Ana de Albuquerque chegou em Florianópolis aos 17 anos, para fazer cursinho pré-vestibular, pois não tinha em sua cidade natal, Pinhalzinho, no Oeste de Santa Catarina. “A cidade era pequena e, para estudar, muitas pessoas saíam de lá e iam para Santa Maria, Porto Alegre, Passo Fundo. Mas eu sempre tive um desejo de morar em Florianópolis”, recorda.
Ela estudava à noite e de dia tinha dois empregos: em um Café e em uma portaria de prédio comercial. Neste prédio estava sediada a seguradora América Latina, hoje Tokio Marine. Ana via os executivos da seguradora, bem como as Corretoras de Seguros que visitavam a empresa, e sonhava em ser como elas, “todas muito elegantes e modernas, com notebook (risos, inusitado para a época)”. Entre essas mulheres elegantes estava Vânia Iatzac, que se tornou amiga dela na época e hoje são sócias, e Andréa Kraisch, que atualmente trabalha na Seguros Unimed e é sua cliente. Além disso, ela morava em uma pensão com duas amigas que trabalhavam na Bradesco Seguros, e estavam muito satisfeitas com os empregos. Assim, viu o Mercado de Seguros como uma oportunidade e profissão para o futuro.
Carreira em Seguradoras
Surgiu uma vaga de estagiária na seguradora América Latina, hoje Tokio Marine, mas precisava estar cursando técnico ou faculdade, então ela interrompeu o cursinho pré-vestibular e entrou em um curso técnico em contabilidade na Escola Técnica do Comércio de Santa Catarina, mesmo já tendo se formado no Ensino Médio. Por ter entrado com as aulas em andamento, teve o desafio de conseguir completar as notas, mas, estudiosa, em dois anos se formou neste curso técnico.
Na América Latina, aprendeu a fazer cálculos de seguros à mão, o que lhe deu importante aprendizado. “Até hoje sei fazer cálculos, se eu tiver as taxas eu calculo, ficou um aprendizado para a vida”, diz.
Mas a empresa não renovava contrato de estagiário, por isso depois de um ano atuando na Central de Atendimento, ela ingressou na Paulista Seguros, hoje Liberty, na mesma área. Lá conheceu seu ex-marido, pai do seu filho. Como não podiam atuar parentes na mesma empresa, ela se mudou para a Sul América, mas não se adaptou.
Buscou nova oportunidade, e em menos de um ano ingressou na Sasse Seguros, atualmente Caixa Seguradora, onde permaneceu alguns anos, nos cargos de analista de sinistros, coordenadora, atuando no Centro Operacional. O COP Sul era responsável por Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, e tendo grandes responsabilidades. Saiu da empresa apenas porque foi vendida para um grupo francês que fechou a operação dos COPs. Foi então para a Porto Seguro, mas não se adaptou.
Trajetória como Corretora de Seguros
Ana de Albuquerque estava no último ano da faculdade de Administração de Empresas, na qual recebeu prêmio de melhor aluna, e decidiu empreender como Corretora de Seguros.
“Pensei que atuando uma Corretora de Seguros, eu conseguiria unir a parte operacional, que eu gosto, a parte técnica, que eu tinha e tenho conhecimento ímpar, com a parte comercial que é outra paixão”, conta. “Para um Corretor de Seguros ter sucesso, ele tem que ter esses três pilares, porque não adianta só saber vender, é preciso entender aquela operação num todo”.
Para começar, Ana de Albuquerque atuou alguns meses como preposta em uma Corretora de Seguros pequena, a Barriga Verde Corretora de Seguros, e depois um ano como preposta na Máxima Corretora de Seguros, que pertencia ao Júlio Ferreira.
“Em novembro de 2023, fez 20 anos que vendi minha primeira apólice para Ana Karina Varela Kilian Mattos, uma apólice de residência e Karina é minha cliente até hoje”, se orgulha Ana de Albuquerque.
Em 2004, quatro Corretoras se uniram para fundar a FortGroup Corretora de Seguros, entre esses Corretores estava a Máxima Corretora, Julio Ferreira, e automaticamente a Ana de Albuquerque fez parte daquele momento. Em 2009, um novo momento, o ingresso da FortGroup para o sistema Lojacorr e a criação da Unidade Lojacorr Florianópolis, que completa 15 anos em 2024.
“Faço parte da Lojacorr desde o início, fundação da primeira filial no Estado de Santa Catarina. Passando por várias mudanças, de estratégia, de logomarca, de comando, porque há 15 anos o Sr Heitor era quem comandava a empresa, depois passou para o Diogo, e agora com o Dirceu Tiegs, um movimento extremamente importante, porque é interessante a empresa ser familiar, porém em determinado momento faz-se necessário um rumo mais executivo”.
Duas pessoas foram inspirações que mudaram o rumo da trajetória de Ana: “A primeira foi a Vânia, que hoje é a minha sócia, que eu via entrar no prédio em que eu trabalhava sempre com um notebook e um óculos de sol bem bonito, muito inteligente e elegantemente caminhando. E o Júlio, que eu digo que ele é o meu mentor, muitas decisões estratégicas eu passo por ele até hoje, confio de olhos fechados”, revela.
Em 2019 ela e Vânia decidiram sair da sociedade FortGroup e fundar a Viver Corretora de Seguros. “O curso da Administração me proporcionou cuidar da nossa empresa, como sócia da Viver Seguros eu consigo unir o aprendizado da faculdade, com o técnico/operacional das experiências nas Cias Seguradoras e o Comercial desenvolvido há duas décadas de história na comercialização de Apólices de Seguros”.
Ela se habilitou corretora de seguros pela Escola de Negócios e Seguros (ENS) em 2009, e depois se tornou professora da disciplina de Seguro Aeronáutico. Só deixou de ser professora na mesma instituição quando o curso se tornou online.
Ana gosta de atuar com seguros de ramos variados. “Tenho uma carteira bem diversificada. O carro-chefe acaba sendo o automóvel, difícil sair disso… Mas gosto muito de aeronáutico, equipamentos agrícolas, agro, vida, residência. Atualmente estou atuando no consórcio também”. A sócia trabalha em home office na paradisíaca Lagoa da Conceição, já Ana em escritório no Centro executivo de Florianópolis com duas funcionárias.
“Fundei a Viver Seguros já na parceria com a Lojacorr, por toda a abertura de mercado que a rede nos proporciona. Somos uma Corretora de médio porte, porém com status de grande por ter a Lojacorr como suporte. A Lojacorr nos dá segurança no processo, eu confio muito em todo o ecossistema, confio nas pessoas da Lojacorr”, ressalta.
Dedicação à família
Em 13 de junho de 2006 nasceu o único filho de Ana, Gustavo de Albuquerque, e nesta época ela tirou um pouco o pé do acelerador no trabalho. “Fiquei 14 anos casada, mas quando separei o meu filho tinha apenas três anos e meio, então eu quis me dedicar a ele. Continuava tocando os negócios, mas não como hoje”, recorda. “Quando Gustavo entrou na adolescência e ficou mais independente, eu consegui dar um gás maior na Corretora, e realmente tivemos um crescimento fantástico. Nossa preocupação diária é com o segurado, não deixamos cliente sem retorno. Nosso índice de renovação é superior a 90% historicamente.”
O Gustavo fará 18 anos em junho de 2024 e está terminando o Ensino Médio. “Ele me ajuda na empresa sempre que necessário, em férias de colaborador por exemplo. Ele entende o que é uma apólice, uma proposta, protocolo online, sistema Lojacorr e demais seguradoras, e assim por diante. O Gustavo já ‘vive’ esse meio. Pode ser que queira ser meu sucessor, faço votos que sim, mas se ele seguir para outra carreira também vou apoiar”.
Motivação diária
Ana está realizada e adora fazer parte do mercado de seguros. “Gosto de participar dos congressos, vou em Conec, Brasesul, Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, este último já fiz a inscrição para outubro de 2024. Vou em eventos ligados ao mercado, gosto de participar das reuniões de seguradoras. A Viver é associada à ACIF, Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, pertencemos ao Núcleo de Corretoras de Seguros, do qual sou coordenadora financeira”.
Apesar de 20 anos como Corretora, atuando em todas as frentes como gestão, operacional, técnica e comercial, Ana ainda tem muita motivação para trabalhar e inovar. “Acordo cedo e por volta das 07h30 já estou no escritório! Minha motivação é pensar em tudo o que posso realizar, pessoas que posso ajudar, pessoas que estão aguardando por soluções que dependem da nossa empresa, colaboradores que dependem da remuneração mensal. Entendo que o trabalho de todo o ecossistema ligado ao mercado securitário tem inclusive ação social, devolvendo à sociedade com os pagamentos de sinistros. Não podemos impedir um sinistro, mas podemos transformá-lo num momento menos difícil, menos traumático e doloroso.”, ressalta.
“Essa catástrofe que está acontecendo no Rio Grande do Sul é um claro exemplo, muitas famílias terão um recomeço e consequência de indenizações securitárias que irão receber. Por meio de uma apólice de seguros salvamos vidas.”
“Sinto-me orgulhosa e feliz com a profissão que escolhi”.