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Para elucidar questões sobre o Metaverso – a tecnologia que permite o contato e interação de pessoas, que virou a ferramenta utilizada em reuniões corporativas, treinamentos e apresentações – muitas companhias têm conseguido uma rotina 100% virtual
Com informações da Revista Insurance Corp
Mas afinal o que é Metaverso? Andrea Miranda, cofundadora e CEO da STANDOUT, explica, “que conceito do Metaverso é um ambiente digital, pessoas virtuais trabalhando, se divertindo, e (por que não?) consumindo! Ao colocar os óculos de realidade virtual podemos, por exemplo, entrar no multiverso de uma seguradora para adquirir um seguro para um carro real, com o apoio da tecnologia para demonstração de cada item do seguro. Imagine ter um carro furtado, usando o avatar do futuro segurado, é muito mais convincente”, explica a executiva.
Metaverso no Mercado de Seguros
As seguradoras têm usado diferentes abordagens para entrar no Metaverso e tirar proveito dos seus recursos. Algumas envolvendo tecnologias bem conhecidas, como realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR). A realidade aumentada e a virtual oferecem um modo diferente para as empresas se conectarem com clientes, treinar equipes e coletar informações com mais facilidade, independentemente das condições e localização, comenta Nádia Alencar diretora de Tecnologia para o setor de seguros, da NTT DATA. “Uma companhia de seguros da Suíça tinha como objetivo em 2022 capacitar sua equipe de atendimento. Para mostrar os problemas decorrentes de um mau atendimento, realizou o treinamento no Metaverso. A ideia era gerar um canal inovador para aumentar a aproximação com o cliente e criar relações baseadas na empatia”, relata Nádia.
Como funciona na prática? “Ao usar óculos de realidade virtual, os funcionários eram transportados para uma sala virtual com o cliente, que relatou estar com a máquina de lavar roupas quebrada, em uma casa com três crianças e sem atendimento por mais de 20 dias. Ainda que uma simulação, os áudios da cliente eram de uma ligação real durante a pandemia. No fim da experiência, os colaboradores debatiam sobre como evitar o problema da cliente”, confidencia. Outro exemplo de como as seguradoras estão caminhando rumo ao Metaverso é por meio de vistorias e avaliações remotas.
“Uma seguradora alemã buscou transformar digitalmente todo o processo de sinistros. Seu objetivo era modernizar a experiência, aumentando a eficiência de ajustadores de campo e melhorar a comunicação e o processo de reparo, comenta Luana Brigo, UX Writer NTTData. E continua, “a seguradora implantou uma assistência visual alimentada por AR e AI, permitindo que os avaliadores realizassem em vídeo ‘ao vivo’, os sinistros de locais remotos. O agente podia ver o cliente através do dispositivo móvel, e executava a sessão, coletando dados como assinaturas, fotos em HD e geolocalização. Em menos de um ano, a seguradora conseguiu processar cerca de 100.000 reivindicações de vídeo remotas e evitar que seus ajustadores dirigissem mais de 6,3 milhões de quilômetros em viagens desnecessárias”, completa.
Já Emir Zanatto, CEO da TEx Tecnologia, garante que o Metaverso, tem potencial para ser aplicado no setor de seguros a médio prazo, com rápida evolução das tecnologias digitais e a crescente adoção de ambientes virtuais. “É provável que as seguradoras explorem maneiras de oferecer produtos e serviços adaptados a esse novo cenário. Algumas aplicações possíveis incluem avaliação de risco virtual, simulações de sinistros e atendimento ao cliente por meio de avatares inteligentes. Além disso, podem criar produtos específicos para proteger ativos digitais, como propriedades virtuais e itens dentro do Metaverso”, relata Zanatto.
O executivo dá um exemplo da utilização na indústria seguradora. “Um dos conceitos mais interessantes que tenho estudado sobre o Metaverso é o dos Digital Twins, ou gêmeos digitais, ou seja, à criação de representações virtuais detalhadas e precisas de objetos, processos ou sistemas do mundo real. Inclusive com a mesma física aplicada do mundo real. Dessa forma, o que vejo como aplicação é para Avaliação de Risco, Prevenção de Sinistros e mesmo Gerenciamento de Sinistros. Imagine, isso já acontece, que os gêmeos digitais podem ser usados para simular e analisar eventos de sinistros, como incêndios, inundações ou falhas de equipamentos. Isso pode ajudar as seguradoras a entender melhor a causa e o impacto desses eventos, agilizando o processo de gerenciamento de sinistros e proporcionando uma resolução mais rápida e eficiente para os clientes”, justifica.
E mesmo para conseguir precificar, de forma muito mais eficiente esses riscos. “Esse é um assunto para longos debates, pois é um assunto fascinante”, reflete Amir sendo categórico. “O Metaverso é a próxima fronteira e é até natural que aconteça, o que permite que, além dessas duas formas, você possa literalmente entrar na internet ou então, pegar a internet e levar ela para o mundo real. Mixando as realidades, permitindo que o mundo real se torne mais digital (Realidade Aumentada) e que o mundo digital se torne mais real (Realidade Virtual), e criando a mistura entre elas (Realidade Mista)”, finaliza. Que a Inteligência Artificial e o Metaverso, vieram para agilizar, movimentar e tirar todos da zona de conforto de uma outra era, já sabemos. Agora nos resta conhecer melhor, todas características, para explorar e utilizar seus mecanismos e colocar na prática no mundo corporativo. Estamos apenas desenhando, os primeiros passos, para fomentar o setor que há tempos flerta com tanta inovação.
“Os perfis dos usuários que cometem crimes no Metaverso provavelmente serão diferentes. Não é porque uma pessoa diz ser determinado alguém, que ela realmente é esse indivíduo. Bem, como toda sua complexidade, afinal a IA é a novidade e o Metaverso ainda gera muitas dúvidas e incertezas”, provoca Barbara Fraga, head Data Science da A3 Data.
“O próprio Meta (Facebook) anunciou, agora em março, que irá focar seus esforços neste recurso, e isso possivelmente está associado à necessidade de integração dessas duas tecnologias tão promissoras que ainda não são tão exploradas em conjunto” informa Fraga.
“Na minha opinião a IA tem muito a contribuir com o Metaverso, principalmente quando falamos de NLP (Processamento de linguagem Natural). Imagine o usuário interagindo no Metaverso com todo mundo e todos estão falando sua língua nativa, isso seria fantástico!”, sugere categórica Barbara Fraga, que além de atuar na A3 Data, é consultora especializada em dados e inteligência artificial e mestre em ciências da computação pela UFMG.