O mercado de seguros está mudando — e rápido. Entre tantas transformações, uma vem se destacando: o surgimento das insurtechs, seguradoras que nasceram digitais, com outro ritmo, outra cultura e uma nova forma de se conectar com o corretor.
Enquanto as grandes seguradoras tradicionais operam como transatlânticos — potentes, mas difíceis de manobrar —, as insurtechs são lanchas velozes: ágeis, abertas a testar, ouvir e ajustar o rumo junto com quem está no campo — o corretor.
O futuro é um conjunto de pedaços do passado que, em algum momento, se conectam — e fazem sentido. E talvez este seja exatamente um desses momentos: quando tecnologia, experiência e relacionamento começam a remar na mesma direção.
Por que vale a pena olhar para as insurtechs
Essas novas seguradoras representam um mar de oportunidades. Elas não buscam apenas parceiros para vender, mas parceiros para construir. Corretores dispostos a co-desenvolver produtos, testar jornadas, participar de decisões e ajudar a moldar o futuro do mercado.
Enquanto o espaço nas grandes companhias já está ocupado e seus processos são engessados, as insurtechs estão abrindo portas. E quem entra agora, entra para fazer parte da história — não apenas para intermediar apólices.
Elas já nascem digitais — e isso muda tudo
O DNA digital não é só um detalhe: é uma mudança de mentalidade. As insurtechs constroem jornadas simples, lógicas e conectadas, que fazem sentido para o corretor e para o cliente. Automatizam o que é repetitivo, compartilham tarefas e deixam o corretor mais livre para o que realmente importa: se relacionar e gerar resultado.
Enquanto isso, as seguradoras tradicionais carregam o peso da própria estrutura: processos lentos, sistemas antigos e dificuldade para mudar o que já é grande demais. Não é falta de vontade — é complexidade. Qualquer ajuste errado pode custar milhões ou anos de operação.
Um bom exemplo foi o movimento da Caixa Seguradora ao criar a Youse — uma operação independente, livre das amarras do tradicional, pronta para inovar sem carregar o passado nas costas.
Um novo papel para o corretor
Corretores que olham para as insurtechs com visão estratégica percebem muito mais do que comissões. Enxergam espaços de voz, aprendizado e influência — oportunidades que, por muito tempo, pareciam restritas aos grandes players.
Essas seguradoras valorizam quem faz sentido: profissionais que trazem insights, visão de cliente e vontade de transformar. É uma inversão de jogo — o corretor deixa de apenas seguir regras e passa a participar da construção do mercado.
E talvez seja essa a verdadeira virada: o corretor deixa de ser peça do sistema e passa a fazer parte do design. A tecnologia não vem para substituir o humano, mas para ampliar o alcance do que o humano faz de melhor — criar conexão e confiança.
Um movimento que só cresce
Segundo o Distrito Insurtech Report, o número de insurtechs no Brasil saltou de cerca de 70 em 2018 para mais de 250 em 2024. E as projeções indicam um crescimento de três a cinco vezes até 2030, com novas seguradoras digitais e híbridas atuando em nichos cada vez mais específicos.
O mercado ainda está represado, com lideranças tradicionais tentando equilibrar prudência e inovação. Mas o avanço é inevitável — e quem se posicionar agora estará um passo à frente quando a maré virar.
A chance de fazer parte da construção
As insurtechs sérias — aquelas que nascem com propósito, organização e visão de longo prazo — oferecem uma oportunidade rara: a de participar ativamente do ecossistema de seguros.
Mais do que novos produtos, trazem um novo papel para o corretor. Não se trata de trocar bandeira, e sim de ampliar o campo de visão. O futuro do setor será plural, híbrido e colaborativo — e há espaço para quem quiser construir junto.
Fiquem de olho nelas. Participem, colaborem, compartilhem ideias. O mercado do futuro está sendo desenhado agora — e talvez o que chamamos de futuro seja apenas o passado, finalmente, se encaixando.