A Wipro, líder global em tecnologia e consultoria, divulgou o relatório “IA no Mercado de Seguros: Hype ou mudança sem precedentes?”, que revela um setor em plena revolução digital. Com base em entrevistas com 100 executivos de seguradoras norte-americanas com receitas acima de US$ 500 milhões, o estudo mostra que a Inteligência Artificial (IA) deixou de ser promessa para se consolidar como um dos pilares da competitividade no mercado segurador.
Uma jornada em três atos: da promessa ao alicerce estratégico
Nos últimos anos, a IA evoluiu de ferramenta emergente para ativo central nas operações das seguradoras. Hoje, 81% das empresas planejam ampliar seus investimentos em IA já no próximo ano, e a expectativa é que o orçamento médio destinado à tecnologia salte de 8% para 20% nos próximos cinco anos.
O movimento reflete uma mudança de mentalidade: a IA não é mais uma aposta — é o novo alicerce da operação.
Principais insights do relatório
- 92% dos líderes consideram a IA essencial para manter vantagem competitiva em experiência do cliente e personalização;
- 46% das seguradoras já utilizam IA de forma ampla em processos de subscrição;
- 68% esperam maior precisão na avaliação de riscos e 62%, melhor retenção de clientes;
- 71% enfrentam dificuldades de integração com sistemas legados;
- 44% das empresas menores ainda não possuem políticas formais de uso de IA.
Desafios reais e soluções práticas
Apesar do otimismo, a transição digital não é simples. A integração com sistemas legados foi apontada por 71% das empresas como principal obstáculo. Para mitigar riscos, 65% das seguradoras estão adotando implementações faseadas, equilibrando inovação e segurança operacional.
A ausência de políticas formais de governança em IA — especialmente entre as menores — também levanta alertas sobre compliance e reputação. “Nos EUA, um dos maiores desafios é justamente a integração da IA com sistemas legados — algo que também vemos no setor de seguros do Brasil. As companhias brasileiras podem aprender com essa experiência, adotando uma abordagem faseada e estimulando a colaboração entre especialistas em IA e subscritores”, afirma Wagner Jesus, Country Head da Wipro no Brasil.
Capacitação e colaboração: os novos pilares da transformação
O estudo destaca ainda a importância da formação de talentos e da cooperação entre áreas técnicas e de negócios. Cerca de 41% das seguradoras estão promovendo maior integração entre especialistas em IA e subscritores, e 47% investem na formação e contratação de profissionais com expertise em IA.
“A adoção de IA não é mais opcional — é essencial para o sucesso futuro”, ressalta Ritesh Talapatra, Vice-Presidente e Chefe de Setor para Mercados de Capitais e Seguros da Wipro.
“Empresas que priorizarem vitórias rápidas, investirem em governança e alinharem IA aos objetivos estratégicos estarão mais preparadas para liderar essa nova era.”
À medida que o setor de seguros avança em direção a uma era digital de alta eficiência e personalização, o investimento em IA deixa de ser tendência e se torna urgência estratégica.
Leia o relatório completo [aqui].
3 formas de usar IA para transformar a experiência no setor de seguros
O setor de seguros movimenta mais de R$ 388 bilhões por ano no Brasil, segundo a CNseg, e enxerga na inteligência artificial um caminho promissor para modernizar processos e agregar valor ao consumidor. A revolução é impulsionada pelas insurtechs, que unem tecnologia e inovação para tornar o seguro mais ágil, transparente e acessível.
De acordo com relatório da SAS em parceria com a Coleman Parkes Research Ltd, divulgado em outubro de 2024, 89% das seguradoras planejam investir em IA generativa (GenAI) em 2025 — e 92% já têm (ou terão) orçamento dedicado para isso.
“Estamos diante de uma mudança estrutural. A IA não é apenas automação, mas um diferencial competitivo capaz de redesenhar a relação entre corretores, seguradoras e clientes”, afirma Victor Horta, CPO da Pier, insurtech brasileira que vem transformando a experiência do consumidor. “Quando bem aplicada, a tecnologia entrega precisão, eficiência e uma jornada muito mais fluida em todas as pontas da cadeia.”
1️⃣ Prevenção de fraudes
Com algoritmos avançados, é possível analisar grandes volumes de dados e identificar padrões suspeitos em tempo real, evitando perdas e protegendo os clientes.
Na Pier, o sistema processa um volume de informações até 300 vezes maior que o padrão do mercado, o que aumenta a precisão dos modelos e a sustentabilidade dos produtos.
2️⃣ Pagamento de sinistros
A IA também acelera a análise e o pagamento de sinistros, tradicionalmente um processo demorado. Na Pier, o Pier Bolt, agente virtual da companhia, realiza pagamentos instantâneos em até 30% dos sinistros de seguro celular — o processo mais rápido do mercado.
O resultado é uma experiência mais positiva e empática no momento em que o cliente mais precisa de suporte.
3️⃣ Precificação inteligente
A precificação com IA considera múltiplas variáveis — como histórico de uso, comportamento e contexto — e permite oferecer valores personalizados e justos.
Na Pier, essa abordagem possibilita reduzir o preço do seguro automóvel em até 20% em relação à média de mercado, ampliando o acesso à proteção.
“À medida que a inteligência artificial evolui, o setor de seguros tem a chance de abandonar processos burocráticos e investir em soluções centradas no cliente”, conclui Horta.
“Isso significa não apenas eficiência operacional, mas também mais confiança, transparência e inclusão financeira para quem antes não tinha acesso a uma proteção adequada.”