O papel do corretor de seguros vai além da simples venda de apólices. Nos últimos anos, com o crescimento da conscientização sobre a importância de uma boa gestão financeira, os corretores têm assumido uma função central na educação financeira dos seus clientes.
Esse movimento reflete uma mudança no mercado, em que o foco se desloca para a criação de um relacionamento mais próximo e de confiança entre corretores e clientes, ajudando-os a tomar decisões e a proteger seus bens e finanças de forma mais acertada.
A importância do corretor na orientação financeira
O corretor de seguros desempenha uma função importante no sentido de oferecer orientação financeira aos clientes. Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o mercado de seguros no Brasil fechou o primeiro semestre de 2024 com crescimento de 15,3%. Este crescimento revela o aumento da demanda por proteção financeira e a necessidade de uma orientação adequada na hora de escolher o produto certo.
Os corretores, com seu conhecimento, estão em posição de ajudar os clientes a compreenderem melhor as nuances dos diferentes produtos de seguro, além de como esses produtos podem se encaixar em seus planos financeiros de curto e longo prazo.
A escolha de uma apólice de seguro adequada pode ser uma tarefa complexa, especialmente para aqueles que não têm familiaridade com o setor. Aqui, o corretor atua como um facilitador, guiando o cliente por meio de informações claras e acessíveis.
Identificação das necessidades do cliente
Um dos primeiros passos que o corretor toma na educação financeira do cliente é a identificação das suas necessidades e expectativas. Isso envolve uma análise detalhada do perfil do cliente, considerando fatores como renda, idade, estado civil, número de dependentes e objetivos financeiros. Esta etapa é necessária para que o corretor possa recomendar os produtos de seguro mais adequados para a situação específica do cliente.
Ao entender o perfil e as necessidades do cliente, o corretor pode evitar que o cliente adquira apólices que não se alinhem com sua realidade financeira, evitando assim gastos desnecessários. Além disso, essa abordagem personalizada ajuda a construir um relacionamento de confiança, onde o cliente se sente amparado e confiante nas decisões que está tomando.
Educação sobre produtos de seguro
Muitos clientes não estão familiarizados com os diferentes tipos de seguros disponíveis no mercado e como cada um deles pode ser benéfico para sua segurança financeira. O corretor tem a responsabilidade de esclarecer essas questões, explicando as particularidades de cada produto, como seguros de vida, saúde, automóvel, residencial, entre outros.
Por exemplo, no caso dos seguros de vida, o corretor pode explicar as diferenças entre seguro de vida temporário e vitalício, ajudando o cliente a entender qual opção seria mais adequada para sua fase de vida e objetivos financeiros. No caso do seguro de automóvel, ele pode colocar em pauta as coberturas adicionais que podem ser relevantes, como assistência 24 horas ou proteção contra terceiros.
Além disso, o corretor deve esclarecer termos técnicos, do famoso “segurês”, que possam ser confusos para o cliente, como “franquia”, “prêmio”, “sinistro” e “carência”, garantindo que o cliente compreenda plenamente o contrato que está assinando.
Planejamento financeiro e seguros
Outro aspecto relevante do trabalho do corretor na educação financeira é ajudar o cliente a integrar os seguros em seu planejamento financeiro geral. Um planejamento financeiro eficiente considera os investimentos, a poupança e a proteção contra riscos que possam comprometer o patrimônio e a qualidade de vida da família.
O corretor auxilia o cliente a entender como os seguros podem ser utilizados para proteger suas finanças de eventos inesperados, como acidentes, doenças, ou falecimentos. Dessa forma, o cliente pode planejar melhor o futuro, sabendo que, em caso de imprevistos, suas finanças estarão protegidas.
Promoção da consciência financeira
Os corretores também têm um papel importante na promoção da consciência financeira entre seus clientes. Isso inclui incentivar a importância de manter uma reserva de emergência, planejar a aposentadoria, e proteger o patrimônio contra possíveis riscos. Esses conceitos, quando bem compreendidos, ajudam o cliente a tomar decisões mais seguras e conscientes.
Por exemplo, ao conversar com o cliente sobre seguros de vida, o corretor pode abrir uma discussão mais ampla sobre planejamento sucessório, destacando a importância de ter um plano que assegure a continuidade financeira da família. Da mesma forma, ao tratar de seguros de saúde, o corretor pode abordar a importância de estar preparado para possíveis despesas médicas futuras.
A relação da Geração Z com os produtos de seguros
A Geração Z, composta por jovens nascidos entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2010, está entrando na fase adulta e começando a lidar com questões financeiras mais complexas, como a contratação de seguros. Diferente das gerações anteriores, a Geração Z valoriza a personalização, a rapidez nas respostas e, principalmente, a transparência na comunicação. Esses jovens estão habituados a pesquisar online antes de tomar decisões e esperam uma abordagem direta e objetiva.
Para os corretores de seguros, esse perfil representa tanto um desafio quanto uma oportunidade. A Geração Z demanda uma orientação financeira que seja ao mesmo tempo acessível e informativa. Eles buscam entender exatamente pelo que estão pagando e como os seguros podem se encaixar em seu planejamento financeiro, seja na proteção de bens materiais como automóveis e eletrônicos, seja na garantia de segurança em viagens ou na saúde. Nesse contexto, o corretor se torna um parceiro importante, capaz de traduzir a complexidade dos produtos de seguros para uma linguagem que ressoe com as expectativas e o estilo de vida dessa nova geração.
Proteção e segurança do patrimônio
Uma das maiores preocupações dos clientes é a proteção do seu patrimônio. Neste sentido, o corretor exerce um papel fundamental ao garantir que o cliente compreenda a importância de proteger seus bens contra riscos como roubo, incêndio, desastres naturais, entre outros.
O corretor, ao identificar as necessidades específicas do cliente, pode sugerir coberturas adequadas para cada situação, ajudando a garantir que o cliente não esteja subsegurado ou supersegurado. Isso é importante para evitar surpresas desagradáveis em caso de sinistro, onde o cliente possa descobrir que sua apólice não cobre determinado evento ou que os valores segurados não são suficientes para repor as perdas.
Acompanhamento e revisão constante
O trabalho do corretor não termina com a venda de uma apólice. Uma parte importante do papel do corretor na educação financeira envolve o acompanhamento contínuo das necessidades do cliente e a revisão periódica das coberturas de seguro. O mercado e as circunstâncias pessoais dos clientes mudam ao longo do tempo, e o corretor deve estar atento a essas mudanças para ajustar as apólices conforme necessário.
Por exemplo, uma mudança no valor de mercado do imóvel ou do veículo do cliente pode exigir uma revisão da apólice de seguro, para que o cliente esteja adequadamente protegido. Da mesma forma, mudanças na composição familiar, como o nascimento de um filho, podem alterar as necessidades de seguro de vida ou saúde.
O papel do corretor no contexto de novas tecnologias
Com o avanço das tecnologias e a digitalização dos serviços financeiros, o papel do corretor de seguros também está em transformação. Plataformas digitais e ferramentas de multicálculo têm facilitado o acesso a informações e a personalização de seguros, mas a expertise e o aconselhamento humano continuam sendo insubstituíveis. O corretor, ao utilizar essas tecnologias, pode otimizar seu trabalho e oferecer um atendimento ainda mais ágil e personalizado, sem perder o foco na educação financeira do cliente.
Em um cenário em que a automação de processos está cada vez mais presente, o corretor assume uma função consultiva, ajudando o cliente a navegar por um mercado cada vez mais complexo e a fazer escolhas informadas. A tecnologia, nesse contexto, se torna uma aliada, permitindo que o corretor dedique mais tempo à construção de relacionamentos sólidos e à orientação financeira.
Dados do mercado e a importância do corretor
De acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o mercado segurador brasileiro deve continuar crescendo nos próximos anos, impulsionado pela maior conscientização sobre a importância dos seguros. Em 2023, o setor de seguros cresceu 8,5% em relação ao ano anterior, reforçando a relevância da orientação profissional para a escolha de produtos de seguro adequados.
Os corretores, nesse cenário, desempenham um papel estratégico, atuando como educadores financeiros que ajudam os clientes a compreenderem melhor os benefícios dos seguros e a importância de uma boa gestão de riscos. A orientação adequada pode não apenas evitar problemas futuros, mas também garantir que os clientes façam escolhas que estejam alinhadas com suas necessidades e capacidades financeiras.
O corretor de seguros desempenha um papel central na educação financeira do cliente, ajudando a compreender e a tomar decisões informadas sobre a proteção de seus bens e finanças. A combinação de orientação personalizada, educação sobre produtos de seguro e acompanhamento contínuo faz do corretor um elemento essencial na construção de uma cultura de proteção e segurança financeira. Em um mercado em constante evolução, a figura do corretor como educador financeiro tende a se fortalecer, beneficiando tanto os clientes quanto o setor como um todo.