Thiago Vieira Furtado é fundador de uma das grandes corretoras que compõem a Lojacorr, a Bem Seguro, de Belo Horizonte-MG. Ele demonstra como o modelo de negócios potencializa profissionais de todos os portes.
Carreira securitária
Antes de ingressar no mercado de seguros, quando ainda era adolescente, ele trabalhava com informática, na montagem e manutenção de computadores. Entrou para a faculdade de Matemática, sem saber muito bem como o que iria trabalhar, e lá conheceu um colega atuava na área de Sinistros da SulAmérica, que o indicou para uma vaga na TI, onde foi contratado em 1998, aos 22 anos.
Segundo Thiago, naquela época algumas seguradoras tinham robustas estruturas em Belo Horizonte, diferentemente de hoje que estão mais concentradas em São Paulo. “A SulAmérica em Belo Horizonte tinha 150 funcionários e eu tinha muito trabalho cuidando dos computadores de todos”, recorda.
Nessa correria ele tinha contato com os corretores de seguros que, na época, precisavam visitar a seguradora para fazer processos hoje automatizados. Em uma oportunidade de seleção, depois de cinco anos que estava na TI, Thiago migrou para a área de prestadores de saúde, onde trabalhou visitando clínicas e hospitais para fazer parceria com a rede da SulAmérica Saúde. “Nesta área fiquei mais cinco anos, e aprendi a trabalhar com relacionamento”, conta.
Foi quando surgiu uma vaga para representante comercial na Allianz Seguros na área de saúde. Mesmo sem experiência no atendimento a corretores, ele fez o processo competindo com outros mais experientes, e foi selecionado justamente por não ter experiência e “vícios”. “Passei a visitar corretores, a prospectar parcerias e ensinar a vender saúde, que muitos tinham resistência, apesar de ser um produto muito rentável”, diz.
Vendo toda essa oportunidade, ele decidiu se tornar corretor de seguros, depois de 13 anos atuando como segurador. “Percebi que o mercado era carente de corretores que vendiam saúde, fiz o curso de habilitação ainda trabalhando na seguradora. Quando concluí, pedi demissão”.
Neste meio tempo ele conheceu a esposa Fabiana. “Trabalhávamos na SulAmérica, ela era comercial também, e quando fui para a Allianz concorríamos nesta área. A estabilidade do emprego dela foi o que me encorajou a empreender, pois teria uma retaguarda”, conta. Hoje o casal tem duas filhas: Isabela, de 11 anos, e Beatriz, de 9.
Bem Seguro
Thiago iniciou, em 2011, como corretor de seguros pessoa física, atuando com o suporte de assessorias. Em 2013, fundou a Bem Seguro Corretora de Seguros.
Logo no início da corretora ele chamou o amigo Leonardo Rocha, que era despachante do Detran, para sociedade. “Analisei que ele tinha muito contato com pessoal que transfere carro e seria porta de entrada para fazer seguro automóvel, que é um ramo que dá retorno mais rápido que o saúde, o que era importante em nosso início”.
Depois de dois anos, entrou o terceiro sócio, Bruno Lauar, com quem Thiago havia trabalhado na SulAmérica. “Bruno acabava de ser desligado e estava pensando em fundar sua corretora. Na SulAmérica ele era comercial na área corporativa, atendia mega corretoras, então o trouxe para somar”.
Início na Lojacorr
A Bem Seguro Corretora de Seguros foi crescendo, ganhou grandes contas, os sócios já tinham cinco funcionários e cadastro em todas as seguradoras, quando, em 2016, Antonio Carlos Fois, diretor Regional Centro Sudeste, apresentou o modelo de negócios da Lojacorr.
Os sócios não aceitaram logo de cara. “Corretor pensa muito na parte da comissão que fica retida, mas esquece do benefício que está por trás”, comenta.
Um ano depois, em 2017, Thiago lembrou da proposta e pensou que o sistema poderia desafogar em alguns processos. “Voltei a conversar com Fois, que mostrou que a rede estava crescendo, e aceitamos nos tornar Lojacorr”.
“Quando nós entramos já tínhamos produção boa, o crescimento nos anos anteriores foi muito bom, por isso no mercado, de maneira geral, já erámos considerados médios. Ao entrarmos na Lojacorr, que em Minas ainda estava começando a crescer – na época tinham 30 corretoras no estado, agora são quase 70 – essa nossa produção média dentro da rede era considerada grande”, diz.
Estrutura otimizada
Logo após entrar para a Lojacorr, os sócios demitiram três funcionários, cujo trabalho foi otimizado pelos sistemas.
Quando veio a pandemia, em 2020, os dois funcionários que restavam passaram a atuar em home office, e não deu muito certo. “Dávamos oportunidade para pessoas de comunidade, que em casa, infelizmente, não tinham estrutura para trabalhar, por mais que déssemos mesa, internet. A Lojacorr tem uma parceira, a Qualex, que realiza a parte que os funcionários faziam, eu contratei o serviço e demiti os funcionários. E estamos até hoje sem funcionários, por incrível que pareça”, revela Thiago.
Na pandemia eles também fecharam o escritório e trabalharam de casa até 2022, quando foi inaugurado o novo local.
Vantagem para corretores de todos os portes
Na visão de Thiago, a Lojacorr atende de pequeno a grande corretor. “Antes de entrar na Lojacorr, mesmo já sendo pessoa jurídica cadastrada em todas as seguradoras, eu percebi que as companhias não estavam mais suportando cadastro de novos corretores. Quem é recém-formado tem dificuldade de cadastro, então a saída é se unir a uma assessoria. Mas hoje vemos que é mais vantajoso ir para a Lojacorr, porque consegue ter autonomia do produto, de sistema… O que acaba repassando para a assessoria é o que vai ficar com a Lojacorr, com a vantagem de ter muito mais autonomia e controle”, avalia.
Para ele, a rede é interessante até mesmo para corretor mais estruturado. “Temos visto entrada de corretores grandes aqui na rede, que conheço de quando era comercial de seguradora”, aponta. “Para quem já está mais estruturado também é vantajoso, porque lá em 2016, quando já erámos uma corretora considerada média, tínhamos funcionários e o trabalho de treinamento, de gestão de pessoas”.
“Começamos com planilha no Excel, depois compramos sistema. Aí foi preciso colocar pessoas para digitar tudo que tínhamos em planilha, passava um ano o sistema fica limitado, tinha que mudar para um sistema melhor, migrar dados no sistema para outro. Corre-se muito risco nessa nessas migrações, de ficar alguns seguros sem ser migrados e perder renovação. A corretora começa a tomar uma proporção e é preciso ser dono de empresa, comercial, gestor de pessoas, gestor de sistemas. E a Lojacorr já me dá toda essa gestão de uma grande empresa”, analisa.
