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Dia da Amazônia

Amazônia e impactos climáticos reforçam a urgência de novas estratégias

Dia da Amazônia é marcado por aumento recorde nas queimadas. Setor de seguros precisa adaptar suas estratégias para lidar com os desafios

Dia da Amazonia

Dia da Amazônia, 5 de setembro. Uma data que seria comemorativa é marcada por tragédias. O bioma amazônico, um dos maiores ativos ambientais do planeta, está sofrendo com uma intensificação de queimadas e secas extremas. 

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que somente em agosto deste ano foram registrados 28.697 focos de queimadas, um aumento de 83% em comparação ao mesmo período de 2023. 

A crise ambiental na Amazônia ameaça o ecossistema e traz desafios para o setor de seguros, já que as mudanças climáticas agravam os desastres naturais e as perdas seguradas. 

Desastres naturais causaram perdas para o setor de seguros

Um estudo recente da Verisk aponta que, nos últimos cinco anos, as catástrofes naturais resultaram em perdas anuais médias de US$ 106 bilhões para o setor de seguros. Esse número, já alarmante, pode saltar para US$ 151 bilhões nos próximos anos, devido ao crescimento urbano e à instabilidade econômica, aliados aos impactos das mudanças climáticas. 

Eventos climáticos extremos, como os que ocorrem atualmente na Amazônia, são exemplos claros de como o aquecimento global está impactando a natureza e gerando prejuízos econômicos em escala global.

Crescimento urbano e crise climática são desafio

Segundo a Verisk, o aumento das perdas globais por catástrofes naturais tem sido impulsionado pela expansão urbana e pela crise climática, que agrava a frequência e intensidade de desastres como secas, tempestades e incêndios florestais. Embora as mudanças climáticas ainda respondam por apenas 1% do aumento anual de perdas, espera-se que sua influência cresça nas próximas décadas, exigindo novas abordagens da indústria de seguros.

As queimadas descontroladas na Amazônia servem como exemplo prático dos desafios enfrentados por seguradoras e resseguradoras. A destruição ambiental causada pelas queimadas afeta diretamente o mercado agropecuário, com prejuízos significativos para a produção agrícola, e aumenta a demanda por seguros agrícolas e de maquinário. Com o crescente risco de eventos climáticos extremos, a necessidade de proteção e mitigação dos riscos se torna essencial para o setor.

Seguro agro e o papel na prevenção de riscos

O setor de seguros agro tem um papel fundamental na proteção contra os impactos das mudanças climáticas. Com o aumento das queimadas e desastres naturais, os agricultores enfrentam maiores riscos em suas operações. Além de proteger as colheitas, o seguro agrícola oferece cobertura para o maquinário utilizado nas plantações, que pode ser gravemente danificado por eventos como incêndios ou tempestades severas. 

Para os corretores de seguros, a conscientização sobre a importância dessa proteção e a oferta de apólices que atendam a essas necessidades são essenciais para garantir a sustentabilidade das operações agrícolas no Brasil.

Neste Dia da Amazônia, as conexões entre a preservação ambiental e a indústria de seguros se tornam ainda mais evidentes. O combate às queimadas e à destruição ambiental preserva o ecossistema e ajuda a reduzir os riscos para o setor econômico, incluindo a indústria de seguros e o futuro do seguro agro

Enchentes do RS causaram prejuízos bilionários ao setor agro

As recentes enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul causaram prejuízos graves ao agronegócio, com perdas estimadas em R$ 3 bilhões, conforme dados da Federação da Agricultura do Estado (Farsul)

O impacto, que afeta diretamente mais de 2 mil produtores rurais, poderá levar até uma década para ser superado, reforçando a necessidade de uma proteção maior por meio de seguros adequados para desastres climáticos.

O levantamento realizado pelo projeto S.O.S Agro RS apontou que 347 produtores já relataram perdas de R$ 467,6 milhões, números ainda considerados preliminares. Segundo Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul, os dados ainda não contemplam todas as áreas afetadas, nem perdas em colheitas já realizadas, o que pode agravar ainda mais o cenário.

Os pequenos produtores, que compõem cerca de 73% dos afetados, estão entre os mais atingidos e enfrentam dificuldades financeiras severas, exacerbadas por secas anteriores. Muitas dessas propriedades estão vinculadas ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), o que limita suas possibilidades de acessar seguros ou crédito emergencial.

Gedeão Pereira, presidente da Farsul, destacou a vulnerabilidade do setor e a necessidade urgente de medidas emergenciais, incluindo novas linhas de crédito a longo prazo e com condições favoráveis. A Farsul propõe a criação de créditos com prazos de 15 anos, dois anos de carência e juros reduzidos para ajudar na recuperação dos produtores.

O governo federal anunciou uma linha de crédito de R$ 600 milhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), visando auxiliar cerca de 140 mil produtores severamente impactados. Contudo, há incertezas sobre o impacto dessa medida no longo prazo para o setor de seguros, que precisa se adaptar a eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.