A mais recente edição do Panorama do Seguro – programa quinzenal do Sindseg SP apresentado pelo jornalista Paulo Alexandre, com comentários do consultor econômico Francisco Galiza – foi ao ar em 24 de outubro de 2025 e teve como tema central a indústria automobilística e sua relação direta com o mercado de seguros.
Durante o episódio, Galiza destacou que o ramo de automóveis deverá movimentar cerca de R$ 60 bilhões em prêmios até o fim de 2025, consolidando-se como o terceiro maior segmento do setor securitário, atrás apenas dos ramos de saúde e de pessoas. Apesar de não ser o ramo de maior faturamento, o especialista ressaltou sua relevância estratégica para os corretores de seguros, já que mais da metade da receita média desses profissionais provém do seguro de automóvel.
“O seguro de automóvel é o carro-chefe das corretoras e, em muitos casos, o primeiro ponto de contato entre o cliente e o corretor. Tudo o que acontece nesse segmento tem reflexos importantes em toda a cadeia de distribuição de seguros”, observou Galiza.
Indústria automobilística: base da recuperação do setor
O consultor apresentou dados atualizados sobre o desempenho da indústria automobilística brasileira, com base nos números até setembro de 2025. No período, foram produzidas aproximadamente dois milhões de unidades, o que representa um crescimento de 6% em relação ao mesmo período de 2024.
Os emplacamentos também registraram alta, de 2,8%, indicando estabilidade e leve retomada no consumo interno. Embora os números ainda estejam distantes dos patamares de cinco ou seis anos atrás, Galiza avaliou que o cenário atual aponta para um reequilíbrio sustentável, com impactos positivos sobre o volume de veículos segurados no país.
“Esses indicadores são animadores porque refletem uma recuperação gradual da base segurável. Mesmo sem euforia, trata-se de um movimento saudável, que mostra resiliência da economia e do setor automotivo”, explicou.
Seguro de automóvel: motor do relacionamento com o consumidor
Além dos dados de mercado, o episódio ressaltou a relevância do seguro de automóvel como porta de entrada para a diversificação da carteira de clientes. Segundo Galiza, é comum que o primeiro produto contratado por um consumidor junto ao corretor seja o seguro de seu veículo, o que posteriormente abre caminho para a contratação de seguros de vida, residência, saúde e previdência.
“O seguro de automóvel continua sendo o grande formador de relacionamento entre o corretor e o cliente. Ele é o início de uma jornada de fidelização que pode se estender por toda a vida”, pontuou.
O consultor também observou que o avanço tecnológico no setor automotivo – com a chegada de veículos elétricos, híbridos e conectados – tende a criar novas oportunidades para o mercado segurador, especialmente em áreas como avaliação de risco, precificação dinâmica e assistência 24 horas.
Perspectivas para 2026: crescimento consistente e cauteloso
Encerrando o programa, Galiza projetou um cenário de crescimento entre 5% e 6% no ramo de automóveis em 2026, acompanhando o ritmo da inflação e refletindo uma tendência de estabilidade e maturidade do mercado. A expectativa é que, em termos nominais, o setor de seguros como um todo avance em dois dígitos no próximo ano.
“Não é um resultado extraordinário, mas é positivo e consistente. A indústria automobilística continua sendo um importante termômetro para o mercado de seguros e um pilar de sustentação para os corretores em todo o país”, concluiu o consultor.
O episódio completo pode ser assistido em: https://www.youtube.com/watch?v=hSKs9oiU0RY&t=4s
