O mercado segurador registrou crescimento no primeiro semestre de 2024, impulsionado pela alta demanda por produtos de previdência privada e seguros prestamista. Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostram que foram pagos R$ 247 bilhões em indenizações, resgates e outros benefícios, um aumento de 6% em comparação com o mesmo período de 2023.
Em junho, os desembolsos totalizaram R$ 20,3 bilhões, representando um crescimento de 9% em relação ao ano anterior, excluindo o segmento de Saúde Suplementar.
O setor também apresentou maior desempenho em arrecadação. Foram R$ 361,5 bilhões em prêmios de seguros, contribuições previdenciárias, capitalização e saúde suplementar, um crescimento de 14% em relação ao primeiro semestre do ano anterior.
O segmento de Previdência Aberta liderou, com R$ 94 bilhões arrecadados, um aumento de 23%, representando 41% do total do mercado no período.
Segundo Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, “esse resultado reflete o aumento da procura por produtos financeiros que auxiliam no planejamento de longo prazo e na proteção da renda familiar.” Ele destacou que o comportamento dos consumidores em busca de proteção futura foi decisivo para o crescimento desse segmento.
Outro setor que apresentou desempenho positivo foi o de seguros vinculados ao crédito. O crédito ampliado às famílias alcançou R$ 4 trilhões no período, 11,5% a mais que no mesmo mês de 2023, representando mais de 35% do PIB.
No crédito direcionado, o financiamento imobiliário foi destaque, com crescimento de 23,1%, totalizando R$ 108,1 bilhões. O estoque de crédito imobiliário também superou R$ 1 trilhão, uma expansão de 11,7% em comparação ao ano anterior.
O seguro habitacional, fundamental para o crédito imobiliário, arrecadou R$ 589 milhões apenas em junho, um aumento de 10,9% em relação ao mesmo período de 2023. No semestre, o seguro movimentou R$ 3,5 bilhões, com um crescimento de 10,4%. Ele garante a quitação do saldo devedor do imóvel em caso de morte ou invalidez permanente, além da cobertura para danos físicos causados por diversos fatores, como incêndio e desmoronamento.
No período avaliado, seguro pagou R$ 1,4 bilhão em indenizações, um aumento expressivo de 93,8%, especialmente devido às enchentes no Rio Grande do Sul.
O seguro prestamista, outro produto de destaque, arrecadou R$ 9,9 bilhões no semestre, um crescimento de 20,7%. Ele oferece cobertura para dívidas em caso de eventos como morte, invalidez ou desemprego, ajudando a reduzir o risco de inadimplência.
O seguro ainda pagou R$ 1,8 bilhão em indenizações. Segundo Oliveira, o desempenho desse segmento “reforça o papel estratégico do setor no apoio ao planejamento financeiro das famílias e na estabilidade do mercado de crédito no Brasil.”
O presidente da CNseg enfatizou que o crescimento do mercado segurador é um reflexo das condições econômicas favoráveis e do aumento da renda das famílias, impulsionando a procura por seguros que ofereçam proteção e estabilidade financeira, além de crédito imobiliário.
