A edição 255 do Panorama do Seguro, programa do Sindseg SP apresentado por Paulo Alexandre e com comentários do consultor econômico Francisco Galiza, discutiu nesta sexta-feira, 21 de novembro, um tema que ganha espaço acelerado no mundo corporativo: os riscos associados à Inteligência Artificial (IA) e o papel do seguro diante desse novo cenário.
Com base no roteiro dedicado ao tema “Seguro contra Risco de IA”, Galiza ressaltou que a tecnologia, especialmente em sua forma generativa, já faz parte do cotidiano de empresas e consumidores. Ferramentas de criação de conteúdo, automação de processos e atendimentos virtuais são apenas alguns exemplos de como a IA se tornou onipresente — e, portanto, inevitável na análise de riscos modernos.
“A IA generativa cria textos, imagens, códigos e até músicas. Já está em aplicações amplamente utilizadas e, como toda atividade econômica que envolve risco, o seguro inevitavelmente entrará nesse mercado de forma intensa”, explicou Galiza.
Crescimento acelerado da adoção de IA e demanda por seguros específicos
Galiza citou um estudo recente da Geneva Association, tradicional entidade internacional apoiada pelas maiores seguradoras do mundo. A pesquisa, que ouviu 600 grandes empresas, revela a velocidade da transformação:
- 71% já implementaram IA de última geração em pelo menos uma função;
- mais de 90% demonstram interesse em contratar seguros específicos para riscos de IA.
Entre os principais desafios, segundo o consultor, está a própria complexidade de avaliação dos riscos associados à tecnologia — que evolui em ritmo muito mais rápido do que modelos tradicionais de mensuração conseguem acompanhar.
“Assim como ocorreu com outros avanços tecnológicos ao longo da história, a IA cria novas exposições que exigem atenção. O setor segurador precisará se preparar não apenas para usar a tecnologia, mas para oferecer produtos que cubram falhas, erros e impactos decorrentes do uso da IA nas empresas”, afirmou.
Um mercado emergente que deve ganhar escala
A análise reforça que o seguro acompanhará a evolução da IA da mesma forma que acompanhou, no passado, avanços como navegação marítima a vapor, automóveis, energia elétrica ou computação. Cada novo ciclo tecnológico exigiu adaptações do setor — e com a IA não será diferente.
O estudo da Geneva Association aponta, ainda, que a dificuldade na verificação do risco e o potencial para perdas elevadas devem impulsionar tanto inovações quanto debates regulatórios. Para Galiza, o tema está apenas no começo.
“Esse assunto vai continuar, certamente. Estamos diante de um mercado emergente, que deve crescer e ampliar oportunidades para o setor de seguros”, concluiu.
O programa completo está disponível no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=rriPaMb_bTk
