Com o intuito de atender às novas necessidades da sociedade brasileira, informação é o principal recurso. Com isso, é possível ter empatia, personalizar, criar produtos, evoluir e proteger cada vez mais a população. Foi sobre isso que a palestra “Novo cenário de seguros no Brasil”, no Conec 2023, falou através das principais companhias.
Ivan Gontijo, presidente do Grupo Bradesco, afirmou que o mercado hoje é enxergado pela população. “O corretor está cada vez mais especialista em pessoas o que diferencia sua atuação. Inclusive, na Bradesco Seguros o profissional é responsável por 98% do faturamento da companhia”, diz.
Contextos
Sobre as oportunidades que estão por vir por meio da transformação, Patrícia Chacon, CEO da Liberty, explica que o papel dos gestores das companhias não é apenas gerenciar as seguradoras, mas sim, reinventar os negócios a cada ciclo. “Temos um consumidor que está evoluindo as suas preferências. Por isso, precisamos criar soluções personalizadas com coberturas e serviços que atendam essas necessidades”, frisa.
A gestora acentua que a dualidade econômica é uma mudança de contexto que precisa ser observada pelas companhias. Por um lado, existem setores crescendo. Mas também segmentos da população com o bolso impactado, que precisam de produtos mais enxutos. “Nesse sentido, companhias e corretores precisam se apoiar mutuamente para fazer o seguro chegar em todos. Muitas das soluções da companhia são cocriadas com informações adquiridas pelo corretor, por meio de demandas de segurados”, enfatiza.
Tecnologia e informação
O corretor deve usar os canais digitais como aliados para interagir com o cliente, já que o mercado melhorou esses serviços desde a pandemia e não parou mais. Com isso, o cliente se acostumou a experimentar os modelos digitais formando um novo tipo de consumidor. Entretanto, o crescimento do mercado depende do uso correto dos canais.
Adilson Lavrador, diretor Executivo de Operações, Tecnologia e Sinistros da Tokio Marine Seguradora, destaca que a tecnologia está pujante e evoluindo o mercado segurador. “Esse novo consumidor quer uma resposta rápida e precisa. Como o corretor tem o cliente em suas mãos, ele tem informação, que é o novo petróleo. O que o mercado busca está nessas informações. Por isso que os canais digitais não vão substituir o corretor, mas sim ajudá-los. Entretanto, esses canais deverão ser mais poderosos na interação e humanizados. O crescimento sustentável desse mercado depende de como iremos explorar e usar isso da melhor maneira possível”, acentua.
O importância do mercado no futuro
Como citado acima, a tecnologia está para facilitar o processo da distribuição. Edson Franco , CEO da Zurich Brasil, acentua que discutir o futuro muitas vezes é um falso dilema. Segundo ele, há 25 anos, o seguro começou a ser distribuído em bancos, depois vieram novas ameaças que ditam o fim do corretor de seguros. Todavia, de acordo com ele, culturalmente a distribuição pelo corretor é aceita pela população. “Temos que olhar para as oportunidades, sendo que 25% da frota de automóveis é segurada, 15% da residencial, 17% dos brasileiros tem um seguro de vida, menos de 5% tem seguro celular, e menos de 10% do pequeno e médio empresário tem seguro. Isso significa que temos o desafio de colocar mais produtos a serem distribuídos pelo corretor, que hoje é monoprodutos. Uma solução é a gestão de risco completa daquele núcleo familiar ou corporativo. Temos que contribuir para nossa principal missão: trabalhar num segmento que faz o bem e que cumpre a missão social de proteção”, cita.
Com os novos riscos, Felipe Nascimento, CEO de Seguros da Mapfre, explica que as companhias precisam estar antenadas para as informações vindas das mudanças comportamentais. “Temos hoje a mobilidade, carro conectado autônomo, mudança de meios de pagamento, forma de interação das pessoas com redes sociais. Dessa maneira, temos que olhar as oportunidades que surgem com esses riscos para cobrir as novas necessidades. Assim, aumentar a parcela da população coberta e fazê-los entender a importância do seguro, por meio da gestão de portfólio”.
Já Alexandre Camilo, corretor de seguros, ex-superintendente da Susep, menciona que a superação é aceitar e entender as mudanças. “Como disse Albert Einstein, ‘quem supera os desafios, supera a si mesmo sem nunca ter sido superado’. Por isso, é necessário perceber as mudanças diante de nós, tais como o comportamento social, hábitos, valores, medos, ansiedade, desigualdades, violência, expectativa de futuro, eventos climáticos, sanitários, cibernéticos e riscos financeiros. A busca pela segurança e tranquilidade será cada vez maior e o seguro supre essas necessidades de maneira incomparável. Sendo assim, a atitude fundamental do corretor é de estar atento a esses cenários”, declara.
Engajamento
Duas coisas importantes em movimentos de aquisição e fusão de companhias é a capacidade de engajar corretores e unir talentos. Esse é o caso da HDI, Liberty e Sompo. Eduardo Dal Ri, CEO da HDI, expõe que a intenção é a criação de empresas mais fortes com mais capacidades de suprir e investir mais no mercado. “Temos que pensar na diversificação, subscrição de riscos e criação de relacionamentos longos. A Liberty está fazendo sucesso na gestão de corretores e a gente se preparou muito para essa compra. Agora é torcer para que dê certo, com junção de dois dois grupos de talentos para criar uma empresa ainda melhor”, finaliza.