Facebook Pixel

CNSeg

Seminário Jurídico de Seguros debate desafios e combate a fraudes

Especialistas discutiram soluções para fortalecer a segurança jurídica e impulsionar investimentos no setor de seguros no Brasil

Seminário de seguros

Brasília foi palco, na última quinta-feira (24), do 7º Seminário Jurídico de Seguros, evento promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), em parceria com a Revista Justiça & Cidadania e a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). 

A abertura foi marcada por uma fala do presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, que destacou a importância do diálogo na construção de uma sociedade mais justa e no fortalecimento do setor de seguros.

Oliveira abordou temas centrais que impactam diretamente o consumidor e o desenvolvimento do país, como as fraudes na saúde suplementar, a infraestrutura, o meio ambiente e os desafios regulatórios enfrentados pelo setor. 

Segundo ele, a taxa de investimento do Brasil em infraestrutura é inferior ao necessário para o crescimento sustentável, agravando-se com a baixa participação do setor privado. 

A recente retomada do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pelo Governo Federal, estimado em R$ 1,7 trilhão, representa uma oportunidade para o setor, uma vez que grandes obras demandam cobertura de seguros.

As mudanças climáticas também foram destaque, sendo vistas como um desafio adicional para o país. Segundo Oliveira, as consequências desses eventos extremos afetam desproporcionalmente as nações menos desenvolvidas e as populações mais vulneráveis. 

Ele destacou o papel dos seguros como instrumento de proteção social, capaz de contribuir para a redistribuição de renda e o enfrentamento dessas desigualdades.

Regulação e expansão do setor de seguros

O presidente da CNseg ressaltou a importância de um ambiente regulatório eficiente para fomentar a concorrência e permitir a criação de novos produtos e canais de distribuição. Durante o evento, citou o caso das enchentes no Rio Grande do Sul, que geraram perdas de R$ 100 bilhões, mas apenas 6% estavam seguradas. 

Segundo ele, a ampliação do acesso ao seguro no Brasil exige tanto inovação regulatória quanto estratégias de comunicação que alcancem populações sem cobertura.

Justiça e segurança jurídica no setor de seguros

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves, participou do evento e enfatizou o papel do setor de seguros na promoção da estabilidade econômica e social. Gonçalves destacou que encontros como o seminário possibilitam um aprendizado mútuo entre o Judiciário e o mercado, promovendo uma maior segurança jurídica e decisões judiciais mais adequadas ao setor.

Colaboração para atender às expectativas da sociedade

O procurador-geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Daniel Tostes, reforçou a necessidade de cooperação entre os órgãos reguladores, seguradoras e outros setores para suprir as demandas da sociedade. 

Segundo ele, a colaboração é essencial para garantir que o sistema de saúde suplementar continue a oferecer um atendimento de qualidade aos beneficiários e mantenha-se atualizado perante as mudanças sociais e tecnológicas.

“Potencial de Crescimento” e reformas no setor

O superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alessandro Octaviani, pontuou que, embora o Brasil apresente uma lacuna de proteção securitária, isso deve ser visto como uma oportunidade de crescimento. Para ele, os grandes desafios do país incluem a adaptação aos riscos climáticos, que demandam respostas rápidas e adequadas.

Octaviani também informou que duas novas legislações para o setor de seguros estão em fase final de aprovação no Congresso. Uma delas incentivará a criação de novas empresas no setor, como administradoras de patrimônio e cooperativas, aumentando a competitividade. 

A segunda lei, chamada de Nova Lei de Contrato de Seguro, visa fortalecer a confiança entre contratantes e ofertantes, promovendo um ambiente de negócios mais transparente e seguro para o consumidor.