No ano de 2024, o agronegócio foi destaque na mídia por sua grandiosidade, mas também pelos pedidos de Recuperação Judicial (RJ) de algumas empresas, principalmente ligadas à produção de grãos e ao fornecimento de insumos agrícolas.
A desvalorização de algumas commodities, o aumento dos custos de produção, a quebra de safra em regiões afetadas por intempéries climáticas e a má gestão foram fatores determinantes para esse cenário. Não se trata de uma situação catastrófica, mas acendeu um alerta: é preciso melhorar a gestão, o planejamento e o gerenciamento das atividades no setor.
O agro é tech, mas o acesso à tecnologia ainda enfrenta barreiras, como a capacidade financeira dos produtores. Enquanto isso, o mercado consumidor mundial está cada vez mais atento à origem dos alimentos. Hoje, as exigências vão além da saúde do produto; há uma crescente preocupação com as condições socioambientais de sua produção. Os alimentos respeitam critérios éticos e sustentáveis?
Nesse contexto, a rastreabilidade torna-se essencial. Com ela, informações detalhadas podem chegar à mesa do consumidor em qualquer parte do mundo. Produzir de forma sustentável — preservando a saúde do consumidor e do trabalhador, emitindo menos gases prejudiciais ao meio ambiente e protegendo a flora e a fauna — é um dos principais desafios do setor. Afinal, estamos em um país com abundância de terras, água e sol.
Já somos referência mundial em energia limpa, com uma matriz energética comprovadamente sustentável e de baixo custo. Nosso potencial vai além: podemos nos tornar os maiores exportadores de energia limpa. Um exemplo promissor é o “hidrogênio verde”. Vale a pena pesquisar sobre ele.
Para quem se preocupou com a onda de pedidos de recuperação judicial em 2024, destaco alguns dos investimentos previstos no agronegócio nos próximos meses.
- Mato Grosso do Sul, além da já instalada Suzano Papel e Celulose em Ribas do Rio Pardo, receberá grandes investimentos. A chilena Arauco está construindo uma fábrica em Inocência, com investimento estimado em R$ 28 bilhões e geração de mais de 12 mil empregos diretos.
- A Bracel, do grupo indonésio RGE, deve iniciar a construção de sua fábrica em Água Clara (MS), com investimentos de R$ 20 bilhões, criando 10 mil empregos na construção e mais 3 mil na operação.
- O Ceará abrigará a maior fábrica de hidrogênio verde do mundo, com previsão de investimento de R$ 17 bilhões. O hidrogênio verde pode ser produzido a partir de subprodutos do agro, como o etanol, além de energia eólica e solar.
O nordeste brasileiro, que registrou o maior crescimento industrial do país em 2024, já é um polo nacional de produção de energia sustentável e pode se consolidar como exportador global. Alguns especialistas acreditam que o Brasil poderá liderar uma “nova OPEP” da energia renovável, em analogia à organização dos países produtores de petróleo.
Além disso, teremos novas fábricas de fertilizantes no Paraná, novas esmagadoras de soja no Mato Grosso e inúmeros empreendimentos espalhados pelo país, reforçando a força do agro brasileiro.
O agro não é tech para todos, mas é pop, presente tanto nos rincões do Brasil quanto nos grandes centros urbanos. E o agro não para. Seja segunda-feira ou domingo, feriado, chuva ou sol, sempre haverá uma vaca para ser ordenhada, um animal para ser tratado, uma lavoura para ser colhida. Afinal, bilhões de pessoas precisam ser alimentadas.
E toda essa cadeia produtiva precisa de você, profissional do seguro. Nós, da AgroBR, estamos ao seu lado para apoiá-lo e orientá-lo.