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Safra

Seguro rural traz maior segurança ao produtor agrícola

Corretores e seguradoras explicam a importância de segurar a safra e trazem detalhes do andamento dos plantios

Seguro rural traz maior segurança ao produtor agrícola

Apesar da safra recorde de produção agrícola em 2023, que coloca o Brasil em destaque no cenário mundial, surgem desafios a superar para o futuro. O plantio da safra de soja 2023/24, principal do país, estimada em 45,2 milhões de hectares, está 57,1% semeado, conforme o portal Safras & Mercado. Nesse contexto, o seguro rural se mostra cada vez mais relevante.

Com custos de produção cerca de 30% menores do que em 2022, o Brasil se mantém como grande expoente na produção de alimentos. Mesmo com a projeção positiva para a produção de grãos, com aumento da área plantada, o momento é de cautela. Isso porque as margens de lucro estão apertadas, devido à queda no preço das commodities, combinadas com as alterações climáticas. 

Para a gerente de Mercado de Seguros da Lojacorr, Bruna Rafaela Schewinski, sejam quais forem os desafios enfrentados pelos produtores, o importante é contar com um bom seguro. “Temos parceiros especialistas no assunto para que todos fiquem sossegados: quem planta, quem vende, quem compra e quem exporta”, diz.

Conheça os benefícios do seguro rural

Em meio aos desafios para as próximas safras, a operação segurada com especialistas minimiza riscos, otimiza processos operacionais, fideliza clientes e acelera o processo de vendas. O seguro também previne contra o custo crescente da safra, seja em sementes, máquinas ou quanto a imprevistos, tais como alterações meteorológicas. 

Entenda o efeito das mudanças climáticas no campo

Em comparação com outros produtos, o seguro rural é um pouco mais complexo de comercializar para o corretor, que necessita de treinamento adequado. “Ele exige conhecimento técnico apurado, sendo recomendado manter um agrônomo ou técnico na equipe. Isso porque o seguro rural se baseia na área do produtor: é preciso ter noções de tipo de solo, sementes, local exato do plantio, variedade de plantas e ainda de animais que podem ser criados ali”, explica o sócio da corretora CNX Seguros, Caue de Paula Damião.

O corretor também precisa entender o contexto de mudanças por que passa o próprio planeta para vender melhor o seguro rural. Por isso, o seguro tende a se tornar praticamente obrigatório. 

Damião, que atua em Curitiba, Londrina, Medianeira, Realeza e Mato Grosso do Sul, explica que a principal influência hoje sobre a lavoura brasileira são as intempéries, que aumentam ano após ano em todo o país. “Isso representa uma baita oportunidade para corretores. E os produtores já percebem que segurar a safra é mais que necessário”, diz.

Para o consultor Caue Damião, vender seguro rural exige treinamento técnico apurado.

Os sinistros causados por intempéries climáticas no campo podem envolver:

  • Necessidade de replantio: o seguro cobre o custo de um novo lote de sementes
  • Ventos fortes
  • Geada
  • Frio ou calor excessivo
  • Seca e enchente
  • Pestes não costumam entrar na cobertura

Na safra atual, o padrão de chuvas reduziu o ritmo do plantio da soja no Mato Grosso, maior produtor do país. De acordo com a consultoria AgRural, chuvas leves e esparsas previstas para o estado ajudam a “aplacar o calor”, mas seguem com volume e a distribuição muito irregulares. 

Nas áreas mais secas ou de plantio atrasado, existe o temor de que seja necessário o replantio de áreas mais extensas de soja. Ou mesmo de semeadura fora da janela ideal para uma parcela da safrinha 2024 de milho.

Chuvas favoráveis foram registradas em outros estados, mas seria desejável uma regularidade maior em áreas do Centro-Oeste, Sudeste e Norte/Nordeste. Com relação à safra do trigo, os fatores climáticos têm trazido muitos percalços, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O excesso de chuvas pôde ser detectado por imagens de satélite que indicam baixo vigor das lavouras. 

As áreas mais afetadas foram as regiões Centro-Sul paranaense, oeste catarinense e noroeste do Rio Grande do Sul. As variações são resultado do excesso de chuvas, que tem impactado o vigor vegetativo das culturas na safra em curso. O excesso de precipitações não apenas diminuiu a vitalidade das lavouras, como também levou a uma antecipação do ciclo de maturação e colheita em relação às safras passadas. 

Aporte do governo no seguro rural

A suplementação de R$ 500 milhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), prometida pelo governo federal, fará com que o valor assegurado das lavouras no país neste ano atinja o recorde de R$ 71 bilhões, de acordo com o Departamento de Gestão de Risco do Ministério da Agricultura.

Se confirmado o aporte extra, o orçamento total do PSR também será o maior da série histórica, com R$ 1,43 bilhão. A verba inicialmente era de R$ 1,06 bilhão, mas houve remanejamentos de R$ 130 milhões recentemente.

Porém, a demora na liberação do recurso suscita críticas. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), criticou no fim de outubro a demora.

Como funciona o seguro das safras

O Seguro Safra protege a lavoura de prejuízos causados por eventos climáticos, além de  incêndios. Além disso, o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural é subsidiado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para auxiliar o produtor a segurar sua produção com custo reduzido. A subvenção vai de 20% a 40%, de acordo com a cultura em questão. Nos estados de São Paulo e Paraná, alguns municípios também possuem políticas de subsídios ao prêmio do seguro rural.

A cada safra, seguradoras lançam campanhas pelas quais determinam as condições comerciais e regras de aceitação. 

Seguradoras diluem carteira agrícola

Para as seguradoras que atuam no mercado agro, a importância do seguro passa cada vez mais pelas mudanças climáticas. “As seguradoras não podem selecionar riscos, mas estão tentando diluir um pouco sua carteira entre os estados para minimizar prejuízos”, explica Damião. Isso porque hoje 70% do seguro rural brasileiro fica na região Sul e no estado do Mato Grosso do Sul. Porém, como nos últimos anos houve muitas intempéries, percebe-se que essa operação está muito centralizada. 

“A crescente preocupação com as mudanças climáticas e a ocorrência cada vez mais comum de eventos extremos relacionados ao clima tornaram os produtores rurais mais conscientes dos riscos que enfrentam”, pontua Catia Rucco Rivelles, superintendente de seguros rurais da MAPFRE Seguros. “Eles circundam todas as etapas de suas produções, do plantio até a venda da colheita. Por isso, ressaltamos a importância de estar protegido pelo seguro rural, que vem passando por um processo de amadurecimento e consolidação, como vimos acontecer em outros países. Sua expansão é reflexo desta evolução, em que o produtor rural começa a enxergar o seguro como um mitigador de risco fundamental para a gestão do seu negócio e não mais como um custo.” 

No caso da MAPFRE, a empresa disponibiliza especialistas técnicos e comerciais em agronegócios. No portfólio existem coberturas para mais de 70 tipos de culturas e para o patrimônio do agricultor. Tudo isso é apoiado pelo crescente uso da tecnologia, outra tendência do setor.

Perfil do agro brasileiro

O novo levantamento do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) revela queda na população brasileira ocupada no campo entre 2016 e 2023. Isso porque a tecnologia avançou, e a informalidade caiu, o que modifica bastante o perfil do campo brasileiro. Para saber mais, veja o estudo completo aqui.