Em 12 de outubro de 1970, na Argentina, nasceu uma data que marcaria para sempre a história de uma categoria essencial: o Dia do Corretor de Seguros. Criada durante o I Encontro Mundial dos Corretores, ela completa agora 55 anos — e talvez nunca tenha sido tão simbólica. Este é um bom momento para olhar para o passado, entender o presente e projetar o futuro de uma profissão que segue em constante transformação.
Das origens à consolidação no Brasil
A escolha da data argentina representou o início de um movimento internacional de valorização e profissionalização da corretagem. No Brasil, a regulamentação chegou em 1964, com a Lei nº 4.594, que deu base legal a uma atividade que já se mostrava essencial para a economia e para a sociedade.
O que começou de forma artesanal e relacional se transformou, ao longo das décadas, em um dos elos mais estratégicos do mercado de seguros — e hoje vive sua maior revolução.
O corretor vive um grande momento
Nos últimos anos, vimos tentativas de transformar o setor com propostas de vendas diretas e modelos sem intermediação.
Mas o tempo mostrou algo que nunca deixou de ser verdade: o corretor é necessário.
As seguradoras que buscaram o caminho direto ao consumidor redescobriram a força da corretagem.
O cliente sente isso. O mercado reconhece isso.
O corretor é o elo entre o técnico e o humano, entre o contrato e a proteção que faz sentido na vida real.
Uma profissão em revolução
Vivemos um tempo de mudança acelerada.
A inteligência artificial, as plataformas digitais e o uso de dados em tempo real estão redesenhando completamente o modo de atuar.
Talvez este seja o Dia do Corretor mais intenso das últimas décadas — um marco que convida à reflexão sobre o propósito: por que existimos, o que entregamos e como queremos continuar evoluindo.
Mais do que um intermediário, o corretor é um agente de proteção e confiança.
E, num mundo cada vez mais automatizado, essa confiança é um ativo raro.
A evolução da profissão: do vendedor ao estrategista
A jornada do corretor é também a história da adaptação:
Anos 70 – O corretor clássico
O profissional que ia até a casa do cliente, conhecia a família e os sonhos. Vendia mais do que apólices — protegia histórias
Anos 80 – A consolidação da confiança
O corretor se firma como figura essencial. Passa a representar segurança e continuidade.
Anos 2000 – A virada tecnológica
Com a chegada da internet, surge um novo perfil: o gestor de dados, processos e relacionamento. As margens apertam, o mercado muda, mas o profissional amadurece.
Anos 2020+ – O corretor empreendedor digital
Vivemos a era da conectividade. Corretores de todos os tamanhos têm acesso a ferramentas e oportunidades iguais. O diferencial está em entregar valor real, com autenticidade e conexão genuína com o cliente.
O desafio da reconexão
Em meio a tantas automações, surge uma provocação: será que não estamos nos distanciando das pessoas?
Como observou Marcos Kobayashi, diretor da Tokio Marine, há clientes com cinco seguros diferentes e cinco corretores distintos. Esse dado revela o quanto ainda precisamos evoluir em visão integrada e relacionamento contínuo.
Nos anos 70, o corretor conhecia o cliente de verdade.
Hoje, com WhatsApp e e-mails, às vezes conhecemos o CPF — mas não mais a história.
O próximo passo da profissão está aqui: voltar a conhecer para proteger melhor.
Criar jornadas, acompanhar necessidades e estar presente além da renovação.
Ser parte da vida do cliente — não só do contrato.
O corretor do futuro: colaboração e crescimento sustentável
O corretor do futuro entendeu algo simples e poderoso: crescer sozinho tem limite.
O novo modelo é colaborativo. Parcerias com especialistas, assessorias e outros corretores permitem entregar mais, com eficiência e propósito.
Dividir não é perder — é potencializar.
Quem se conecta a quem domina um nicho, uma tecnologia ou uma região amplia sua capacidade de entregar soluções completas.
O corretor do futuro é um orquestrador de proteção: une tecnologia, dados e pessoas certas para gerar uma experiência mais humana e estratégica.
A ponte para o futuro
Da caneta e papel à inteligência artificial, da visita presencial à experiência digital integrada, seguimos sendo o elo entre promessa e confiança.
O corretor de seguros não é uma figura do passado — é a ponte para o futuro.
E talvez este seja o melhor momento da nossa história: estamos mais conscientes, conectados e preparados para continuar evoluindo com propósito.