Há milhares de anos a humanidade vem se desconectando da potência do feminino. Construímos culturalmente e ideologicamente ideias equivocadas do que sejam as características do feminino, confundindo com sentimentalismo, fraqueza… mimimi. E ao aceitarmos sem reflexão, nos perdemos de nós mesmos como humanos.
A força motriz do feminino se encontra na potência da inclusão e de um paradigma em total sintonia com a lógica da vida, que nos tira do automatismo e amplia nossa capacidade de pensar, porém, não um pensar apenas lógico, racionalizado, mas um refinamento do pensar através do sentir, perceber, experienciar, intuir. Aumenta nossa capacidade de reflexões menos lineares e simplistas, incluindo a complexidade que o mundo de hoje nos apresenta.
Falar de despertar as características do feminino não se trata de uma causa de gêneros, mas uma questão de humanidade. Homens e mulheres são chamados a compreender este potencial. As características que são denominadas femininas, e excluídas do mundo de relação, são as que nos darão a sustentação para a reconstrução de um mundo melhor.
Nós, homens e mulheres, fomos condicionados a supervalorizar características que tradicionalmente são consideradas masculinas: lógica, assertividade, competição, força e elas são ótimas! Porém, quando estas características são automatizadas acabam se tornando fonte de todo o tipo de violência, seja por nossos sistemas de punição e recompensa, seja na comunicação interpessoal, nas disputas por poder. Porque faltam a empatia, a criatividade, a flexibilidade para complementar e trazer mais equilíbrio e tais características são do feminino. Não podemos continuar voando com uma asa só.
Precisamos criar mais e mais consciência abrindo espaço para o desenvolvimento de outras partes nossas como a intuição, a inteligência emocional e espiritual. Dentro da Liderança Shakti, que é meu livro de cabeceira e minha inspiração, acreditamos no grande potencial do equilíbrio do poder feminino e masculino, tanto nos negócios como na vida.
Na prática, como se dá este equilíbrio?
Abrindo-se individualmente para a auto-observação:
Tenho me cobrado tanto a ponto de não me permitir errar?
Coloco tantas metas que não dou conta de realizar?
Não tenho tempo.
A vida é matar um leão por dia
Quando erro sinto culpa e inadequação?
Tenho dificuldade de aceitar a incoerência, a dor, as dificuldades da vida?
Não gosto de finais.
Tenho a impressão de que algo não está bem, mas não posso parar porque é perda de tempo.
Se estas expressões fazem parte dos seus pensamentos, te dou as boas-vindas ao clube! Você precisa desenvolver o feminino em você. Olhar a vida por este prisma, nos ajuda a compreender e acolher o desconforto, com generosidade e empatia, nos faz perceber que a vida é cíclica, impermanente e que a vulnerabilidade traz em si as sementes da força. O poder de integrar em nós a lógica e a intuição nos abre um portal de possibilidades.
O conhecimento é a chave para a libertação, mas para se chegar ao esclarecimento é preciso atravessar a confusão e isso faz parte do processo. Vivemos numa era decisiva, com muitas mudanças e uma grande possibilidade de evolução. Inclua no seu estilo de vida: a generosidade primeiro com você e isso naturalmente vai transbordar a quem estiver à sua volta. Abraços e até a próxima.