O mercado de seguros brasileiro, historicamente pautado pela relação próxima e pessoal entre corretor e cliente, está em plena revolução. A chegada das insurtechs e o avanço tecnológico têm levantado uma questão crucial para os profissionais do setor: a digitalização é o caminho para um novo modelo de negócio ou o prenúncio do fim da profissão?
A realidade, como sempre, é mais complexa. O que se observa é que, ao invés de eliminar o corretor, a tecnologia o está transformando em um profissional mais estratégico e eficiente.
A digitalização tem absorvido as tarefas mais operacionais e burocráticas, como cotações repetitivas, emissão de apólices e acompanhamento de sinistros. Com plataformas digitais, aplicativos e chatbots, o cliente tem acesso a informações 24 horas por dia, 7 dias por semana, o que agiliza o processo e libera tempo para o corretor focar no que realmente importa: a consultoria.
A função do corretor de seguros no mundo digital
A função do corretor, agora, é se tornar um verdadeiro consultor de riscos. O diferencial não está mais em simplesmente vender uma apólice, mas em entender a fundo as necessidades do cliente — seja ele uma pessoa física ou uma empresa — e oferecer a melhor solução de proteção.
O atendimento, que antes era o principal meio de contato, agora se torna o momento de validação e de construção de confiança. Em um mercado onde a informação está na palma da mão, o corretor que se destaca é aquele que vai além dos dados.
Aquele que, munido de informações e ferramentas digitais, consegue traduzir a complexidade de um contrato de seguro em algo simples e compreensível, criando uma relação de parceria e segurança.
O futuro é híbrido e humano
O futuro do mercado de seguros aponta para um modelo híbrido, onde o digital e o humano coexistem em harmonia. As plataformas tecnológicas são aliadas que permitem ao corretor gerenciar sua carteira de clientes, fazer vendas cruzadas de forma mais inteligente e prospectar novos negócios com maior eficiência.
A Inteligência Artificial (IA), por exemplo, pode analisar o perfil de um cliente e sugerir produtos complementares, como um seguro de vida para quem acabou de contratar um seguro de carro. Isso otimiza o trabalho do corretor e, mais importante, garante que o cliente esteja protegido em todas as frentes.
A digitalização não é uma ameaça à profissão do corretor de seguros. Pelo contrário, ela é o motor para uma evolução necessária, que valoriza a expertise, a empatia e a capacidade de construir relações de longo prazo. O profissional que abraçar essa mudança e se adaptar a essa nova realidade estará pronto para navegar no futuro do mercado de seguros.