Uma pesquisa recente aponta para uma baixa adesão ao Seguro de Vida no Brasil, revelando um mercado com amplo potencial de crescimento e uma necessidade de maior conscientização por parte do consumidor.
Dados de um levantamento do Ibope, divulgado pelo SEGS e reforçado pela pesquisa Fenaprev/Datafolha 2024, indicam que apenas 15% dos brasileiros possuem Seguro de Vida. Este percentual sugere um desconhecimento generalizado sobre a função central deste tipo de proteção, apresentando um cenário de trabalho para o corretor de seguros.
A função do seguro na proteção financeira
O desafio do mercado não estaria na falta de necessidade, mas sim na falta de cultura e compreensão sobre a natureza distinta do Seguro de Vida em relação a outras ferramentas financeiras, como planos de saúde, previdência e investimentos.
- Investimento: tem a finalidade de alavancar patrimônio.
- Previdência: é desenhada para garantir renda futura.
- Plano de Saúde: tem como objetivo custear despesas hospitalares.
- Seguro de Vida: sua função é proteger o patrimônio, garantir liquidez e proteger a renda em momentos de crise.
Enquanto a previdência é um produto de acúmulo que depende da continuidade de aportes, o Seguro de Vida atua como um garantidor financeiro. A indenização tem liquidez quase imediata e possui um caráter social, pois ajuda a manter o padrão de vida do indivíduo ou de sua família por um período determinado.
Seguro é um escudo contra imprevistos
A complementaridade do Seguro de Vida fica clara em situações críticas. Em casos de doenças graves ou incapacidade temporária, a queda na renda pode levar ao risco de inadimplência em compromissos de longo prazo, como o financiamento da casa própria.
O seguro entra nessa dinâmica para fornecer o valor necessário para o custeio de despesas essenciais.
É fundamental entender que o plano de saúde custeia despesas hospitalares dentro do previsto em contrato. O Seguro de Vida, por sua vez, injeta capital diretamente na rotina do segurado, podendo cobrir medicamentos, tratamentos auxiliares ou permitir a busca por profissionais fora da rede.
O Seguro de Vida também desempenha um papel na estabilidade financeira, oferecendo coberturas que podem garantir renda diária de internação, calculada com base no padrão de vida, e capital para invalidez permanente, que pode ser transformado em renda mensal.
A vantagem da não concorrência
Não se trata de um erro quando o consumidor prioriza investimentos ou previdência, mas sim de uma lacuna na educação financeira. O Seguro de Vida não concorre com esses produtos, pois as funções são completamente diferentes.
Enquanto investimentos e previdência exigem aportes contínuos e estão sujeitos à tributação, o seguro se destaca por garantir a indenização total mesmo que poucas parcelas tenham sido pagas. Além disso, o Seguro de Vida não sofre tributação no momento do pagamento da indenização.
O seguro ainda protege o patrimônio familiar de ser desfeito em momentos de emergência. Ao injetar capital segurado em uma família ou empresa, ele garante a liquidez necessária para cobrir processos como inventário, honorários advocatícios e taxas cartorárias, impedindo a venda apressada de bens.
Por tudo isso, corretor, seu trabalho consiste em apoiar o cliente para que ele tenha todas as soluções necessárias e compreenda como cada uma opera.
É importante que o profissional evite a detração de outros produtos financeiros, pois todas as ferramentas citadas são complementares no círculo de proteção do cliente.
Não existe um “momento ideal” único para a contratação, pois a decisão depende da realidade financeira, das responsabilidades familiares, dos projetos e do padrão de vida que se deseja proteger.
A compreensão do seguro vai além da ideia de proteção contra mortes, abrangendo a proteção de saúde, renda, patrimônio e projetos futuros. O produto deve ser visto como um investimento em tranquilidade e continuidade para a vida do segurado e de seus dependentes.