Com informações do CQCS
Articulista do CQCS, o economista Francisco Galiza, diretor da Rating de Seguros, mestre em Economia (FGV), catedrático pela ANSP (Academia Nacional de Seguros e Previdência) na cadeira “Ciência do Seguro”, apresenta as seguintes conclusões, em um texto escrito no fim de novembro de 2024.
1) PIB brasileiro cresce mais de 3% em 2024
O crescimento do PIB no Brasil ultrapassará os 3% no ano de 2024, superando as expectativas do início de ano. Isso influencia também o crescimento do próprio setor de seguros. O gráfico mostra a trajetória da economia brasileira.
2) Ajuste fiscal necessário para controlar inflação
Hoje, a inflação é talvez o principal desafio da economia brasileira. O seu valor ultrapassará o limite da meta em 2024, que é de 4,5%. Um dos motivos para esse comportamento foi a elevação do dólar nesse ano, com uma variação de mais de 10%. Para combater isso, o Banco Central continua com a sua política de ajuste da taxa de juros. A seguir, a evolução da expectativa de inflação para 2024. De qualquer maneira, isso não deve afetar a taxa de crescimento econômico do país para esse ano.
A seguir, as previsões de taxa de juros ao longo do ano. Como se observa, o ajuste foi ocorrendo, à medida que a inflação foi crescendo.
3) Faturamento do Seguro indo bem
O mercado de seguros no Brasil continua crescendo a uma taxa nominal de aproximadamente 10%, sinalizando um crescimento real em 2024, pois supera as taxas de inflação. Um ponto que é preciso ressaltar é que essa variação é assimétrica, alguns ramos indo melhor do que outros.
Em destaque, nesse período, os segmentos de pessoas e patrimonial, com valores mais próximos de 15%, conforme o gráfico abaixo. Lembrando que a taxa de inflação estimada para 2024 é de 4,5%.
4) Rentabilidade das seguradoras na trajetória esperada
O gráfico mostra a rentabilidade agregada das seguradoras nos últimos anos.
Para 2024, a expectativa é de valores na sua taxa histórica de 25% ao ano. O efeito das enchentes do Rio Grande do Sul já foi absorvido. Esses números não devem sofrer modificações expressivas até o final do ano.
5) Evolução Geográfica do seguro
Aqui, vemos a distribuição dos prêmios de seguros, segundo as regiões do país, nos últimos 20 anos.
2004 | 2014 | 2024 | |
Sudeste | 69% | 64% | 59% |
Sul | 16% | 17% | 19% |
Norte | 1% | 2% | 3% |
Nordeste | 7% | 9% | 9% |
Centro-Oeste | 7% | 8% | 10% |
Total | 100% | 100% | 100% |
Nesse sentido, vemos um claro sinal de desconcentração dos valores, com a diminuição da concentração dos valores na região Sudeste do país, o que é positivo essa tendência. A riqueza no Brasil sempre esteve concentrada na região Sudeste. Isso leva a uma desigualdade de renda. Então, o mercado de seguro se expandir ao longo do país é algo positivo. Ou seja, o aumento da penetração.
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