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Segurança

Golpes de WhatsApp e outros: como proteger seu segurado

Pequenas atitudes podem inibir grandes perdas financeiras. O aplicativo de mensagens é apenas um dos meios de abordagem

Homem aplicando golpes de Whatsapp

A popularidade e a facilidade de uso do WhatsApp tornaram o aplicativo um meio bastante visado para aplicação de golpes financeiros. Por estarmos conectados quase 100% do tempo, o acesso a informações e a interação constante nos tornam mais vulneráveis a armadilhas sutis.

Provavelmente você já recebeu ou conhece alguém que recebeu uma mensagem no WhatsApp com a foto de algum parente ou amigo informando a aquisição de um novo número de telefone e solicitando ajuda financeira. 

Esse exemplo de golpe utiliza o senso de urgência e de familiaridade para sensibilizar o receptor da mensagem e atingir seu objetivo final: ganhos financeiros. Na linguagem da segurança de informação, essa manipulação por meio de interação se chama Engenharia Social.

Contudo, esse golpe está cada vez mais elaborado. No lugar de familiares e amigos, a Engenharia Social passa a usar nomes de empresas e personalidades para reforçar a sensação de autenticidade e confiança na aplicação do golpe. 

De acordo com o relatório “A jornada dos golpes: como redes sociais e apps de mensagem são explorados por golpistas e fraudadores no Brasil”, lançado pelo Observatório Lupa em junho de 2025, 90% dos golpes analisados mencionam marcas ou figuras públicas.

“No universo dos seguros, essas mensagens chegam aos segurados utilizando, de maneira maliciosa, o nome de seguradoras. Isso significa que os golpistas conseguem acesso a dados dos segurados e informações que levam à abordagem inicial: a negociação de uma parcela pendente, por exemplo”, explica Sandro Ribeiro, sócio-fundador e diretor de Tecnologia e Operações da Lojacorr. 

Passando-se pela seguradora, o golpista oferece essa negociação, geralmente bastante atrativa, e solicita o pagamento instantâneo para garantir o benefício do desconto. Segundo o relatório, 93% dos golpes prometem algum benefício financeiro imediato. 

Contudo, os meios de pagamento podem variar. “Pelo senso de urgência em receber o dinheiro rapidamente, os meios de pagamento mais comuns são boletos falsos e Pix, mas o golpe pode ir além e manipular o segurado para passar outros dados bancários, elevando a perda financeira a valores muito mais altos”, alerta Ribeiro.

Além dos meios de pagamento, os golpistas também podem enviar links suspeitos, que instalam programas maliciosos no computador ou celular. O spyware, por exemplo, infecta os dispositivos e coleta senhas e dados bancários, enviando-os a terceiros sem consentimento. 

Na linguagem da segurança da informação, o golpe de roubo de dados é conhecido como phishing.

Qualquer meio de comunicação pode veicular golpes

Os golpes de WhatsApp são mais populares, mas qualquer meio de comunicação pode carregar uma mensagem mal-intencionada.

“Assim como a Engenharia Social utiliza a facilidade e disseminação do WhatsApp, esse tipo de golpe pode usar qualquer outro meio de comunicação, como e-mails e telefonemas. O WhatsApp é apenas a plataforma mais comum e presente na palma da mão das pessoas”, pondera Luiz Longobardi Jr., diretor de Mercado e Distribuição da Lojacorr.

Por e-mail, por exemplo, o nome do remetente pode vir indicando que é uma seguradora, mas o endereço é o que vai sinalizar que aquela comunicação não é oficial e se trata de um golpe. 

Por telefone, a pessoa que realiza a chamada pode informar ser de uma seguradora e tentar conseguir dados para o golpe financeiro ou buscar essa abordagem de benefício e negociação de parcela, por exemplo, oferecendo enviar o boleto falso por outro meio, como WhatsApp ou e-mail. 

Menos comuns, mas que também precisam de atenção, são as redes sociais e as mensagens de texto via SMS. Eles também são canais de comunicação e estão sujeitos a golpes financeiros.

“As fraudes aproveitam vulnerabilidades emocionais, cognitivas e digitais, dificultando a percepção de risco por parte das vítimas”, diz o relatório do Observatório Lupa. 

Veja alguns golpes aplicados

  • Mensagens via WhatsApp se passando por seguradoras, solicitando pagamento ou dados ou enviando links suspeitos;
  • Mensagens via e-mail se passando por seguradoras, solicitando pagamento ou dados ou enviando links suspeitos;
  • Telefonemas se passando por seguradoras, solicitando dados e enviando boletos falsos ou links por e-mail ou WhatsApp.

Como ficar alerta e cuidar do seu segurado

Algumas dicas básicas podem fazer a diferença na ampliação da proteção que você, corretor de seguros, oferece ao segurado. Por isso, confira boas práticas e compartilhe com seus segurados.

  • A seguradoras nunca vão estabelecer contato via WhatsApp;
  • Antes de efetuar qualquer pagamento, confira as informações do boleto e veja se elas são as mesmas dos outros pagamentos que você já realizou, como o CNPJ  e nome da seguradora;
  • Confira se há qualquer rasura ou erros ortográficos no boleto, e-mail ou mensagem. Mesmo que o documento pareça legítimo, é normal haver alguns detalhes que o diferenciam de uma cobrança verdadeira;
  • Preste muita atenção no remetente da mensagem ou e-mail. Veja o número, a foto e o endereço de e-mail; 
  • Repare sempre no domínio, que é o complemento do endereço do e-mail que vem depois do @;
  • Não clique em links suspeitos, enviados por remetentes suspeitos;
  • Evite, principalmente, arquivos suspeitos com extensões como: .exe, .bat, ou vbs;
  • Não digite senhas e dados bancários em qualquer link;
  • Desconfie de mensagens urgentes;
  • Acesse o site das seguradoras digitando o link no navegador, em vez de clicar;
  • Desconfie e pesquise sempre;
  • Em caso de dúvida, o segurado deve procurar seu corretor de seguros ou os canais oficiais da sua seguradora.