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Carros elétricos: transformando a indústria automotiva e desafiando o mercado de seguros

O futuro dos automóveis e seu impacto no setor

Imagem: Freepik
Imagem: Freepik

É inegável que os carros elétricos farão parte do futuro da indústria automotiva. Há um forte direcionamento de toda a indústria para a produção e aperfeiçoamento das tecnologias que envolvem os carros elétricos. Para se ter uma ideia, um estudo da consultoria Bain & Company prevê que, até 2040, 77% dos veículos vendidos no mundo serão elétricos – hoje, carros desse tipo representam cerca de 13% das vendas globais.

O entusiasmo da indústria não vem apenas pela possibilidade de economizar com combustíveis, mas também pelo apelo global para a diminuição da emissão de gases que causam o chamado “efeito estufa”, que tem nos combustíveis fósseis os grandes vilões. Esses gases são grandes causadores do aquecimento global, que ocasionam tragédias como as que aconteceram no Rio Grande do Sul.

Mas será mesmo que os carros elétricos são a solução para esses problemas? Há quem discorde, e não é um nome qualquer: falo de Akio Toyoda, CEO da Toyota. O especialista afirma categoricamente que “os carros elétricos não salvarão o planeta”. Akio acredita em um desenvolvimento mais plural, defendendo que as marcas deveriam expandir seus portfólios de tecnologias de combustíveis, como os carros movidos a hidrogênio.

Ele tem razão em alguns pontos. Quem lembra a crise enfrentada pela indústria automotiva durante a pandemia de Covid-19, causada pela falta de semicondutores? A GM parou a produção do Onix, que na época era o carro mais vendido do Brasil.

A produção de carros elétricos depende fortemente de componentes eletrônicos que têm enfrentado escassez global. Além disso, as baterias, que são a força motriz dos carros elétricos, são produzidas em sua maioria com lítio, níquel, manganês, cobalto e grafite. Essas reservas são finitas e é importante que haja uma exploração sustentável, sob pena de escassez desses materiais.

Outro grande contrassenso surge quando a eletricidade usada para carregar os carros elétricos é gerada a partir de fontes não renováveis, como carvão, gás natural ou petróleo. Se a matriz energética de um país ainda depende fortemente desses combustíveis fósseis, o benefício ambiental dos carros elétricos pode ser comprometido. Cito como exemplo a Europa, um dos grandes consumidores de carros elétricos, que tem 82% da sua matriz energética gerada pela queima de combustíveis fósseis.

Evidentemente, a revolução pela qual a indústria automotiva vem passando reflete diretamente no nosso mercado. O setor de seguros teve que, de certa forma, acelerar a adaptação de seus produtos a essa nova e crescente demanda.

Foram criadas coberturas específicas, como a proteção para cabos de carregamento de carros elétricos. Os serviços de reparo e manutenção para carros elétricos são diferentes dos veículos à combustão, o que obrigou as seguradoras a credenciarem oficinas que tenham conhecimento técnico para trabalhar com as novas máquinas.

Outro grande ponto de atenção para o setor são as baterias. O custo de reposição pode ser bastante elevado. Para se ter uma ideia, o custo das baterias pode facilmente superar a casa dos R$ 100.000,00, o que pode afetar os prêmios cobrados para os seguros.

Embora os números ainda estejam se consolidando e as necessidades surjam com o passar do tempo, o setor tem acompanhado essas mudanças de perto. A adaptação contínua e a prontidão para atender às novas demandas são essenciais para garantir a sustentabilidade e a eficiência nesse cenário de transformação.

Por Hugo Marcelo Mariano – Proprietário da Hugo Mariano Corretora de Seguros (Recife-PE), Corretor Ouro, influenciador e colunista da Lojacorr