Assumir a corretora de seguros de seu pai é uma honra, mas também um desafio profundo. Se você, corretor, está passando por essa transição, sabe como isso pode mexer com as emoções, as responsabilidades e até com a dinâmica da empresa. Essa sucessão vai além da continuidade; é uma oportunidade para transformar o negócio familiar, modernizá-lo e garantir seu futuro para as próximas gerações.
Na Ternura Corretora de Seguros, essa história começou há pouco mais de um ano, quando assumi o comando no lugar do meu pai, Vagner Galhardo. Ele sempre foi o pilar da empresa, e desde pequeno eu estava envolvido no cotidiano da corretora. Mas uma coisa é acompanhar de perto; outra, completamente diferente, é estar no comando. Como ele sempre me disse: “Você aprendeu a administrar o caos durante essa transição, e isso moldou o corretor e empresário que é hoje.”
Os desafios da transição: do papel e máquina de escrever à era digital
Os tempos mudaram. Quando meu pai começou, ele fazia cálculos à mão e redigia cartas em uma máquina de escrever. Cada novo cliente era uma jornada: pilhas de papéis, documentos e uma calculadora sempre por perto. Qualquer erro significava começar do zero. Esse processo, embora lento, construiu uma base sólida de confiança com os clientes.
Hoje, a realidade é outra. Inteligência artificial, sistemas de gestão automatizados e o uso do WhatsApp para atender clientes são ferramentas essenciais para uma corretora moderna. A transição entre essas duas eras não foi fácil. Meu pai teve que aprender a confiar em novas tecnologias, enquanto eu me empenhei em manter a essência de seu trabalho manual e humanizado.
Esse, corretor, talvez seja o maior desafio na transição de pai para filho: como equilibrar a experiência tradicional com as exigências e inovações tecnológicas de hoje? A seguir, compartilho alguns dos principais desafios que enfrentamos, juntamente com soluções práticas para tornar esse processo mais suave e eficaz.
Desafio 1: diferença de mentalidade entre gerações
História: quando sugeri ao meu pai a utilização de uma ferramenta de atendimento automatizado para acelerar o processo com os clientes, ele foi relutante. Para ele, nada substituía o contato direto e pessoal, a conversa “olho no olho”, e o tempo dedicado a cada cliente.
Solução: a chave aqui é a comunicação. Conversamos muito sobre como a tecnologia não substitui a humanidade no atendimento, mas a amplifica. Mostrei como as ferramentas digitais permitem aos corretores se concentrarem em casos mais complexos, enquanto as rotinas simples são resolvidas de forma eficiente. Para que essa aceitação seja mais fácil, introduza as inovações aos poucos e envolva seu pai no processo. Mostre os benefícios de perto e, o mais importante, valorize a experiência dele.
Desafio 2: resistência à tecnologia
História: meu pai passou grande parte de sua carreira utilizando máquinas de escrever. A ideia de que uma inteligência artificial poderia auxiliar no fechamento de contratos parecia absurda para ele. Para alguém acostumado com processos manuais, a tecnologia moderna era algo quase inimaginável.
Solução: a aceitação da tecnologia precisa ser gradual. O segredo é encontrar um equilíbrio. Mantenha processos tradicionais que ainda funcionam e incorpore a tecnologia em áreas que trazem benefícios imediatos. Ferramentas de gestão de apólices e sistemas que organizam melhor os dados dos clientes são ótimos pontos de partida. Tenha paciência – a curva de aprendizado é para ambos os lados.
Desafio 3: transferência de relacionamento com clientes
História: o maior orgulho do meu pai sempre foi o relacionamento próximo com os clientes. Muitos deles estão conosco há décadas e o veem como parte da família. Quando comecei a assumir o controle, temi não conseguir manter essa conexão.
Solução: a transição de relacionamento deve ser feita com cautela. O ideal é que você participe de reuniões importantes ao lado do seu pai, para que os clientes o vejam como uma extensão natural do negócio. Utilize tecnologias, como o WhatsApp e e-mails personalizados, para garantir um contato próximo, e não tenha pressa em substituir essa confiança construída ao longo dos anos.
Desafio 4: modernizar sem perder a essência
História: a Ternura Corretora de Seguros sempre foi reconhecida pelo atendimento humanizado. Tanto meu pai quanto eu temíamos que, com a modernização, perderíamos essa característica única.
Solução: a tecnologia deve ser vista como uma aliada para melhorar o que já funciona bem. Automatize o que é burocrático, como processos internos e organização de dados, mas mantenha o contato humano disponível sempre que o cliente preferir. Dessa forma, você ganha agilidade sem perder a proximidade que é o coração do negócio.
Desafio 5: o lado emocional da transição
História: o aspecto mais difícil da transição foi, sem dúvida, emocional. Ver meu pai deixar o comando de algo que ele construiu com tanto empenho foi doloroso. Para ele, era como passar o bastão, mas sem querer deixar de correr a corrida.
Solução: a transição de liderança não significa cortar laços com quem veio antes. Mantenha seu pai envolvido nas decisões importantes, peça conselhos e, principalmente, reconheça o valor que ele ainda traz para o negócio. O sucesso da transição depende de uma relação sólida e de respeito mútuo entre as gerações.
A parceria com a Lojacorr: facilitando a transição
Um dos maiores facilitadores desse processo foi a parceria com a Lojacorr. Quando assumi a Ternura Seguros, sabia que precisaria de ferramentas robustas para acompanhar a nova fase da corretora, sem perder a essência que meu pai construiu. A Lojacorr ofereceu exatamente isso: uma plataforma completa de suporte, treinamento e networking com outros corretores.
Além do suporte técnico e das atualizações constantes, a Lojacorr nos proporcionou treinamento contínuo e a oportunidade de aprender com outros corretores que também enfrentaram transições familiares. Essa troca de experiências foi essencial para me dar a confiança necessária para liderar o negócio.
5 dicas práticas para tornar a transição mais fácil e eficiente
- Converse constantemente: a comunicação aberta é fundamental. Estabeleçam expectativas claras e discutam os desafios em conjunto.
- Envolva a família e a equipe: traga todos a bordo. A transição só terá sucesso se todos estiverem alinhados com a visão para o futuro.
- Transição gradual: não tente apressar o processo. Assuma responsabilidades aos poucos, conforme seu pai se sentir mais seguro com o novo arranjo.
- Paciência com a tecnologia: a modernização é importante, mas não deve ser abrupta. Mostre os benefícios com exemplos práticos.
- Celebre o legado: não se esqueça de honrar o que foi construído antes de você. Reconheça o trabalho do seu pai e adicione seu toque pessoal ao legado.
A transição de uma corretora de seguros de pai para filho pode ser complexa, mas com paciência, respeito e carinho, ela se transforma em uma oportunidade de renovação, garantindo que o negócio continue crescendo sem perder sua essência.