O contexto da sociedade 5.0 já faz parte do seu cotidiano? Se ainda não faz, precisa começar a emergir nesta conjuntura. A Deloitte realizou um estudo que trata dos cenários e tendências que impactam a gestão organizacional. Além disso, o conteúdo fala sobre como os modelos de negócios estão sendo transformados, saindo da cultura taylorista para os agentes livres.
Ao analisar o futuro do trabalho pelas lentes de clientes, colaboradoras e empresas, a perspectiva é diferente no que se refere a fatores para a tomada de decisão, eficiência, oportunidades e motivos para fazer a diferença. Segundo o estudo, os clientes têm o objetivo de adquirir produtos e serviços por recursos mínimos, satisfazer necessidades conhecidas e não atendidas, e alcançar aspirações por si e pelos outros.
Já para os colaboradores, o intuito é reduzir o esforço e o tempo necessários para o trabalho. Além disso, desejam desenvolver habilidades, competências e potencial para um futuro avanço. Essa força de trabalho do amanhã busca se conectar a um propósito maior e realizar um trabalho que alcance mais o seu potencial. Por outro lado, na perspectiva das empresas, o foco está em uma operação mais rápida e mais barata, em que seja possível crescer as receitas e expandir as margens. A lente está voltada também em articular um propósito que interesse a todos os stakeholders.
As pessoas e o trabalho do futuro
Luis Rasquilha, CEO da Inova, parceira Mapfre, comenta que todo esse contexto apresentado no estudo somado às tendências mudam as características do trabalho no futuro. Desta maneira, a gestão passa por transformações, incluindo atividades automatizadas para ocupações de baixo valor agregado e que demandem ajustes. Neste caso, haverá mais velocidade devido a inteligência artificial (IA).
Outra característica do trabalho do futuro é que será mais digital e conectado. Por causa disso, haverá coleta maciça de dados e gestão em tempo real. “Esses dados incorporados ao ponto anterior nos trazem para uma realidade mais inteligente, em que ações preditivas com base em análise de dados feita por IA promoverão melhoria contínua e inovação. Isso quer dizer que teremos a antecipação das necessidades do nosso cliente”, diz.
A flexibilidade é algo que também já é vista no ambiente corporativo e tende a continuar assim em projetos, em manufatura e em logística. Para adequação imediata das mudanças de demanda, os times aprendem mais facilmente e ultrapassam barreiras e dificuldades para entregar resultados superiores. “Isso quer dizer que deixamos de ser verticalizados para termos mais abertura”, afirma.
O planeta se mostra cada vez mais sustentável, com uso racional e responsável de seus recursos e da energia. Isso porque haverá mais gente no mundo. Com isso, também o globo será mais humano, pois as pessoas continuam sendo o centro das atenções neste cenário, treinadas e com seus talentos especiais aflorados e valorizados. “O CNPJ é o somatório dos cpf’s”, ressalta o CEO.
Coesão social
O trabalho tem significado e importância para indivíduos e para a sociedade como um todo, e transcende o meramente econômico ou financeiro. O trabalho é a atividade humana central, fundamental para a auto realização e coesão social. “A partir do momento que vemos significado, propósito, relevância, como meios incorporados na filosofia de gestão, nós temos que tomar decisões de como melhorar o contexto para que as pessoas sejam pessoas, e não mais filhos do modelo taylorista, preparados apenas para executar”, descreve.
Na visão do gestor, alguns empregos podem até acabar, mas o trabalho sempre existirá. Há que se desenvolver e maximizar seu nível de trabalhabilidade – capacidade de desenvolver o nível de performance alinhado ao contexto. “Esse novo contexto traz posições e organogramas mais fluidos e exercício de funções diversificadas em um único local de trabalho, com forças de trabalho descentralizadas. Isso quer dizer que funcionários e empresas não precisam estar no mesmo local”, conta.
Muito além da remuneração, a motivação para o trabalho está no alinhamento de propósitos, na capacidade de aprender, desaprender e reaprender. A tecnologia aumentará cada vez mais os empregos humanos e a adaptabilidade é a chave para o futuro. “A sociedade 5.0 é o resultado de um modo de vida mais inteligente, eficiente e sustentável, com qualidade de vida e inclusão. Quando falamos em 4.0, falamos em conectividade. Já quando falamos em 5.0, falamos em tecnologia a serviço das pessoas”, finaliza.
