A relação entre o cliente e a seguradora é baseada em uma premissa fundamental: a adimplência. Pagar o seguro em dia não é apenas uma obrigação contratual, mas a garantia de que a proteção estará ativa e que a seguradora honrará o contrato em caso de sinistro.
A inadimplência pode levar à suspensão ou cancelamento da apólice, por isso, o corretor de seguros assume um papel importante e que vai além da venda: ele se torna o guardião da adimplência do cliente, atuando como um consultor proativo que garante a continuidade da proteção.
O risco invisível da inadimplência
Para o cliente, o não pagamento de uma parcela pode parecer um simples atraso administrativo, mas as consequências podem ser sérias.
De acordo com as normas da Susep (Superintendência de Seguros Privados), o atraso no pagamento pode resultar na suspensão imediata da cobertura ou, dependendo do tempo, no cancelamento definitivo da apólice.
A principal tragédia desse cenário é que, caso um sinistro ocorra durante a suspensão, a seguradora estará desobrigada de indenizar o cliente, transformando um pequeno descuido financeiro em uma grande perda patrimonial.
O corretor como consultor de pagamentos
É aqui que o corretor experiente demonstra seu valor. Em vez de esperar o cliente falhar, ele utiliza o relacionamento para prevenir o risco da inadimplência.
Confira 3 estratégias que o corretor deve adotar para blindar a adimplência do cliente.
1. Comunicação digital e lembretes proativos
O WhatsApp Business ou outros canais de mensagens é o melhor aliado do corretor.
- Lembretes: enviar lembretes curtos e amigáveis um ou dois dias antes da data de vencimento. A comunicação deve ser leve e focada no benefício: “Olá, só lembrando do vencimento do seu Seguro Auto amanhã para garantir que sua proteção continue ativa. Qualquer dúvida, estou à disposição!”
- Envio da 2ª via imediata: se o cliente alegar que perdeu o boleto, a agilidade é importante. O corretor deve ter o processo de envio da segunda via da parcela na palma da mão, garantindo que o pagamento possa ser feito instantaneamente.
2. Relacionamento humanizado e diagnóstico de dificuldades
A adimplência é sustentada pelo bom relacionamento. O cliente que confia no corretor é mais aberto a compartilhar eventuais dificuldades financeiras.
- Identificação precoce: se o cliente atrasar a primeira parcela, o contato não deve ser de cobrança, mas de diagnóstico. Pergunte se ele prefere mudar a forma de pagamento (cartão, débito em conta) ou ajustar a data de vencimento para um momento mais favorável do seu fluxo de caixa.
- Educação sobre o risco: é dever do corretor educar. Explique claramente o que significa a suspensão da cobertura e o risco de ficar desprotegido. A clareza sobre as consequências reforça a importância do pagamento.
3. Flexibilidade na contratação
O corretor deve ser um consultor de soluções de pagamento desde o momento da venda.
- Opções de pagamento: sempre ofereça as opções de débito em conta ou cartão de crédito. Essas modalidades automatizam o processo, reduzindo o risco de esquecimento do cliente.
- Melhor data de vencimento: sugira que a data de vencimento seja próxima ao recebimento do salário ou renda principal do cliente, otimizando o fluxo de caixa pessoal e garantindo o recurso para o seguro.
O corretor pode e deve gerenciar a adimplência, assim, ele transforma uma simples transação financeira em um ato de cuidado e consultoria, fortalecendo a confiança e, acima de tudo, garantindo que a promessa de proteção da apólice seja cumprida quando o cliente mais precisar.