelo que auxilia na identificação de possíveis fraudes em sinistros na carteira de seguros de automóveis.
Já a Bradesco Vida e Previdência investiu nos últimos dois anos cerca de R$ 2 bilhões em projetos de tecnologia e inovação. Esse montante se desdobra e se materializa em todas as áreas de atuação da companhia, proporcionando avanços significativos no processo de transformação digital. Leia mais AQUI!
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