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Futuro

Quando o futuro deixa de ser uma previsão e se torna uma construção

Em Portugal, um chamado à consciência: a relevância futura do corretor de seguros passa pela transformação estratégica e pela absorção de novos modelos de atuação

Rafael Brentegani em Portugal

Por Rafael Brentegani – Consultor e Gestor de Unidades Lojacorr

Há momentos em que parar para pensar não é um luxo. É uma urgência estratégica. A imersão internacional em Portugal, promovida pela ENS com apoio de instituições de referência como a Católica Porto Business School, foi exatamente isso: um chamado à consciência profunda sobre o futuro da mediação de seguros.

Foram dias intensos, em que conceitos foram desafiados, certezas balançadas e novas conexões se formaram — entre ideias, entre modelos e entre pessoas. Em cada encontro, em cada apresentação, ficou evidente: o corretor que deseja ser relevante amanhã precisa começar a se transformar hoje.

Mais do que visitar: compreender, questionar, absorver

Ao longo da jornada, conhecemos por dentro as estratégias de seguradoras.

• Victoria Seguros, que trabalha com ecossistemas especializados e foco em planejamento financeiro — uma atuação que dialoga diretamente com o corretor consultivo.

• Real Vida Seguros, que trouxe uma visão técnica e criteriosa sobre proteção e subscrição em seguros pessoais.

• Prévoir, com sua expertise em remuneração estruturada e estratégias de relacionamento com mediadores.

• Ageas Portugal, uma das maiores seguradoras da Europa, com mais de 47 milhões de clientes, sólida governança, solvência de 217% e práticas operacionais inspiradoras.

Esses modelos não apenas operam de forma eficiente. Eles carregam algo ainda mais poderoso: clareza de propósito. E isso ficou nítido. Não havia ali improviso, nem aposta no “vamos ver no que dá”. Havia estratégia, dados, cultura organizacional e foco em resultados sustentáveis.

Consolidação, tecnologia e consultoria: as três ondas simultâneas

O Brasil vive hoje três ondas que, quando combinadas, exigem do corretor algo que nunca foi tão necessário: repertório estratégico.

1. Consolidação: O que vimos em Portugal não foi um encolhimento da mediação, mas um refinamento. O número de mediadores caiu drasticamente — de 20 mil para cerca de 7 mil —, mas os que permaneceram se tornaram mais fortes, mais conectados e mais valorizados.

2. Tecnologia: Não há espaço para romantizar o passado. O digital não é mais “tendência”, é infraestrutura mínima. Ferramentas, dados e plataformas deixam de ser opcionais. Elas são hoje o oxigênio do corretor relevante.

3. Consultoria real: Vender seguro não é mais suficiente. O novo corretor precisa dominar o contexto do cliente, ajudar na jornada financeira, pensar em proteção como parte do planejamento de vida. O produto é só a consequência.

Provocações que precisam sair da sala e entrar na prática

• Você tem um plano de transformação claro para a sua corretora?

• Sua operação está estruturada com base em dados ou ainda depende apenas da intuição?

• Você está criando experiências ou apenas “fazendo cotações”?

• Está pronto para atuar com ecossistemas, parcerias, modelos híbridos?

Não responder essas perguntas é uma resposta. E ela pode custar caro.

O papel da Lojacorr nessa transição

Como gestor de Unidades Lojacorr em regiões estratégicas de São Paulo, o que mais me orgulha é perceber que já estamos à frente de muitas dessas transformações. A Lojacorr não é apenas um suporte operacional — é um ecossistema de inteligência, inovação e pertencimento.

Cada treinamento, cada plataforma, cada iniciativa de integração tem um propósito: fortalecer o corretor como protagonista do novo mercado. A imersão em Portugal foi uma comprovação disso. O que construímos por aqui está totalmente alinhado com as práticas mais avançadas do setor no cenário europeu.

Volto com uma bagagem que não cabe na mala

A cada conversa com colegas, a cada aula assistida, a cada visita realizada, fui costurando uma nova visão — mais madura, mais conectada, mais ousada.

Volto ao Brasil não apenas com anotações, mas com intuições refinadas, convicções fortalecidas e perguntas que precisam ser feitas com urgência.

Volto com a certeza de que ser visionário não é sobre prever tendências. É sobre construir o presente com tanta consistência que o futuro se torna inevitável.

E volto com gratidão profunda à ENS, à Católica Porto Business School e às seguradoras que abriram suas portas. Mas, principalmente, volto grato aos colegas de jornada — cada um deles me ensinou algo. E isso é o que torna qualquer viagem verdadeiramente transformadora.

Corretor: sua escolha não é entre o ontem e o amanhã. É entre agir ou ser engolido.

Na mediação de seguros, não sobreviverá quem for o mais forte. Nem o mais inteligente. Sobreviverá quem for mais adaptável.

E adaptar-se, hoje, é ter método. É ter humildade. É ter curiosidade. E, acima de tudo, é ter coragem de abandonar o conforto da repetição e abraçar o desconforto da reinvenção.

Seguimos juntos. Com mais visão. Mais clareza. E mais vontade de fazer história.