Investimentos de longo prazo, como a previdência, se mostram cada vez mais importantes para o brasileiro. A adesão à previdência privada vem crescendo nos últimos anos, no país, e até mesmo durante a pandemia. No período, a liquidez oferecida por estes planos foi fundamental para socorrer muitas famílias. Ainda sim, continuaram os aportes e os resgates ocorreram, em boa parte, de maneira parcial e não utilizando todos os recursos disponíveis.
Inclusive, recentemente, o Senado Federal aprovou o PL 2250/2023 que aguarda sanção do Executivo. O projeto de lei trata, dentre outras coisas, do uso de planos previdenciários como garantia na concessão de empréstimos e financiamentos, oferecendo mais uma vantagem aos detentores deste tipo de investimento.
Entretanto, segundo o presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida – Fenaprevi, Edson Franco, os maiores desafios da indústria ainda são a carência de educação financeira — educação securitária e previdenciária em particular — da população e o nível de renda. “Os produtos de previdência, assim como os seguros de pessoas, exigem uma capacidade de poupança que não é a realidade da maioria”, aponta.
Números de previdência
A entidade revela que os dados de previdência privada do primeiro semestre de 2023 mostram que os aportes foram de R$ 77,4 bilhões, alta de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Os resgates somaram R$ 66 bilhões enquanto a captação líquida fechou o semestre em R$ 11,4 bilhões. O resultado mostra que quase 11 milhões de brasileiros já acumulam R$ 1,3 trilhão em ativos, alta de 14,1% sobre os primeiros seis meses de 2022.
Segundo a entidade, nos últimos três anos em especial, houve comprovadamente um esforço dos participantes para manter as contribuições. Ao olhar o histórico, nos últimos 10 anos (2013-2022) a captação bruta cresceu em média 8,6% ao ano em termos nominais. Em termos reais, quando descontada a inflação, observa-se um crescimento quase quatro vezes maior do que o da economia brasileira no período.
Em junho, 10,9 milhões de pessoas tinham planos de previdência privada, valor 1,6% acima do registrado em junho passado. Destes, 80% estão em planos individuais e 20% em planos coletivos. Ao mesmo tempo, 61% estão em planos VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre e 21% em PGBL – Planos Gerador de Benefício Livre. Os demais estão em planos tradicionais e FAPI – Fundos de Aposentadoria Programada Individual.
Edson Franco diz que apesar do cenário de recuperação lenta da economia, com um nível de inadimplência acima da média e alta restrição de crédito, o crescimento no volume de aportes e a estabilidade da quantidade de participantes no sistema são bons indicadores da importância dada pelos consumidores ao planejamento financeiro familiar e da relevância de preservar uma poupança previdenciária de longo prazo”, avalia o executivo.