A 253ª edição do Panorama do Seguro, programa do Sindseg SP apresentado pelo jornalista Paulo Alexandre e com informações do consultor econômico Francisco Galiza, que foi ao ar hoje, trouxe uma análise detalhada sobre os reflexos da tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul em maio de 2024, um ano após o desastre.
As chuvas intensas daquele período afetaram 95 municípios, resultando em mais de 180 mortes, centenas de feridos e milhares de desabrigados. Estima-se que 2 milhões de pessoas tenham sido impactadas e 600 mil precisaram deixar suas casas. Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), os prejuízos econômicos chegaram a R$ 90 bilhões, refletindo diretamente na economia do Estado e em todo o país.
Com os dados de 2025 já consolidados, Galiza destacou que o evento teve forte impacto na taxa de sinistralidade de diversos ramos de seguros, que apresentaram melhora significativa neste ano. Até agosto de 2025, os índices voltaram a níveis mais equilibrados:
- Empresarial: queda de 90% para 40%;
- Residencial: redução de 62% para 30%;
- Automóvel: diminuição de 97% para 70%.
Segundo o consultor, o comportamento mais estável das taxas de sinistralidade contribuiu para uma rentabilidade positiva do mercado de seguros em 2025, mesmo diante de uma queda no ritmo de crescimento do setor. “Podemos dizer que um dos fatores para a boa rentabilidade deste ano foi a normalização dos índices, que voltaram aos seus níveis históricos”, observou Galiza.
Apesar das perdas expressivas causadas pela tragédia de 2024, o especialista avaliou 2025 como um ano de estabilidade e recuperação para o mercado, impulsionado pela ausência de eventos catastróficos de grande porte. Ele ressaltou, no entanto, a necessidade de políticas de prevenção e adaptação às mudanças climáticas, lembrando que a frequência e a intensidade das catástrofes naturais têm aumentado em todo o mundo — um desafio crescente para a sociedade e para o setor de seguros.
O episódio pode ser conferido em: https://www.youtube.com/watch?v=Y7HAap787qc