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Formação

Trabalhar como corretor de seguros é carreira promissora mas exige capacitação

Coordenadora de curso e corretor de seguros trazem lições valiosas aos iniciantes

A venda de seguros exige muito treinamento e esforço, mas recompensa pela carreira promissora.
A venda de seguros exige muito treinamento e esforço, mas recompensa pela carreira promissora.

Com a grande competição no mercado de trabalho, os jovens por vezes se sentem perdidos no momento de optar por uma carreira que seja ao mesmo tempo gratificante e promissora. Para ajudar, trazemos aqui um depoimento de um profissional do setor de seguros, área que reúne hoje no Brasil 120 mil corretores cadastrados na Superintendência de Seguros Privados (Susep)

O setor é um dos que mais têm potencial para crescer. Somando todos os segmentos e ramos, no Brasil hoje 17% da população possui algum tipo de seguro. Se pensarmos que, há 25 anos, o número era de 5%, vemos como são grandes as possibilidades desse mercado. Trata-se de produtos que precisam ser democratizados, divulgados e, principalmente, comercializados por profissionais capacitados. 

O espaço para crescer é tanto que as entidades do setor projetam quase dobrar a participação do setor de seguros no PIB do país. Hoje o percentual da venda de seguros representa 6,5% de toda a riqueza produzida no Brasil. A ideia é aumentar o valor para 10% até 2030. 

Com todo esse potencial, o setor traz ainda a possibilidade ao profissional de atuar tanto em seguradoras quanto em corretoras, com a possibilidade de ser ainda um agente independente. 

Corretor dá dicas a quem está começando

A corretagem é uma profissão que integra finanças, comunicação e venda. Algo que exige muita técnica, mas também bastante prática. 

Para se tornar um profissional da área, é preciso ter mais de 18 anos e ensino médio completo. É necessário realizar o curso da Escola de Negócios e Seguros (ENS), única instituição reconhecida pela formação destes profissionais. 

Após o curso, é preciso ser aprovado no Exame para Habilitação de Corretores de Seguros da Escola Nacional de Seguros. O teste acontece duas vezes ao ano e é feito no formato online, ao longo de dois dias seguidos. Primeiro é feito o Exame de Capitalização; Exame de Vida e Previdência; no segundo dia, exames dos demais segmentos. Após a aprovação, é necessário certificar-se junto à Susep. 

No site do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Mercado de Corretagem de Seguros, de Resseguros, de Capitalização e de Previdência Complementar Aberta – IBRACOR, entidade autorreguladora do mercado de corretagem de seguros, de resseguros, de capitalização e de previdência complementar aberta, é possível realizar filiação e cadastro.

Além da formação completa e do registro, é preciso ter muita disposição para aprender. Quem conta é Rene Holstein Kepler, que está desde 1996 na Lojacorr, a maior rede de corretoras de seguros independentes do Brasil. Para ele, os benefícios dessa parceria são tanto comerciais quanto administrativos. “A Lojacorr é o nosso braço forte”, ele conta.

Rene Kepler, parceiro da Lojacorr, conta que entidade é seu forte apoio.

Apesar do mercado um pouco conturbado no momento, com inflação e reestruturações entre grandes conglomerados, ele vê a possibilidade de corretores independentes prosperarem se souberem se adaptar e criar novas oportunidades. “Precisamos variar os produtos dentro da nossa própria carteira e buscar atualização sempre”, diz Rene.

E ele traz dicas aos iniciantes: “Não desista facilmente. Também não trabalhe de graça. Valorize seu conhecimento e seu tempo de dedicação. Um cliente que só se importa com preço baixo vai acabar levando só isso. Mas nem todos são assim, pois o importante no nosso setor é a segurança hoje e sempre. As outras dicas para prosperar, o tempo explicará direitinho”, brinca.

Formação: como iniciar a carreira

E quais seriam os melhores cursos tanto para atuar na área de seguros quanto em outras áreas financeiras? 

Quem responde é a coordenadora de Empregabilidade do PUCPR Carreiras, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Luciana Mariano. “Para capacitação técnica, é interessante que os jovens busquem cursos voltados à sociedade e às relações de consumo. Aprender a avaliar diferentes cenários, as transformações no mercado e no contexto global é fundamental. Vários cursos na área de negócios trazem essas capacitações – Finanças, Administração, Economia e Marketing podem ser boas escolhas. Certificações importantes e relevantes para sua atuação não podem faltar, como a CPA (Certified Public Accountant) para finanças ou certificações de vendas”, ela sugere. 

Qual o perfil do profissional da área financeira?

Para a coordenadora da PUCPR, o futuro profissional das áreas financeiras deve ter um perfil mais analítico. “Ele precisa aprender a analisar dados, fazer projeções e tomar decisões com base em informações financeiras”, ela orienta. Ela lembra que são carreiras que exigem trabalhar muito bem com metas e saber cumprir prazos, o que deve ser abraçado desde cedo. “Geralmente, são pessoas que constroem sua renda com base em remuneração comissionada – e para isso, precisam ser organizados e cautelosos.”

A professora Luciana Mariano fala sobre o perfil de quem atua na área de finanças.

Aposte na experiência desde cedo

Não adianta abraçar a “profissão estudante” e achar que o mundo vai abrir portas. “Quando falamos em experiência, os programas de estágio e trainee são ótimas oportunidades de aprendizagem, além de contribuírem para identificar-se com a escolha profissional. Procure empresas que disponibilizam oportunidades na área e que possam oferecer possibilidades de trabalho dentro da área de finanças. Experienciar todos os vieses das áreas de finanças faz a diferença”, sugere Luciana. 

Qual o futuro das relações hierárquicas?

Sabe-se que o jovem hoje tem uma relação diferente com o trabalho. Entra maior colaboração, sai o autoritarismo. Mas como lidar com as lideranças, que precisam existir? “Saber resolver problemas com versatilidade é essencial, já que lidar com diferentes níveis hierárquicos fará parte da rotina. Para isso, saber construir relacionamentos sólidos é indispensável. Comunicação assertiva, compreensível e networking são expertises importantes para o desempenho profissional e valem para todas as áreas”, ensina Luciana.