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Coluna do inflluenciador

12 anos, 485 jogos, uma taça: o que o corretor de seguros pode aprender com Marquinhos do PSG?

Quanto tempo você é capaz de esperar pelo seu processo?

12 anos, 485 jogos, uma taça: o que o corretor de seguros pode aprender com Marquinhos do PSG?

Ao observarmos o sucesso de Marquinhos — hoje capitão do PSG, campeão da Champions League e símbolo de um projeto vitorioso — podemos facilmente esquecer o caminho percorrido até esse auge. Olhar apenas para o brilho atual nos impede de enxergar o processo silencioso, longo e estratégico que moldou sua trajetória.

Marquinhos desembarcou no Paris Saint-Germain com apenas 19 anos: jovem, promissor, mas nitidamente em fase de construção. Ao longo de mais de uma década, ele navegou por um mar de desafios, incluindo altos e baixos, constantes mudanças de técnicos, a pressão inerente ao alto nível, expectativas crescentes, fases difíceis e a chegada incessante de novos talentos para competir por espaço. Mesmo diante de inúmeras ofertas vantajosas — vindas de grandes clubes europeus e impulsionadas por sua visibilidade na Seleção Brasileira e em Copas do Mundo — ele manteve sua convicção inabalada. Optou por permanecer fiel ao projeto em que acreditava, manteve-se firme em seu propósito e, como resultado, evoluiu significativamente.

Hoje, Marquinhos ostenta o recorde de jogador com mais partidas na história do PSG, somando 485 jogos pelo clube. É o capitão que ergueu a tão sonhada taça da Champions League, um título que a equipe perseguia incansavelmente por anos. Tornou-se, assim, o segundo brasileiro na história a alcançar tal feito como capitão, seguindo os passos de Marcelo no Real Madrid.

Essa jornada exemplar nos oferece lições valiosas sobre tempo, constância e a importância da maturação.

No mercado de seguros, assim como em qualquer empreendimento sólido, o crescimento verdadeiro não acontece da noite para o dia. É bastante comum vermos corretores iniciando suas carreiras cheios de entusiasmo, apenas para se frustrarem rapidamente com a ausência de resultados imediatos. Contudo, crescer de forma sustentável exige a compreensão de que existe um processo inerente, e esse processo é composto por diferentes camadas.

Primeiramente, há o período fundamental de aprender operando com recursos limitados. São poucos clientes e uma produção modesta, mas que representam um espaço valioso para estruturar o atendimento, testar metodologias, aprimorar processos e compreender os próprios limites operacionais. É justamente nesse início mais contido que se forja o profissional preparado para escalar seu negócio futuramente, sem se perder no caminho.

Isso porque crescer a qualquer custo não é crescimento genuíno; é apenas inflar. E tudo que infla sem uma estrutura sólida corre o risco iminente de explodir.

À medida que avançamos e conquistamos nosso espaço, é natural percebermos movimentos sutis ao nosso redor. Muitos parceiros que antes pareciam aliados podem começar a demonstrar certo incômodo. Frequentemente, você era aceito enquanto se encaixava em uma hierarquia que lhes era confortável — ou seja, quando sua atuação não representava ameaça nem gerava desconforto. No entanto, ao romper essa lógica e começar a se destacar, é comum que surjam resistências: um distanciamento gradual, mudanças de postura e até tentativas veladas de minar sua confiança. Estar atento e saber interpretar esses sinais faz parte do amadurecimento profissional necessário para navegar nesse ambiente.

E isso vale não só para relações comerciais, mas também para amizades, familiares e até para antigos colegas de caminhada. Furar a bolha, sair do lugar comum, muitas vezes gera desconforto em quem ainda está preso a antigos modelos de pensar e agir. É por isso que crescer, de fato, envolve coragem — não só para fazer diferente, mas para lidar com o que isso provoca nos outros.

Em outro artigo, quero aprofundar esse tema com mais calma: como reconhecer aliados de verdade, como escolher parcerias com sintonia e como lidar com relações que já não acompanham sua evolução.

Nesse contexto, aproveitar oportunidades não significa aceitar indiscriminadamente tudo o que é oferecido. As seguradoras disponibilizam uma vasta gama de produtos, mas cabe a você, corretor, definir estrategicamente o que realmente se encaixa na estrutura da sua corretora e no momento específico que você está vivendo.

Este é um tema de extrema relevância, o qual pretendo explorar com maior profundidade em um artigo futuro. Nele, compartilharei minha vivência sobre como encontrar o equilíbrio delicado entre a variedade de produtos oferecidos, a capacidade operacional da corretora e o foco estratégico necessário para um crescimento saudável. Afinal, saber dizer “não” a certas oportunidades é também uma forma inteligente de crescer.

A oferta excessiva de microsseguros, por exemplo, pode parecer atraente por inflar rapidamente a carteira de clientes, mas frequentemente exige um volume desproporcional de atendimento e gera um retorno financeiro baixo. É o crescimento com consistência, e não apenas em volume, que verdadeiramente sustenta negócios duradouros a longo prazo.

Conforme sua corretora ganha mais espaço e relevância no mercado, ela precisa estar intrinsecamente preparada para sustentar esse novo patamar de operação. Isso demanda planejamento cuidadoso, uma estrutura robusta e uma consciência clara dos desafios e responsabilidades. E estrutura vai muito além de sistemas e equipe; envolve clareza de foco, domínio sobre os produtos e serviços entregues, uma rotina financeira saudável e, crucialmente, a capacidade de sustentar as promessas feitas aos clientes. Portanto, não basta apenas crescer — é fundamental estar pronto para lidar com as consequências e demandas que o crescimento inevitavelmente traz.

Diante disso, leve a sério cada etapa da sua jornada. Evite a armadilha do crescimento desordenado. Dedique tempo para organizar seus processos, estruturar sua operação e, acima de tudo, manter o compromisso inabalável com a jornada, mesmo quando os frutos do seu esforço ainda não forem imediatamente visíveis.

Lembre-se de Marquinhos: ele ficou, perseverou, cresceu e se tornou um símbolo. Mas, antes de colher os louros da vitória, ele soube ter paciência. Soube esperar o tempo certo. Soube amadurecer.

Crescer com consistência pode ser um caminho mais demorado, é verdade. Mas é justamente assim que se constrói algo sólido, algo que realmente permanece e resiste ao tempo.

E você? Está disposto a abraçar e viver o processo, com todas as suas etapas e desafios, ou continuará apenas esperando por resultados imediatos antes mesmo de fincar raízes sólidas?