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Coluna do influenciador

O futuro dos seguros no Brasil é feminino. E já começou

A revolução silenciosa: como o protagonismo feminino está transformando o mercado de seguros no país

O futuro dos seguros no Brasil é feminino. E já começou

No domingo à noite, assistindo ao Fantástico, um dado me fez parar: mais de 50% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres. São 41 milhões de domicílios onde elas assumem o papel de provedoras, planejadoras e guardiãs do futuro.

Esse dado me fez refletir, tentando lembrar de como, há cerca de 15 anos, as decisões sobre proteção financeira e seguros eram majoritariamente masculinas. Lembro de reuniões em que a voz final quase sempre vinha de um homem. Hoje, percebo com clareza uma mudança: mulheres assumindo a dianteira, conduzindo conversas, fazendo perguntas estratégicas e tomando decisões com segurança.

Talvez essa percepção seja ainda mais forte para mim porque fui criado em um ambiente majoritariamente feminino — entre mãe, avó e tias. Cresci vendo mulheres administrando a casa, tomando decisões importantes e conciliando responsabilidades. De certa forma, isso me ajuda a compreender melhor essa postura cuidadosa, protetora e estratégica que vejo hoje em tantas clientes.

Essa transformação não é só um marco social, talvez seja também um convite para que a gente pare e se entenda. Para que possamos compreender as mudanças que estão acontecendo dentro das casas brasileiras e também dentro da nossa forma de trabalhar.

Não é só sobre criar novos produtos. É sobre repensar como nos comunicamos, como apresentamos soluções e até no cuidado com o layout de um orçamento. Cada detalhe pode ser uma oportunidade de gerar conexão e confiança.

Porque, se esse dado revela uma mudança real, a pergunta que fica é: estamos acompanhando essa mudança ou apenas registrando números?

Transformar dados em decisões exige mais que planilhas e gráficos. Por trás dessa estatística estão mulheres reais: muitas delas negras ou pardas, com ensino médio ou superior incompleto, que vivem nas grandes cidades e equilibram o orçamento no fio da navalha.

Mesmo enfrentando desigualdade salarial, jornadas duplas e maior risco de desemprego, elas assumem a liderança financeira das famílias. E quando isso acontece, muda também a forma como enxergam proteção, segurança e futuro.

A nova consumidora de seguros

Essas mulheres não olham apenas para o preço. Elas querem valor. Querem soluções completas, que façam sentido na vida real. Querem entender para que serve, quando podem acionar e como aquilo vai proteger o que é mais importante para elas.

O mercado começa a perceber sinais claros disso:

– Na Icatu, a participação feminina no seguro de vida subiu de 32% para 42% em dez anos.

– Na Porto Seguro, elas já representam 57% da carteira de seguro de celular e de vida individual.

– Na Allianz, a contratação de seguro de vida por mulheres cresceu 140% entre 2023 e 2024.

Esses números não são apenas indicadores comerciais. Eles refletem um comportamento de consumo que vem de uma postura ativa de planejamento.

Muitas mulheres encaram o seguro como parte do planejamento da vida, e não apenas como uma obrigação ou custo fixo. Essa visão faz com que olhem para além de um único bem — como o carro — e considerem soluções que garantam segurança em diferentes áreas: saúde, finanças, moradia e até suporte no dia a dia. É uma abordagem mais estratégica, que busca estabilidade e prevenção para toda a família.

Esse olhar mais abrangente transforma o seguro em algo que vai além da indenização: ele passa a ser um planejamento de vida, um respiro diante das incertezas e uma segurança emocional que vale mais que qualquer tabela.

Já vemos produtos pensados para atender a essa demanda: Vida Mulher (Tokio Marine), com cobertura específica para câncer feminino, telemedicina, consultas com nutricionista e descontos em medicamentos; assistências residenciais que incluem eletricista e encanador: um alívio para quem administra sozinha casa e trabalho. Mas criar produtos é só parte do caminho. É preciso também comunicar certo, no tom certo e pelo canal certo.

Quando a gente se senta para conversar com um cliente, percebe rápido que não existe um jeito único de falar sobre proteção. Algumas pessoas reagem melhor a histórias, outras querem números, outras ainda precisam visualizar o impacto real na vida delas. É por isso que adaptar a conversa não é um “plus”, é parte do trabalho.

Essa adaptação não acontece só no discurso. Está no formato de uma proposta, na forma como o orçamento é organizado, na escolha das palavras, até na sequência das informações. Cada detalhe constrói ou quebra a confiança.

E é aqui que o protagonismo feminino no mercado se torna tão relevante. Não é só que as mulheres estejam contratando mais seguros, é que elas estão trazendo uma nova lógica para a decisão: mais ampla, mais conectada com a vida real e mais voltada para soluções que se encaixam no dia a dia. Quem entende isso consegue oferecer mais do que um produto; oferece tranquilidade, planejamento e cuidado.

O ponto é que essa mudança já está acontecendo. Ignorar significa perder espaço, mas, mais do que isso, significa não acompanhar a evolução natural da relação entre clientes e corretores. O futuro dos seguros no Brasil tem voz feminina, e quanto mais cedo a gente ouvir, melhor será a nossa capacidade de entregar valor de verdade.

Essa transformação vai muito além das estatísticas do IBGE ou dos relatórios das seguradoras. Ela está no dia a dia, nas conversas, nas escolhas e nas prioridades que mudaram. O desafio – e a oportunidade – é transformar esse cenário em soluções que realmente façam sentido, que falem com a vida real e que acompanhem as necessidades de quem decide.

No fim, não vendemos apólices; oferecemos segurança para os planos, tranquilidade para as decisões e suporte para o que mais importa. É sobre estar presente antes, durante e depois — não como um papel assinado, mas como alguém em quem se pode confiar.