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Economia

Seguro automóvel tem redução no prêmio em 2023 e boas perspectivas para 2024

Estudo IPSA aponta queda de 12,5% no preço nos últimos doze meses

Imagem: Adobe Stock
Imagem: Adobe Stock

De acordo com o IPSA – Índice de Preços do Seguro Automóvel, estudo produzido pela TEx, houve queda de 12,5% no prêmio do seguro na comparação anual, sendo apenas 0,3 pontos percentuais maior que em dezembro de 2021. Já no último mês de 2023, o índice elevou-se para 5,6%, fechando o ano com uma pequena alta de 1,8% em comparação a novembro do ano passado.

Emir Zanatto, CEO da TEx, analisa que esse leve aumento dos preços no fim do ano já era esperado, após períodos de maiores ajustes. “Normalmente, as seguradoras tendem a convergir nas decisões de precificação, provocando manutenções ou pequenas alterações na taxa nos períodos seguintes, o que acabou ocorrendo no último bimestre do ano”, explica.

Emir Zanatto

Evolução dos preços

O ano de 2023 apresentou uma série de variações e situações inéditas, de acordo com o estudo da TEx. Já no início do ano, em janeiro, o índice chegou aos 7,0%, maior valor já registrado. A partir de maio o IPSA passou por uma fase histórica de reduções ao registrar, pela primeira vez, seis períodos consecutivos de queda, chegando à estabilidade em novembro e encerrando o último mês do ano com uma pequena alta.

“O patamar elevado no início do ano esteve relacionado ao aumento dos casos de roubo e furto de veículos, ainda impulsionado pela valorização dos veículos usados durante a pandemia da Covid-19, além do aquecimento na demanda por seguros. Já em maio, tivemos quedas nos índices de roubo e furto de veículos e nos preços dos veículos usados, que influenciaram este movimento de baixa da taxa, que só foi interrompido em novembro e dezembro passados, com sua estabilização e leve aumento, muito por conta da convergência das seguradoras nas decisões de precificação”.

Perfil do condutor

O IPSA de dezembro apresentou alta em ambos os gêneros, com destaque para o feminino que aumentou quase 2%. Em média, os homens pagaram 11,5% a mais que as mulheres.

O estado civil também influencia no valor do seguro automóvel. De acordo com o IPSA de dezembro, homens solteiros pagaram em média 7,0% no Seguro de Automóvel, sendo 43% mais caro que mulheres casadas, que pagaram 4,9%. “Apesar de, historicamente, o sexo masculino pagar mais caro que o feminino, isso não acontece na comparação entre mulheres solteiras e homens casados, que pagaram 11% a menos que elas”.

Em relação à taxa de franquia, o levantamento mostra que em dezembro de 2022 a taxa era de 4,8% e em dezembro de 2023 se encontra em 5,1%, o que significa um aumento aproximado de 6,3% em 13 meses. Desde março de 2023, a taxa de franquia se firmou na casa dos 5%, alternando entre 5,0% e 5,1%. “A curva da franquia não apresenta as mesmas oscilações do IPSA, e suas variações são geralmente sutis e na mesma direção”, detalha Emir.

Local de moradia

A região onde o segurado reside é um fator muito importante na precificação do seguro, pois interfere diretamente nas taxas de roubo e furto. “A região metropolitana do Rio de Janeiro pagou 6,6% do valor do carro em Seguro em dezembro, aproximadamente 89% a mais comparado com a região metropolitana de Belém, que pagou 3,5%, o índice mais baixo das regiões comparadas”, destaca.

Especificamente nas capitais analisadas, a Zona Leste de São Paulo apresentou o maior índice de seguro auto, com 7,8%, sendo 47,2% mais caro que o índice da Zona Sul da capital paulista. Já no Rio de Janeiro, a distância entre os extremos foi maior, tendo a Zona Norte pago cerca de 95% a mais que a Zona Sul.

Já Belo Horizonte e Recife se destacam por terem a menor distância entre os extremos. Na capital mineira, o índice de seguro auto na Zona Norte pagou 38% a mais que no Centro. Em Recife, a Zona Sudoeste pagou 34% a mais que a região central.

Para baixar o Índice de Preços do Seguro Automóvel completo acesse: https://conteudo.textecnologia.com.br/ipsa.

Boas perspectivas para o setor automotivo

No Brasil, as perspectivas para 2024 são positivas, com expectativa de crescimento no mercado de veículos novos e usados.

J. R. Caporal

Veículos 0KM

Após dois anos de escassez de semicondutores, a produção de veículos novos deve se normalizar em 2024. De acordo com J. R. Caporal, fundador e CEO das empresas Auto Avaliar, Carflip e MegaDealer, isso deve levar a um aumento da oferta, que deverá pressionar os preços para baixo.

“A demanda por veículos novos deve continuar a crescer, impulsionada por fatores como a recuperação econômica e a migração para modelos mais eficientes e sustentáveis.  O mercado de veículos novos deve registrar crescimento em 2024, com estimativas de aumento de 5% a 10% em relação a 2023”, analisa.


Veículos usados

O mercado de veículos usados no Brasil também deve crescer em 2024, com a previsão de vendas de 10 milhões de unidades, um aumento de 5% em relação a 2023. Para J. R. Caporal, esse crescimento será impulsionado pela demanda por veículos mais acessíveis, especialmente entre os consumidores de menor renda.

“A entrada de novas marcas no mercado brasileiro também deve contribuir para o crescimento do mercado de veículos usados. Essas marcas oferecem opções mais competitivas em termos de preço e qualidade, o que atrai os consumidores que buscam um bom negócio”.

Em sua visão, outros fatores vão ajudar: como a alta dos preços dos veículos novos, a redução da taxa de juros e a maior disponibilidade de crédito.

Aprovação de financiamento

A taxa de juros no Brasil deve continuar a cair em 2024, o que deve facilitar o acesso ao crédito para a compra de veículos. Na visão do especialista, isso deve contribuir para o crescimento do mercado de veículos novos e usados.

“Paralelamente, o Governo Federal deve lançar novos programas de financiamento para a compra de veículos elétricos. Esses programas devem incentivar a compra de veículos mais sustentáveis e contribuir para a redução da poluição do ar. As condições para a aprovação de crédito para a compra de veículos devem se tornar mais favoráveis em 2024”.

“A maior disponibilidade de crédito deve estimular a demanda por veículos novos, especialmente entre as famílias de baixa renda”.