Estudo mostra cenário de continuidade da recuperação do setor pós-pandemia
Com base nos dados divulgados pelas seguradoras e entidades do setor de seguros, o consultor de economia e diretor da Rating de Seguros, Francisco Galiza, produz para o Sincor-SP, anualmente, o Ranking das Seguradoras. “O objetivo deste estudo é fazer um levantamento estatístico (denominado ‘ranking’) que mensure a presença das seguradoras brasileiras em seus principais ramos de negócios, havendo, em seguida, comentários econômicos sobre este comportamento. Na definição do ‘ranking’, consideram-se, como indicativos de receita, os seguintes valores: em seguros, os Prêmios Emitidos; e em saúde, as Receitas de Contraprestação”, explica Francisco Galiza.
“O Ranking das Seguradoras é o mais tradicional estudo do Sincor-SP, bastante aguardado pelo mercado, pois serve de orientação aos corretores de seguros e ao mercado em geral sobre os caminhos do setor. Com este relatório, disponibilizamos valiosa informação para que os profissionais de seguros possam compreender o cenário atual e definir suas oportunidades de empreendedorismo”, afirma Boris Ber, presidente do Sincor-SP.
De volta a normalidade
O ano de 2022 ficou marcado pela retomada completa da normalidade, em um cenário pós-pandemia, quando as pessoas puderam estar novamente juntas presencialmente. O levantamento mostra que em 2022 a receita do setor de seguros, considerando somente os produtos de riscos, atingiu quase R$ 233 bilhões, com uma variação de 18,4% em relação ao ano anterior. “Foi um crescimento mais favorável do que no período 2019-2020, que registrou elevação de 13%. Se somarmos ainda os produtos de acumulação, a receita total de 2022 ultrapassou o patamar de R$ 385 bilhões, uma variação de 15% em relação ao ano anterior”, avalia Galiza.
A receita do seguro obrigatório DPVAT, já extinto, não influencia mais os números do setor de seguros, pela sua baixa significância estatística. Como registro, em 2017, esse seguro representava 15% do faturamento do seguro de automóvel, valor que é zero nesse momento.
Em 2022, os produtos de risco representavam 60% do total de seguros, enquanto os produtos de acumulação, 40%. Historicamente, essa proporção tem se mantido. Segundo o Ranking, um importante destaque foi o crescimento do seguro rural. Desde 2017, a variação acumulada foi de 220%, um número extremamente expressivo. Também tem relevância a recuperação parcial do seguro automóvel em 2022, após anos de relativa estabilidade em termos de receita – mas ainda dá para fazer mais para voltarmos aos patamares que registrávamos anteriormente. Outro destaque foi o crescimento do faturamento do seguro saúde em 2022, que chegou a 12%, superando a taxa de inflação no período, apesar dos desafios atuais desse segmento.
O Ranking das Seguradoras, como diz o próprio nome, também aponta as empresas que estão se destacando e conquistando a liderança em cada ramo, bem como traz os valores das operações. No mercado brasileiro de seguros, há 84 grupos empresariais atuando no segmento de seguros de produtos de risco. Em 2022, tal como em 2021, os cinco maiores grupos do setor de seguros em produtos de risco foram Bradesco, SulAmérica, Porto Seguro, Banco do Brasil e Zurich Santander – essas cinco empresas têm representado de 50% a 55% de todo o mercado.
O estudo Ranking das Seguradoras 2022 pode ser conferido na íntegra aqui.