Na data em que o mercado comemora o Dia Continental do Seguro, 14 de maio, a Fenacor disponibilizou a quinta edição do ESECS, o Estudo Socioeconômico das Empresas Corretoras de Seguros (ESECS-PJ).
Reconhecido como uma fonte de referência para pesquisadores e profissionais do setor, o ESECS-PJ é um trabalho consolidado que, mais uma vez, oferece uma radiografia detalhada das sociedades corretoras de seguros em todo o Brasil.
A pesquisa, realizada com integridade e absoluto sigilo, contribui de forma decisiva para orientar a atuação estratégica da Fenacor na defesa dos interesses da categoria.
Esta é a primeira edição do estudo após a pandemia e traz um panorama inédito sobre os impactos da crise sanitária no setor, as transformações tecnológicas e as perspectivas para o futuro das corretoras de seguros. Entre os destaques, estão o crescimento de 30% no número de empregos gerados pelas corretoras nos últimos cinco anos, o avanço da diversidade no setor e a tendência de investimentos em tecnologia e capacitação.
As conclusões do ESECS 2024 já estão disponíveis no site da Fenacor. Clique neste link para acessar o estudo: https://www.fenacor.org.br/download/ESECS-2025.pdf

Conclusões do estudo
Esse é o 5º ESECS, o primeiro após a pandemia. Neste estudo, diversas conclusões, foram obtidas. A seguir, um resumo dos pontos principais:
- O número de sociedades corretoras de seguros tem apresentado um crescimento contínuo, com uma estimativa de mais de 200 mil profissionais envolvidos diretamente na distribuição de seguros, o que reforça a contribuição significativa do setor para a economia nacional. A realidade das corretoras ainda é predominantemente de pequenas empresas: cerca de 80% a 90% delas possuem até sete funcionários, incluindo corretores. Embora a liderança nas empresas seja majoritariamente masculina, a diferença em relação à participação feminina no setor tem diminuído, refletindo um avanço positivo em termos de diversidade. Investir na atualização e capacitação contínuas das lideranças e colaboradores é essencial para garantir que as sociedades corretoras estejam preparadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades decorrentes da evolução do mercado, além de contribuir para a sustentabilidade e expansão do setor de seguros.
- As corretoras de seguros têm demonstrado uma resiliência notável, com desempenho consistente mesmo diante de desafios econômicos. Uma Corretora padrão gera prêmios anuais de R$ 2,5 milhões a R$ 3,0 milhões, o que representa uma variação de 20% a 25% em relação ao último levantamento (ESECS 2019), acompanhando principalmente o movimento inflacionário. Para 2024, as corretoras estimavam um crescimento de 11% a 12% nos prêmios, alinhado com as previsões das seguradoras. Esse desempenho destaca a importância do setor para a economia, não apenas pelo volume gerado em prêmios, mas também pela sua capacidade de se adaptar e crescer em um ambiente econômico desafiador, consolidando-se como um pilar fundamental para a estabilidade e expansão econômica.
- O ramo automóvel continua a ser o maior negócio das corretoras de seguros, representando de 50% a 60% dos prêmios gerados. Essa proporção tem se mantido ao longo do tempo, nos vários ESECS já divulgados. Porém, nos últimos anos, houve um aumento da diversificação na proteção de outros produtos de ramos elementares (como empresarial, garantia, responsabilidade civil etc.). Essa preocupação denota uma tendência a buscar outras opções de negócios.
- Pelos dados da amostra, tem havido aumento de interesse dos corretores em alguns temas institucionais, como a adesão ao Código de Ética. Podemos interpretar isso como o próprio aumento da consciência de classe e de profissionalismo do segmento.
- A análise dos dados revela que, apesar do relativo desconhecimento sobre o PDMS por parte das corretoras de seguros, com quase 70% da amostra não familiarizada com o plano, os quatro pilares do projeto foram amplamente reconhecidos como relevantes e oportunos para o desenvolvimento do mercado, refletindo a preocupação com a conscientização e ampliação do acesso aos seguros, além da adaptação às novas realidades digitais. Este cenário evidencia a disposição do setor em enfrentar desafios cruciais para o seu crescimento sustentável e a melhoria da oferta de produtos e serviços à sociedade. A continuidade de esforços para divulgar essas iniciativas e engajar os profissionais do setor será essencial para alavancar os resultados esperados e garantir o fortalecimento do mercado de seguros no Brasil.
- Na análise do Open Insurance, a avaliação da categoria já é mais otimista do que pessimista, indicando expectativas de ganho de produtividade, principalmente nos processos de cotação e relacionamento com o cliente. Com relação ao estudo anterior, houve progressos nesse indicador. Isso pode ser interpretado pela maior compreensão por parte dos corretores de todo o modelo.
- A análise sobre a sucessão empresarial nas corretoras de seguros revelou um avanço significativo na profissionalização do setor e na preocupação com a continuidade dos negócios. Cerca de 80% das empresas demonstraram ter planos de sucessão, seja já implantando ou planejando implementar esse processo, o que reflete a resiliência do setor. Dividindo a amostra, 40% das corretoras já iniciaram ou concluíram a transição, enquanto outros 40% ainda não começaram, mas já se preocupam com a questão. Apenas 20% não consideram a sucessão como uma prioridade. Esse é o primeiro estudo sobre o tema, e fatores como o porte da corretora, seu tempo de existência ou a falta de herdeiros diretos influenciam essa decisão estratégica. O fato de uma grande parcela das empresas estar atenta a esse processo demonstra a maturidade crescente do setor e sua busca por garantir a continuidade das operações em longo prazo.
- A pandemia teve um impacto significativo no setor de seguros, mas também revelou áreas de potencial crescimento e adaptação. As corretoras destacam que as pessoas estão mais habituadas com a tecnologia, e o home o ice se consolidou como uma realidade permanente no mercado de trabalho. Além disso, a crise aumentou a conscientização dos segurados sobre a importância de produtos de benefícios, como seguros de vida e previdência, o que pode impulsionar a demanda por esses serviços. Mesmo diante dos desafios, 75% das corretoras se consideram plenamente recuperadas economicamente, o que reflete a capacidade do setor de se recompor rapidamente e se ajustar às novas condições do mercado.
- Os números mostram que, aproximadamente, 80% das corretoras de seguros da amostra pretendiam fazer investimentos em 2024. Em destaque as áreas de tecnologia e a contratação de mão de obra. Esses investimentos são fundamentais para garantir o contínuo crescimento do setor, especialmente em um momento de recuperação econômica pós-pandemia, e para sustentar a geração de empregos e a competitividade das corretoras de seguros no mercado.
- Por fim, é fundamental, nessa conclusão, registrar um tópico bem importante. A Reforma Tributária em tramitação no Senado Federal, por meio do Projeto de Lei Complementar 68/2024, tem gerado discussões sobre possíveis mudanças no sistema tributário nacional, mas é importante ressaltar que o regime do Simples Nacional, destinado às micro e pequenas empresas, não será extinto. Pelo contrário, o projeto prevê ajustes que buscam manter a simplificação tributária para essas empresas, com algumas alterações no modelo de arrecadação. Em relação às empresas optantes pelo Simples Nacional, especialmente aquelas prestadoras de serviços de intermediação, como as corretoras de seguros, resseguros, previdência complementar e capitalização. Segundo manifestação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o PLP 68/2024 traz novidades importantes, mas sem grandes variações nas alíquotas de IBS e CBS para esses setores. Elas continuarão com o tratamento tributário diferenciado, com a manutenção das alíquotas dos Anexos III e V da LC 123/2006. O projeto também propõe duas opções de recolhimento para o IBS e CBS: de forma unificada, sem a possibilidade de apropriação de créditos, ou segregada, similar ao regime geral, permitindo créditos tributários para os adquirentes do regime geral. A CNC atuou para assegurar que os interesses dos pequenos empreendedores fossem protegidos, garantindo um tratamento justo e favorável dentro do novo sistema tributário. A Fenacor também atuou e acompanhou a matéria.
TV Fenacor
Outra novidade é que, para aprofundar a análise dos principais resultados, a Fenacor também lançou o canal TV Fenacor, no YouTube.
No episódio de estreia, o economista e coordenador do estudo, Francisco Galiza, e o assessor de imprensa da Fenacor, Jorge Clapp, debatem os dados mais relevantes do ESECS e suas implicações para o presente e o futuro do mercado de seguros. A apresentação é da jornalista Maria Clara Montanha, da equipe de Comunicação da Federação.
Assista no canal da Fenacor: https://www.youtube.com/watch?v=At6GHyh8pJ4