A indústria de seguros da América Latina continuará expandindo-se acima do ritmo da economia regional em 2026, segundo o Latin America Market Report 2025, divulgado pelo Swiss Re Institute. O estudo reforça que, mesmo em um cenário de moderação da atividade econômica, o mercado segurador permanece resiliente, impulsionado pela maior demanda por proteção, pelo avanço da digitalização e pela ampliação de canais de distribuição. O relatório completo está disponível no site da Swiss Re Institute.
O documento aponta que os prêmios totais de seguros na América Latina devem crescer 4% em termos reais em 2026, mantendo a tendência observada nas últimas duas décadas, em que o setor avança de forma consistente acima do PIB. Esse desempenho é sustentado pela expansão dos segmentos de Vida e Saúde, estimada em 4,6% e influenciada pelo maior interesse por produtos de poupança e por coberturas de saúde, e pelos Ramos Patrimoniais e de Responsabilidade, que devem crescer 3,2%, apoiados pela digitalização, pela bancassurance e por parcerias de afinidade.
O panorama econômico apresentado pela Swiss Re indica que o PIB real da América Latina deve se expandir 2,1% em 2026, superando o crescimento de 1,9% previsto para 2025, embora ainda abaixo do ritmo de outros mercados emergentes. O Brasil deve crescer 1,7% em 2026, pressionado por condições financeiras mais restritivas. O México tem projeção de expansão de 1,6%, sustentado pelas exportações; a Colômbia deve acelerar para 2,7%; e o Chile tende a registrar 2,1%, beneficiado pela normalização da demanda interna. A inflação regional deve permanecer próxima ao teto das metas dos bancos centrais, com estimativa de 4,5% no Brasil e 3,8% no México.
No Brasil, o mercado de seguros mantém trajetória de estabilidade e projeções positivas. O crescimento real dos prêmios deve alcançar 3,8% em 2026, impulsionado pela recuperação dos produtos de vida, pela estreia do Universal Life e pela retomada gradual do seguro de automóveis. O segmento de Vida deve avançar 4,3%, enquanto Saúde pode crescer 4%. Nos Ramos Elementares, o estudo projeta aumento de 5% em Property e recuperação de 2,6% em Automóvel. A rentabilidade tende a se manter resiliente, apoiada pela melhora na subscrição, pela redução das perdas e pela menor volatilidade nos sinistros. O relatório também destaca o novo marco regulatório de ILS (Insurance-Linked Securities) no Brasil, que amplia a capacidade do mercado e contribui para uma resiliência estrutural de longo prazo.
No comércio exterior, o estudo mostra que as exportações da América Latina foram impulsionadas, em 2025, pela antecipação de tarifas dos Estados Unidos, levando o valor total exportado pela região a aproximadamente US$ 1,5 trilhão em 2024. Chile e Peru se destacaram com crescimento superior a 30%, sobretudo pela maior demanda global por cobre. Entretanto, a Swiss Re sinaliza que esse efeito é temporário e deve perder força em 2026.
Entre os principais riscos ao cenário econômico e segurador estão a inflação estrutural elevada, o espaço fiscal limitado de diversos países, tensões geopolíticas, o avanço do isolacionismo nos Estados Unidos, a vulnerabilidade cambial e a dependência de capital externo, além das pressões eleitorais previstas para 2026 em várias nações da região.
A edição 2025 do Latin America Market Report reforça, portanto, que a combinação entre maior conscientização sobre proteção, evolução tecnológica, fortalecimento regulatório e recuperação gradual de segmentos estratégicos deve manter o setor de seguros como um dos motores mais estáveis e consistentes de crescimento da América Latina ao longo de 2026.
O acesso ao relatório completo e demais publicações você pode obter no link https://www.swissre.com/institute/, ao final da página.
