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Tecnologia

Tendências de tecnologia para o mercado de seguros em 2024

Inteligência Artificial, soluções mobile, telemetria e dispositivos vestíveis serão destaque

Imagem: Freepik
Imagem: Freepik

O mercado tecnológico está em constante evolução e com a chegada de 2024 uma série de tendências são apontadas para revolucionar processos e redefinir experiências.  A sustentabilidade e a implementação e expansão do 5G e da Inteligência Artificial (IA) devem ditar o jogo e ser tópicos chaves para os demais avanços.

O setor de seguros está entre os que mais incorporam novas tecnologias, acelerando o crescimento e ampliando o seu alcance. Segundo o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PMDS), encabeçado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNseg), o segmento quer aumentar a sua participação no PIB de 6,5% para 10%, aumentar em 20% a população atendida e crescer o volume de indenizações de 4,6% para 6,5% até 2030.

Confirmando a expectativa, a agência de classificação de risco Fitch afirma que os prêmios no setor de seguros no Brasil devem crescer 7% em 2024.

Mais um ano começando e, cada vez mais, precisamos entender o quanto a inovação em tecnologia é fundamental para o crescimento das organizações. Confira, a seguir, algumas tendências para o setor em 2024 e o porquê é fundamental considerá-las nos negócios. Claro que não são as únicas que estão por vir e, também, vale reforçar a importância de customizá-las para cada empresa do mercado.

Transformação digital

A indústria de seguros passará por forte transformação em 2024, quando a agilidade e a centralização no cliente serão os principais diferenciais no mercado global competitivo, na visão da Insurtech Insights. E com o consumidor no centro das atenções das empresas e ostentando o poder da mudança, facilitar a vida dele e valorizar sua jornada e relação com a marca passou a ser essencial.

Para apoiar nessas mudanças, as seguradoras estão adotando tecnologias inovadoras para melhorar seus processos e a satisfação dos clientes.

Inteligência Artificial

Para Fabricio Visibeli, sócio Diretor da CBYK, empresa que desenvolve softwares e soluções personalizadas de TI, com a Inteligência Artificial as seguradoras podem analisar terabytes de dados de forma rápida e objetiva, identificando padrões e mesmo personalizando os seguros individualmente. “A detecção de fraude é uma área importante em que as seguradoras utilizam a IA, que facilita o combate a sinistros falsos ou exagerados, seguros fantasmas, declarações falsas de informações pessoais, acidentes forjados e fraudes por colisões múltiplas, entre outras funções”. 

Bruno Yoshinori, Gerente de Projetos da SIS Innov & Tech, consultoria em inovação, transformação digital e Tech. Hunting, acrescenta que o mundo pode se preparar para lidar com IAs ainda mais sofisticadas. “Os algoritmos de aprendizado de máquina vão se tornar mais precisos e eficientes, permitindo que as empresas aproveitem insights baseados em dados para uma melhor tomada de decisões. O processamento de linguagem natural vai permitir interações mais humanas com chatbots e assistentes virtuais alimentados por IA, enriquecendo ainda mais as experiências do cliente”.

Com soluções de código aberto e custos e complexidade de sistemas mais baixos, a democratização da IA será cada vez mais rápida e útil. O gerenciamento de estoque de uma fábrica, por exemplo, pode ser automatizado por meio dos recursos de reconhecimento de imagem da IA. “Esses sistemas podem permitir a manutenção preditiva, minimizar o desperdício e melhorar a segurança dos funcionários”, afirma o gerente.

Usar IA para diagnóstico na área da saúde é outra tendência. “A medicina está se unindo, cada vez mais, com startups da indústria de tecnologia para dedicar recursos para detectar doenças em fase precoce do desenvolvimento, por exemplo”, diz Bruno Yoshinori.

Resiliência cibernética

Com a expectativa de que os ataques cibernéticos alimentados por IA representem uma ameaça crescente em 2024, esse é, mais do que nunca, um tema a ser abordado em todos os níveis de uma organização.

De acordo com Bruno Yoshinori, todos precisam ser educados sobre a importância das habilidades de segurança – desde a detecção de ataques de phishing (crimes cibernéticos no qual pessoas tentam tirar proveito de outras pessoas na internet) e ransomware (software de extorsão que bloqueia o computador e pode exigir um resgate para desbloqueá-lo) até o uso seguro de senhas. É essencial realizar auditorias regulares de cada equipamento da empresa.

Computação quântica

Conforme os volumes de dados crescem, aumenta também a necessidade de extrair insights de forma ágil. “Na área da saúde, por exemplo, a computação quântica pode ser valiosa na simulação de processos químicos, na otimização de projetos farmacêuticos e no avanço do desenvolvimento de tratamento médico personalizado por meio da genômica. Já no setor financeiro, pode reduzir drasticamente os riscos de mercado, melhorar a detecção de fraudes e acelerar a integração dos clientes”, aponta Bruno Yoshinori.

Os veículos autônomos também explicam a tendência. “Leva, em média, 10 horas para carregar totalmente um carro elétrico em casa. Com a tecnologia quântica, esse tempo poderia ser reduzido para apenas três minutos em casa e alguns segundos em estações de carregamento de alta velocidade”, diz o especialista.

Soluções mobile

Com os aplicativos móveis, tudo precisa estar na palma da mão! É possível cotar, contratar e fazer alterações no seguro com apenas alguns toques. “Ter o próprio aplicativo para fornecer aos clientes acesso fácil a informações como apólices, sinistros e pagamentos em seus dispositivos móveis é uma das aplicações básicas que as seguradoras podem oferecer a fim de melhorar a experiência do cliente e aumentar a eficiência operacional”, comenta Fabricio Visibeli.

De acordo com Bruno Yoshinori, “com agilidade e latência reduzida, o 5G permitirá o funcionamento contínuo de aplicações em tempo real, como dispositivos de realidade virtual, aumentada e Internet das Coisas (IoT)”.

“Essa mudança também abrirá caminho para uma telemedicina melhorada, cidades inteligentes e veículos autónomos, impulsionando a inovação e o crescimento econômico”, diz Yoshinori.

Telemetria

O eventual comportamento desonesto dos segurados traz enormes prejuízos para as seguradoras. “Essas fraudes podem resultar em perdas financeiras significativas para as empresas, além de aumentar os prêmios para todos os segurados. A telemetria pode ajudar as seguradoras a identificar falhas na forma de condução dos motoristas, além de fornecer informações sobre o desempenho do automóvel. Assim, os prêmios podem ser ajustados de acordo com cada perfil”, avalia Fabricio Visibeli.

Dispositivos vestíveis e Internet das coisas (IoT)

Os dispositivos vestíveis possibilitam a coleta de dados valiosos para monitoramento de aspectos da saúde dos segurados em tempo real, como frequência cardíaca e qualidade do sono, permitindo às seguradoras reduzir custos, identificar riscos e prevenir sinistros. “As informações possibilitam também que as seguradoras incentivem hábitos saudáveis e ofereçam descontos a eles relacionados para os clientes”, aponta Fabricio Visibeli.

Empresas em todo o mundo aproveitaram os benefícios da IoT nos últimos anos e os consumidores estão se acostumando com uma variedade maior de wearables (ou dispositivos tecnológicos para vestir) e produtos conectados. Esta é uma tendência que não será deixada de lado, uma vez que a integração do físico com o digital continua em alta.

 “O mercado de wearables continua em crescimento. No próximo ano, será possível ver uma variedade de recursos muito além das funções básicas e do entretenimento. “É o caso de anéis inteligentes, por exemplo, que permitem que os usuários façam pagamentos, destranquem portas e compartilhem informações”, completa Bruno Yoshinori.

A tecnologia e suas inovações têm um grande potencial para acelerar e escalonar os negócios. Para tanto, as empresas precisam ter um bom entendimento de seus processos internos, das necessidades do seu público e do contexto de mercado em que estão se desenvolvendo. É fundamental ter essa sensibilidade com o objetivo de capturar os sinais de tendências e mudanças tecnológicas para aproveitá-las, mas sempre questionar os impactos no futuro.