As seguradoras brasileiras registraram um aumento no faturamento durante o primeiro semestre de 2024, totalizando R$ 99,2 bilhões – um crescimento de 9,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O segmento de Vida foi o principal responsável por essa alta, representando 60% do aumento e gerando R$ 5,2 bilhões adicionais em prêmios emitidos. Em junho, o setor arrecadou R$ 17,7 bilhões, crescimento de 4,6% na comparação com o mesmo mês de 2023, de acordo com o 44º Boletim IRB+Mercado.
Apesar do impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, a sinistralidade no primeiro semestre de 2024 fechou em 43,6%, uma leve redução de 0,7 ponto percentual (p.p.) em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em junho, no entanto, o índice chegou a 47,6%, um aumento de 7,4 p.p. devido, principalmente, aos sinistros nos seguros Patrimonial, Habitacional e Rural. Ainda assim, o aumento foi menor que o observado em maio, sinalizando que os efeitos do desastre natural estão sendo absorvidos pelo setor.
O resseguro também apresentou crescimento, com R$ 13,4 bilhões cedidos pelas seguradoras nos primeiros seis meses do ano – um aumento de 3,3%, impulsionado pelos produtos Patrimonial e Petróleo. O lucro líquido das seguradoras manteve-se estável, totalizando R$ 17,4 bilhões.
Segmento de Vida lidera o mercado com 35,2% de participação
Com uma participação de 35,2% no mercado de seguros brasileiro, o segmento de Vida continua em expansão, apresentando crescimento de dois dígitos em todos os meses de 2024. O faturamento em junho foi de R$ 5,9 bilhões, e no acumulado do semestre, a alta chegou a 17,5%, puxada pelos ramos de Vida, Prestamista e Acidentes Pessoais.
A sinistralidade do segmento registrou uma leve queda de 0,8 p.p., fechando o semestre em 29%.
O desempenho positivo do seguro de Vida está relacionado à melhora no mercado de trabalho, com 1,3 milhão de vagas de emprego formal criadas no período, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Isso elevou o total de empregos com carteira assinada para 46,8 milhões, 3,8% a mais que no primeiro semestre de 2023.
Automóvel e seguros de Danos e Responsabilidades também apresentam crescimento
O setor de automóveis emitiu R$ 4,6 bilhões em prêmios no mês de junho, com crescimento acumulado de 0,9% no semestre. Apesar dos impactos das enchentes no RS, a sinistralidade no semestre foi de 59,9%, praticamente estável em relação ao ano anterior.
Já o segmento de Danos e Responsabilidades arrecadou R$ 4,2 bilhões em junho, com um crescimento de 11% no semestre. Destaques incluem os seguros de Riscos Nomeados e Operacionais, que cresceram 12,7%, e o de Petróleo, com alta de 30,7%.
A sinistralidade chegou a 47,2% no período, influenciada pelas enchentes, principalmente nas coberturas de Riscos Operacionais e Habitacional.
Avanço nos seguros Residencial e Rural
O setor de seguros Individuais contra Danos fechou o semestre com um crescimento expressivo de 17,8%, impulsionado pelo seguro Compreensivo Residencial, que representou quase 50% dos R$ 1,2 bilhão de faturamento adicional. A sinistralidade no semestre foi de 35,3%, refletindo também os desastres no RS.
No segmento Rural, o faturamento atingiu R$ 1 bilhão em junho, com um aumento de 0,4% no semestre. A sinistralidade, porém, foi de 30,7% em junho e 42,9% no acumulado do semestre, influenciada pelas adversidades climáticas.
Seguro de Crédito e Garantia registra crescimento
O setor de Crédito e Garantia emitiu R$ 547 milhões em prêmios em junho e apresentou crescimento de 10% no semestre, com destaque para os produtos Garantia Setor Público e Privado. A sinistralidade desse segmento recuou 57,8 p.p. no semestre, atingindo 23%.