Nas últimas semanas, a Polícia Civil tem intensificado as operações contra uma modalidade de fraude que cresce em todo o Brasil: o golpe do falso consórcio. As prisões recentes e os dados alarmantes de denúncias servem como um alerta para todo o mercado, e, especialmente, para você, corretor.
O “golpe do falso consórcio” é sofisticado e se aproveita do desejo das pessoas de adquirir bens ou imóveis de forma parcelada e com juros menores. Os criminosos se passam por representantes de grandes administradoras e oferecem “cartas de crédito contempladas” ou “cotas premiadas” com a promessa de entrega imediata do bem.
O golpe ocorre quando, após a vítima fazer o pagamento de uma “entrada” ou “taxa de adesão”, os criminosos desaparecem, deixando um rastro de prejuízo e frustração.
De acordo com as investigações, a atuação das quadrilhas se dá em várias frentes.
- Anúncios falsos: publicação de anúncios atraentes em redes sociais e sites de compra e venda, utilizando imagens e logotipos de administradoras de consórcio legítimas.
- Abordagem direta: contato com potenciais vítimas por telefone ou WhatsApp, com propostas irrecusáveis e a falsa promessa de contemplação rápida.
- Simulação de processo: criação de contratos e documentos falsificados que dão ares de legalidade à negociação.
Como proteger o cliente contra o “golpe do falso consórcio”
O seu papel, corretor, é fundamental para quebrar a corrente de golpes. Reunimos algumas práticas para você proteger seu cliente e reforçar a sua credibilidade no mercado. Acompanhe.
1. Verificação da administradora
Antes de apresentar qualquer proposta, certifique-se de que a administradora de consórcios é idônea. A forma mais segura de fazer isso é consultar a lista de empresas autorizadas no site do Banco Central do Brasil (BACEN). Qualquer empresa que não esteja nessa lista não pode operar legalmente e, portanto, é um risco.
2. Clareza e transparência na comunicação
Explique detalhadamente como funciona o consórcio. Enfatize que a contemplação não é garantida de imediato e que ela ocorre por meio de sorteio ou lance. Deixe claro que a promessa de “carta de crédito contemplada” é um artifício do golpe. A honestidade é a sua principal ferramenta de venda.
3. Apresente documentos e canais oficiais
Oriente o cliente a verificar se todos os documentos da proposta – desde a identificação do vendedor até o contrato – são da empresa que consta no BACEN. Além disso, incentive-o a usar os canais oficiais de atendimento da administradora para tirar dúvidas, evitando negociações exclusivamente por WhatsApp ou números pessoais.
4. Destaque a regularidade dos pagamentos
Um consórcio seguro exige o pagamento de parcelas regulares. O golpe do falso consórcio, por outro lado, se concentra na cobrança inicial de uma “taxa de adesão” ou “entrada” para depois sumir. Mostre ao cliente que o processo de pagamento é contínuo e que a compra é um compromisso a longo prazo, o que por si só já é um sinal de credibilidade.
5. Valorize a assessoria profissional
Muitos golpes prosperam porque as vítimas acreditam que estão fazendo um “grande negócio” sozinhas. Mostre ao seu cliente a importância da sua assessoria profissional. Você é a ponte segura entre a administradora idônea e o cliente, oferecendo conhecimento e suporte em cada etapa do processo.
Fortalecendo o mercado de consórcios
O aumento de prisões e a atenção da mídia sobre o “golpe do falso consórcio” são uma oportunidade para o mercado de consórcios se posicionar. Ao educar seus clientes e reforçar as melhores práticas, você, corretor, se torna um agente de segurança e confiança, contribuindo para um mercado mais protegido.