O Brasil se choca a cada novo evento climático inusitado. Um quadro, que, infelizmente, se torna cada vez mais frequente. Em novembro, moradores e turistas no Sul de Santa Catarina se assustaram com um tsunami meteorológico. Foi em Laguna, no dia 11, quando o mar ficou revolto e arrastou carros numa praia de Cardoso. Em vista dos estragos, fica a pergunta: será que seguro de carro cobre alagamento e ressaca do mar? O que fazer em caso de sinistro?
Na ocasião, a Defesa Civil explicou que o tsunami meteorológico é um fenômeno difícil de prever – mas, por sorte, incomum. Ele é causado por linhas de instabilidade, que podem provocar alagamentos costeiros e mar agitado.
Da mesma forma, diversos outros pontos do litoral brasileiro foram atingidos pela ressaca do mar no início de novembro, desde as praias do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro. Os estragos, incluindo carros arrastados e alagamentos, foram causados por um ciclone extratropical em alto mar de grande intensidade.
O que fazer em caso de alagamento do carro?
Conforme Luiz Ernani Lepchak, diretor da Regional Sul da Lojacorr, é preciso diferenciar o alagamento do carro com água salgada ou doce. Há vários meses, os três estados da Região Sul têm enfrentado muitas dificuldades com alagamentos em função das enchentes de água das chuvas, quando rios invadem cidades, ocasionando sérios danos pessoais e materiais a muitas pessoas, mas com água doce. “Nesses casos, os segurados devem ficar atentos às condições gerais das respectivas apólices contratadas, logicamente sempre com a consultoria e orientação de um corretor de seguros.”
Saiba o que entra na cobertura compreensiva (seguro total) do seguro auto em relação a alagamento:
Proteção contra fenômenos naturais como
- Ventos fortes
- Enchentes
- Chuva de granizo
- Queda de objetos no carro
- Deslizamento de terra
- Raios
A seguradora pode recusar a cobertura em caso de alagamento de rios e água de chuva?
“Isso vai depender de como o carro foi danificado. A seguradora poderá declinar a cobertura se o segurado estava em um lugar seguro e se arriscou a atravessar uma região alagada ou com enchente (seja rua, avenida, rodovia ou estrada)”, alerta Ernani. Ele explica como isso ocorre: “As seguradoras acabam fazendo avaliações em função do comunicado do segurado ou do corretor. Podem ser usados vídeos de câmeras de segurança da região e até depoimentos de moradores do local que tenham presenciado a situação. Nesses casos, é avaliado se o segurado se submeteu ao risco ou se o desastre natural atingiu o carro do segurado sem sua interferência. Existindo o agravamento do risco, a seguradora não dará cobertura ao veículo.”
O seguro de carro cobre estragos causados pela água do mar?
Nos casos de ressaca do mar, é preciso ficar muito atento, pois as apólices geralmente não cobrem os estragos causados pela água salgada. Essa cobertura existe, mas apenas se o veículo estiver estacionado numa rua ou avenida devidamente regulamentada, ou se estiver em trânsito, e tenha sido atingido pela ressaca de água salgada.
O diretor da Regional Sul da Lojacorr alerta que, se o veículo estiver na areia, ele não estará coberto. “Existem motoristas que dirigem na areia da praia e, ao se aproximarem do mar, ficam atolados, tendo seu veículo inundado pela água do mar. Ou ainda deixam o veículo estacionado na areia, e com a ressaca seus veículos acabam sendo engolidos pela água do mar. Nessas situações, as seguradoras entendem que o segurado agravou o seu risco de sofrer a ocorrência do sinistro e dos danos ao veículo”, avisa o diretor.
Por isso, além de contar com um bom seguro para o automóvel, é preciso saber o que consta na apólice e ter um corretor de confiança. “Tão importante quanto termos um seguro contratado é termos um seguro bem contratado e explicado, e isso se dá por meio do corretor de seguros. No momento da contratação, ele deve explicar ao segurado as melhores opções e as situações em que estará coberto em caso de dano ao veículo. Dessa forma, a pessoa terá a tranquilidade de entender bem o produto que adquiriu”, considera Ernani.
Seguradoras alertam para evitar a areia
Conforme Marcio Jordão, superintendente de Sinistro da Bradesco Seguros, o segurado do produto automóvel tem garantia plena em casos de intempéries, como chuva, vento, granizo, furacão, terremoto, queda de árvore sobre o veículo e submersão total ou parcial. Todos esses sinistros constam no pacote básico de coberturas da seguradora.
Nos produtos da Bradesco Seguros, a cobertura básica garante os prejuízos causados pela submersão total ou parcial do veículo, porém desde que o local esteja aberto ao tráfego, seja uma estrada ou caminho sem impedimento e não seja em areia.
Já para quem não possui o seguro do carro, fica o alerta. Essa é uma grande oportunidade para corretores de seguros buscarem conscientizar suas redes de contato e garantir a proteção de mais pessoas.
“Os corretores devem conscientizar os clientes de que eles não podem deixar de estar protegidos”, alerta Márcio. “Assegurar o patrimônio é uma atitude simples e que pode evitar dores de cabeça. Para isso, os corretores devem conhecer seus clientes a fundo e entender suas necessidades específicas, de modo a oferecer os produtos mais adequados.”
O diretor da Lojacorr concorda: “O fato de termos uma apólice de seguro para os nossos veículos garante a tranquilidade de proteger o patrimônio que levamos muito tempo para conquistar, e, em alguns casos, que ainda estamos pagando. Essa é a importância de contratar um seguro de veículo e também evitar exposições desnecessárias e agravamento dos riscos”.
