Os brasileiros ainda têm pouca cultura de contratação de seguros, e quando têm priorizam proteger um bem material, como um carro, do que a vida. Segundo uma pesquisa realizada pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), apesar de 96% dos entrevistados já terem ouvido falar sobre seguro de vida, cerca de 64% deles não conhecem sequer um benefício do seguro. Além disso, apenas 17% da população adulta no Brasil conta com algum tipo de cobertura de vida. De acordo com a FenaPrevi, 82% da população do país não têm um seguro de vida ativo e 72% nunca tiveram uma apólice de proteção pessoal.
Apesar de ser um dos setores que mais cresce no Brasil, cerca de 16,9% em relação ao último ano segundo a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), os resultados do estudo apresentam uma realidade onde muitas pessoas veem o seguro de vida apenas como uma proteção em caso de falecimento. Entretanto, essa modalidade de cobertura dá direito a diversos outros benefícios, como suporte em casos de invalidez, cobertura de custos funerários, além de não entrar em inventário.
No seguro de vida sempre existiram as coberturas para o beneficiário usar em vida, a exemplo da invalidez por acidente, invalidez por doença, doenças graves, além das próprias assistências que os produtos oferecem. Ter no seguro de vida coberturas para usar em vida pode, em muitos casos, parecer mais interessante do que deixar um beneficiário garantido.
Com o advento da pandemia, cada vez mais as pessoas têm se conscientizado de que, além dos bens, é fundamental contar com essa segurança no caso de uma eventualidade. Aos poucos os brasileiros, especialmente os jovens, estão mais abertos a experimentar novos produtos e mais conscientes de suas prioridades e necessidades.
O mercado de seguros brasileiro está otimista com o novo comportamento da população em relação ao planejamento do patrimônio e à proteção das famílias. As companhias seguradoras acompanham de perto as mudanças de hábitos, os anseios e desejos do cliente, e têm aprimorado suas coberturas e assistências, bem como a divulgação do que oferecem.
O seguro de vida hoje já é uma aquisição muito importante para os jovens, que veem como fundamentais a cobertura de doenças graves e de invalidez. É muito mais clara a consciência de que caso tenham algum problema, alguma doença ou algum acidente que os impeçam de gerar renda, mesmo que sejam solteiros ou não tenham filhos, acabam usando essa cobertura para poder tocar a vida.
Com isso, o seguro de vida hoje é procurado também pelos jovens, não só quem tem dependentes, para poder prover uma renda numa situação difícil, como uma doença grave ou uma invalidez por acidente, podendo pagar tratamento ou ter uma renda.
Nos últimos anos, ficou reforçado que é muito importante ter um plano de saúde, mas não é uma solução completa para uma doença que vai impactar a vida mais do que a despesa médico-hospitalar. Por isso, uma cobertura como a de doenças graves passa a ser titular, e não mais acessória.
O grande desafio é mostrar à sociedade o valor do seguro de vida, tanto para o próprio segurado com para seus beneficiários, ou seja, a importância que esta forma de planejamento financeiro tem na vida das pessoas. Mais uma vez, o corretor de seguros exerce um papel fundamental para conscientização da população sobre os benefícios de proteção do seguro de vida.
Por Amilcar Alves Saraiva, diretor da Padlock Corretora de Seguros, Unidade Leste São Paulo