As vendas de carros estão crescendo no Brasil. Trata-se de uma indústria importante para a economia brasileira. Entre os fatores estão a geração de empregos, apresenta ainda importantes encadeamentos produtivos e possui investimentos em inovação de magnitude mundial. No acumulado do ano, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o crescimento de janeiro a outubro foi de 11,36% nos automóveis e comerciais leves (picapes e utilitários).
A alta na produção e nas vendas de veículos faz aumentar também a procura pelo seguro auto. No primeiro semestre, o crescimento foi de 12,38% em relação ao ano anterior. Por outro lado, como é de conhecimento dos corretores de seguro que acompanham o Portal de Notícias Corretora do Futuro, cerca de 70% da frota de automóveis não está protegida.
Entretanto, mesmo sendo o seguro mais popular entre os brasileiros, há sempre novas assistências, coberturas e detalhes que o corretor precisa ficar atento e investir tempo em atualização e capacitação. Segundo o presidente da Lojacorr, Dirceu Tiegs, que possui mais de 25 anos de experiência em seguros, o seguro automóvel é um dos mais relevantes para a população brasileira. A importância é tamanha, que em geral o segurado é quem busca o corretor para a compra.
Sobretudo, adquirir um automóvel significa investir boa parte da renda familiar de alguns anos. Um automóvel, uma picape, uma motocicleta são bens caros a serem adquiridos. “Nós, no Brasil, estamos pressionados muitas vezes pela violência, que neste caso se traduz em furto e roubo. Na média, temos 1% dos carros segurados indenizados por roubo. Em diferentes regiões o índice pode ser ainda maior, especialmente em determinados bairros das nossas metrópoles. Cerca de 25% das pessoas acionam a assistência durante a vigência. Além disso, 5% avisam sobre algum tipo de sinistro”, diz.
Motivações para oferecer seguro automóvel
O segmento automotivo trata-se de um mercado com uma frota circulante grande, que hoje está em torno de 60 milhões de veículos. Estes estão categorizados em passeio, picapes, caminhões, motocicletas. A frota segurável, em geral, é composta por veículos até 10 anos de uso, onde estão focados os produtos mais tradicionais de seguros. Contudo, a legislação brasileira não exige a contratação de seguro de automóvel, nem mesmo um seguro de responsabilidade civil, que é comum em alguns países, tais como na América do Norte, e em todos os países da União Europeia.
No Brasil, a motivação de compra, em geral, gira em função do risco que as pessoas estão expostas, tais como furto, roubo, colisão, além de danos a terceiros. Nesse sentido, o serviço de precificação a toda estratégia de distribuição, e a prestação de serviços de seguros e assistência estão entre os mais modernos do mundo, por meio de seguradoras de grande porte. “Essas são regulamentadas ou fiscalizadas pela SUSEP, têm grande capacidade de solvência, ou seja, elas conseguem arcar com o atendimento dos segurados”, ressalta Tiegs.
Conjuntura do mercado
É importante que o corretor entenda que oito grupos de seguradores são responsáveis por mais de 80% dos negócios que se faz aqui no Brasil. Como canal de distribuição, o corretor de seguros de longe é o maior canal de distribuição, seguido por concessionárias de veículos, montadoras, bancos, cooperativas e alguns outros canais digitais. “Mas também surgiram empresas que vendem proteção para automóvel sem serem seguradoras e é nosso papel orientar a sociedade sobre o fato de que estas empresas não são fiscalizadas, podem não ter reservas financeiras constituídas e não conseguirem fazer frente aos eventos que ocorrem normalmente dentro da carteira de automóvel. E o cliente pode ficar sem a assistência. Portanto, é muito importante que o corretor de seguros esteja sempre antenado com todas essas variáveis”, acrescenta o presidente.
Por outro lado, o momento é de alta percepção do segurado sobre a necessidade de se proteger. As pessoas estão tocadas por grandes eventos como a pandemia, os vendavais, ciclones, granizo e até mesmo a violência. Ao mesmo tempo, alguns canais estão sofrendo alterações. Bancos estão fechando agências e o canal digital não prospera porque o cliente quer o aconselhamento de um especialista como corretor de seguros.
“O mercado também está dando sinais muito interessantes. Depois de 2019, este é o primeiro ano com aumento do número de veículos emplacados, ou seja, estamos crescendo em torno de 10% a quantidade de novos veículos no mercado. Mas, além disso, ainda existe um número bastante importante de veículos que estão entre 8 e 15 anos de uso e que não têm seguro. Sendo essa uma importante observação, com oportunidades de negócios. Todas essas percepções precisam ser consideradas pela indústria do seguro para observar cenários e tendências”, conta.