A flexibilidade do sistema de consórcios está permitindo que o brasileiro avance cada vez mais na direção de suas conquistas. O consórcio imobiliário é o 3º maior segmento do Sistema de Consórcios em participantes ativos. Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), no acumulado até novembro, o consórcio de imóveis teve alta de quase 20% em créditos disponibilizados. Paralelamente, no mesmo período, foram comercializadas mais de 720 mil cotas, resultando na contratação de mais de R$ 130 bilhões em créditos.
Com essa modalidade de crédito, é possível programar uma aposentadoria imobiliária. Isso porque o consorciado pode adquirir uma cota e, ao ser contemplado, alugar o imóvel para adquirir mais um cota com esse dinheiro. Ao final do plano, ele terá imóveis e a renda adquirida com os aluguéis. Caso, esse consorciado opte, ele poderá adquirir novas e novas cotas com o valor desses aluguéis e assim fazer patrimônio e renda como ele desejar. Quanto antes começar, mais opções ele terá.
Consórcio e patrimônio
Outro ponto importante é que os imóveis são uma boa fonte de renda. Segundo Dayane Crepaldi, gerente Regional da Lojacorr Consórcios, sócia da BR Consórcios, construir um patrimônio traz segurança de renda futura e mais tranquilidade. “Além da aposentadoria daquelas pessoas que realmente são CLT ou contribuem com uma previdência privada e tudo mais, ele também pode investir no consórcio a fim de gerar renda de aluguéis, aquisição de bens, patrimônio”, explica.
A especialista conta que o número de clientes que está adquirindo um consórcio pensando em previdência privada e aposentadoria imobiliária cresce e essa é uma oportunidade para o corretor de seguros que comercializa consórcios. “Temos diversos clientes que buscam um consórcio com a finalidade de uma previdência futura ou até mesmo aposentadoria. A aposentadoria imobiliária com renda de aluguel é uma forma de guardar o valor mensal e construir algo sem a necessidade de descapitalizar. Não é necessário que o cliente ou o corretor resgate aquele recurso que ele tem de emergência para que ele realize o aumento de patrimônio e uma aposentadoria imobiliária”, acrescenta.
Possíveis cenários e a aposentadoria imobiliária
O consórcio também oferece outro ponto interessante: o cliente contribui mensalmente com um valor baixo e aguarda uma contemplação via sorteio. Num cenário em que o consorciado contribuiu anos e é contemplado antes do término do plano, ele vai pegar o crédito e adquirir o bem. Esse bem será alugado e o valor do aluguel pode ainda pagar as parcelas restantes do consórcio.
“Existem grupos com parcelas reduzidas inicialmente, em que o cliente inicia num crédito de 150 mil com uma parcela equivalente a esse crédito. Depois da contemplação, ele pode dobrar o crédito caso ele queira, com um recálculo do saldo devedor”, frisa.
Para o corretor, outro benefício é o desconto na taxa de administração, que é de 40%. Num grupo normal, com uma taxa de administração de 19%, o corretor tem uma taxa de 11.4 no período de 180 meses. Isso equivale a uma taxa anual de 0,76. Trata-se de uma taxa diferenciada que, se comparada a uma rentabilidade de um investimento, não vale a pena o resgate do investimento para esta finalidade de aquisição de bens. “Vale a pena entrar no consórcio e contemplar, mesmo que use parte do recurso para lance. Ou até mesmo embutido para potencializar. Não vale a pena ele resgatar o bem à vista”, diz.
Conjuntura
A preocupação do brasileiro com a sua educação financeira ainda está aquém do desejável. Entretanto, a pandemia gerou um aculturamento maior em relação ao tema e a realidade da necessidade de ter uma renda extra, sendo a aposentadoria imobiliária uma das boas alternativas.
“As pessoas têm se preocupado bastante com a questão de ter um futuro melhor com relação a sua renda futura, guardar dinheiro com o consórcio. Para aumento de patrimônio, comprar bens para gerar renda de aluguel é um ponto super interessante. O que falta para nós brasileiros, apesar do consórcio ser um produto brasileiro, é essa educação financeira que nós precisamos ter e incentivar as pessoas sobre o assunto, que já apresenta mais aderência no pós-pandemia”, fala Dayane.
Mesmo que o financiamento ofereça o bem no momento do fechamento do acordo, não sendo necessário aguardar a contemplação, como no caso do consórcio, há algo que precisa ser considerado. No financiamento imobiliário, o comprador paga de duas a três vezes o valor do bem, o que não ocorre no consórcio. “Então, o financiamento é bem mais oneroso do que um consórcio”, esclarece.
Como programar a aposentadoria imobiliária
O sistema de consórcio permite programar a previdência. A modalidade tem reajuste anual sobre o crédito antes da contemplação. Ou seja, não se perde o poder de compra. Considerando a expectativa de não resgate até o final do grupo, o cliente tem a opção de bloquear sua contemplação, sendo possível ter vários reajustes anuais sobre o seu crédito contratado. Quando o grupo acaba, o consorciado recebe em espécie o seu crédito e pode investir da maneira que achar mais relevante naquele momento, ou para adquirir um imóvel e alugar.
Dayane explica que o cliente também pode investir num fundo de investimento e verificar como é que o mercado está se cortando naquele momento. “É importante o cliente se programar para o futuro sabendo as opções que ele tem. O mercado financeiro é bem volátil, por isso é interessante analisar os cenários. Para um perfil de consumidor mais conservador, o consórcio permite multiplicar o patrimônio sem mexer em reservas.”, destaca a especialista.
Números do sistema de consórcios
O número de participantes ativos nos consórcios de imóveis em novembro do ano passado (últimos números da ABAC) era de 1,71 milhão, sendo 17,1% a mais que o mesmo mês de 2022, quando 1,46 milhão de participantes estavam ativos. De janeiro a novembro, foram 726,67 mil novas cotas comercializadas. Isso representa 19,9% mais que o mesmo período de 2022. O volume de crédito comercializado de janeiro a novembro de 2023 foi de R$ 131,67 bilhões, contra R$ 99,57 em 2022. O que equivale a um crescimento de 32,2%.
De acordo com a ABAC, os negócios do sistema de consórcios em todos os segmentos atingiram R$ 293,62 bilhões. Desta forma, aumentou em 25,6% os R$ 233,73 bilhões registrados de janeiro a novembro de 2022. No mesmo período, as vendas de novas cotas acumularam 3,87 milhões de adesões, alcançando 6,8% de alta. Com estes resultados, o setor confirmou que não há correlação entre a crescente demanda das adesões e a decrescente taxa de juros da Selic, que fechou em 12,25% em novembro.
Mercado imobiliário em 2024
Hoje, o Estadão divulgou um conteúdo sobre investimentos em imóveis para 2024. (Clique AQUI para ler na íntegra). Segundo as informações, nos dois últimos anos (2022 e 2023), com a taxa Selic em alta, os custos de financiamento também cresceram, estagnando esse setor. Por outro lado, com a redução dos juros no País pelo Banco Central a perspectiva para 2024 é favorável para quem deseja comprar a casa própria ou investir em imóvel.
O Estadão divulgou ainda que um levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), já registrou crescimento em 2023. De janeiro a outubro do ano passado, o mercado imobiliário brasileiro teve alta de 23,5% nas vendas de novos imóveis em comparação com o mesmo período do ano anterior.