Setor deve crescer 15% ao ano com a ampliação da concorrência e novos produtos mais acessíveis
A nova lei que regulamenta as cooperativas de seguros no Brasil significa uma mudança considerável para o setor. A medida expande o leque de atuação dessas organizações, permitindo que operem em qualquer ramo de seguros privados, exceto os expressamente proibidos. Anteriormente, as cooperativas estavam restritas a seguros agrícolas, de saúde e de acidentes do trabalho.
Segundo a Million Dollar Round Table (MDRT), a nova legislação é um avanço para democratizar o acesso ao seguro no país. Quando bem regulamentado, as cooperativas obedecem aos critérios e obrigações que a Susep (Superintendência de Seguros Privados) impõe e isso permite que pessoas de diversas camadas sociais tenham acesso a esses produtos.
A Susep, vinculada ao Ministério da Fazenda, estima que a regulamentação pode aumentar o crescimento do setor de seguros em até 15% ao ano. Assim como outras operadoras, as cooperativas também estarão sob a supervisão do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da própria Susep, garantindo maior segurança ao consumidor.
Cooperativismo e concorrência saudável
Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg, reforça os benefícios da nova regulamentação. Ele destaca que as cooperativas promovem um modelo de negócio que combina acesso a produtos financeiros com benefícios para os cooperados.
“No cooperativismo, cada cooperado é cliente e dono do negócio, o que permite a participação nos resultados financeiros por meio do rateio das sobras no final do exercício”, explica Scucato.
Para ele, a entrada das cooperativas no mercado de seguros também amplia a concorrência, beneficiando os consumidores com preços mais acessíveis e condições mais justas.
Mercado de seguros no mundo
O modelo de cooperativas de seguros já é amplamente consolidado em países como Estados Unidos, Canadá e França. De acordo com a Federação Internacional de Cooperativas e Seguros Mútuos (ICMIF), existem cerca de 5 mil cooperativas desse tipo no mundo, atendendo 330 milhões de pessoas e administrando ativos de aproximadamente R$ 10 trilhões.
No Brasil, a expectativa é que a regulamentação impulsione o segmento, contribuindo para um mercado mais inclusivo e dinâmico. Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) mostram que, em Minas Gerais, o setor de seguros faturou R$ 31,1 bilhões em 2024 até outubro, um aumento de 13,9% em relação ao mesmo período de 2023.