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Mitigação de riscos

Mudanças climáticas alertam para Seguro Florestal

Produto cresceu 7% em relação a 2022 e é uma ferramenta importante na gestão de riscos

floresta
Muitos produtores rurais têm direcionado uma parte significativa de suas áreas produtivas para o cultivo de florestas comerciais

Quanto mais florestas, menor risco de desastres. Essa foi uma frase usada por Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo na Fundação SOS Mata Atlântica, em entrevista ao podcast ‘Entre no Clima’. Nela contém algo valioso sobre a preservação das florestas e da Mata Atlântica, em específico, para o combate aos deslizamentos de terra nas encostas. Além disso, já é sabido que quanto mais vegetação, menos aquecimento global, consequentemente, menos mudanças climáticas e menos inundações. 

Isso quer dizer que a preservação ambiental é uma preocupação de toda a sociedade e em todas as localidades do Brasil, principalmente da indústria do seguro. Nesse ínterim, o corretor de seguros deve ficar bastante atento, pois nesse mercado há sim um mar aberto de oportunidades. Isso porque, segundo Cátia Rucco Rivelles, superintendente de seguro rural da MAPFRE, a representatividade do seguro é baixa, possibilitando uma margem de crescimento significativa, considerando a área plantada de florestas com finalidade comercial. Mesmo assim, em 2023, o mercado cresceu 7% em relação a 2022.

Riscos

A crescente preocupação com as mudanças climáticas e a imprevisibilidade do tempo tornou os produtores rurais mais conscientes dos riscos climáticos que suas florestas enfrentam. Com o aumento da temperatura e mudanças de precipitação em virtude das mudanças climáticas, os incêndios florestais se tornaram mais frequentes, mais intensos e de maior escala. 

Esses incêndios e raios podem causar danos catastróficos às florestas comerciais, o que representa uma ameaça perigosa para os investimentos dos produtores. “Há uma expectativa no aumento da comercialização do seguro florestal, devido às intempéries climáticas, que estão mais frequentes e até mesmo pela disseminação da cultura do seguro, seja entre o pequeno ou grande produtor”, diz.

Muitos produtores rurais têm direcionado uma parte significativa de suas áreas produtivas para o cultivo de florestas comerciais. Essas culturas perenes representam uma oportunidade de retorno financeiro a médio e longo prazo, o que implica uma exposição prolongada aos riscos, especialmente aqueles relacionados a eventos climáticos e incêndios. “O seguro florestal é uma ferramenta importante na gestão de riscos, garantindo que os produtores estejam preparados para enfrentar adversidades inesperadas”, acrescenta Carla.

Cobertura para seguro florestal

Com cobertura em todo o território nacional, há proteção contra os principais eventos climáticos que podem assolar as florestas desenvolvidas para fins comerciais. Em casos de incêndio ou raio que provoque danos à floresta segurada, a cobertura básica da MAPFRE garante ao produtor rural uma indenização pelo valor gasto com a recuperação da área ou seu valor comercial, nos limites máximos fixados na contratação. Entre as principais espécies aceitas estão eucalipto, pinus, araucária, seringueira, mogno, teca, cedro australiano, acácia e demais espécies florestais implantadas para fins comerciais.

Além da cobertura básica, também há a possibilidade de cobertura adicional para fenômenos meteorológicos. Entre eles estão seca, granizo, geada, tromba d’água e chuvas excessivas, além de ventos fortes e queda de aeronaves. Já os principais riscos excluídos envolvem pragas e doenças, riscos catastróficos como ciclones e tornados. Há também ensaios ou experimentos, atos ilícitos, negligência, invasões, lucros cessantes, incêndios propositais para limpeza do terreno e florestas naturais.

Os corretores podem aproveitar a oportunidade de oferecer o Seguro Floresta como parte de um pacote de seguros agrícolas mais amplo. Isso pode incluir seguros para lavouras, propriedades rurais e equipamentos agrícolas. A diversificação da oferta de produtos pode aumentar a fidelidade do cliente. Além disso, o cultivo de florestas comerciais é um empreendimento de longo prazo. “Dessa forma, os corretores podem manter um relacionamento contínuo com os clientes ao longo dos anos, gerenciando renovações de apólices”, destaca.

Desafios

Entretanto, trata-se de um produto ainda pouco difundido no Brasil e poucos produtores conhecem. O desafio deste mercado é ampliar a oferta do produto. Dessa maneira, seria possível permitir que os produtores conhecessem suas coberturas e escolhessem o melhor tipo de proteção, considerando as especificidades de sua propriedade, como a espécie da planta, região, idade da floresta, entre outros aspectos.

Hoje, a MAPFRE atende desde pequenos fomentos até grandes empresas de papel e celulose. “Isso significa que conseguimos adaptar a oferta para a necessidade do segurado, dando segurança para o produtor. Já tivemos diversos casos em que após um grande incêndio a perda da floresta foi completa e ter o seguro garante a continuidade das atividades econômicas desse cliente. Por outro lado, na parte tecnológica, há grande avanço no monitoramento dos riscos através de imagens de satélites e de informações climáticas em tempo real, que auxiliam também o acompanhamento da apólice”, finaliza Carla.