O setor de operadoras de seguros e de plano de saúde alcançou um lucro líquido de R$ 5,1 bilhões no primeiro semestre de 2024, segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Esse valor representa um crescimento de 255% em comparação ao mesmo período do ano passado, consolidando o melhor desempenho econômico-financeiro do setor desde 2020 — um ano fortemente impactado pela pandemia de Covid-19.
A recuperação financeira observada neste semestre marca uma virada para as operadoras de plano de saúde, principalmente no segmento médico-hospitalar. Este segmento, que não registrava resultados positivos desde 2021, reverteu um prejuízo de R$ 4,3 bilhões do ano passado, alcançando R$ 2,4 bilhões de lucro operacional.
Recuperação financeira impulsionada
De acordo com a ANS, a recuperação se estendeu por todos os campos do setor de seguros e plano de saúde, exceto pela modalidade de autogestão, que ainda registrou um prejuízo operacional de R$ 1,1 bilhão, em linha com o saldo negativo do ano anterior. No entanto, operadoras médico-hospitalares foram capazes de se beneficiar de aplicações financeiras realizadas, o que contribuiu diretamente para a melhora do resultado operacional.
Jorge Aquino, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, afirmou que o desempenho operacional foi o principal motor por trás da recuperação do setor. “Vale destacar que temos os melhores números desde 2021”, disse em comunicado oficial. A afirmação reforça o impacto positivo das práticas financeiras e operacionais adotadas por muitas das grandes operadoras.
Lucros por modalidades de plano de saúde
Além do resultado no setor de planos de saúde, outros segmentos também apresentaram números positivos. As operadoras de planos odontológicos registraram lucro de R$ 338 milhões, enquanto as administradoras de benefícios tiveram um saldo de R$ 106,8 milhões no primeiro semestre.
Entretanto, o principal motor da recuperação financeira foi o desempenho das operadoras de grande porte, responsáveis por um aumento no lucro líquido. Juntas, essas empresas alcançaram R$ 5 bilhões de lucro a mais que no mesmo período de 2023. Já as operadoras de pequeno porte, embora em escala menor, também apresentaram crescimento, com um lucro adicional de R$ 66,7 milhões.
As operadoras de médio porte sofreram uma queda de R$ 1,4 bilhão no lucro líquido. Contudo, essa diminuição foi atribuída a uma única operadora. Quando essa exceção é excluída da análise, o cenário se torna positivo, com um aumento de R$ 397,5 milhões no lucro líquido das demais operadoras de médio porte.
Impacto no mercado
O desempenho do setor de planos de saúde no primeiro semestre de 2024 tem implicações diretas para o mercado de seguros, especialmente para os corretores que atuam com produtos relacionados à saúde suplementar.
A crescente lucratividade das operadoras, aliada à maior estabilidade econômica pós-pandemia, deve gerar novas oportunidades de negócios, à medida que as operadoras ampliam suas carteiras e os consumidores voltam a investir em coberturas mais abrangentes.
Para os corretores de seguros, entender essa recuperação e as tendências de rentabilidade das operadoras ajuda a oferecer soluções adequadas aos clientes. As oportunidades de crescimento estão cada vez mais associadas à customização de produtos e à adequação às necessidades financeiras e de saúde dos segurados.
Olhando para o futuro, o mercado de planos de saúde se posiciona em um momento de retomada e crescimento. Corretores de seguros que souberem aproveitar desse novo cenário estarão preparados para oferecer as melhores soluções.
E agora, corretor?
Com o fortalecimento das operadoras de saúde, surge também a necessidade de os corretores de seguros se adaptarem às novas realidades do mercado. A personalização dos produtos, bem como a clareza sobre as coberturas e benefícios oferecidos por cada plano, se torna ainda mais importante neste contexto de recuperação.
Além disso, o cenário atual abre portas para que corretores explorem novas formas de ampliar suas carteiras, oferecendo soluções inovadoras e de acordo com o perfil de seus clientes. Produtos de saúde suplementar, que antes poderiam ter sido considerados supérfluos ou de menor relevância por alguns segmentos da população, tendem a ganhar espaço – especialmente diante da melhoria no desempenho financeiro das operadoras de plano de saúde.
